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A Cenografia

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Por:   •  29/7/2014  •  1.480 Palavras (6 Páginas)  •  667 Visualizações

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A CENOGRAFIA

Situação de enunciação, situação de comunicação:

Maingueneau aponta três campos teóricos que atribuem papel relevante à situação de enunciação

• Teoria da enunciação: considera as coordenadas pessoais, espaciais e temporais implicadas no ato da enunciação.

• Semântica: acentua o papel do contexto no processo interpretativo da enunciação.

• Disciplinas do discurso: considera as articulações entre os gêneros do discurso e as situações nas quais estão introduzidas>

Essa 3 perspectivas estão mutuamente ligadas que noções como “situação de comunicação”, “situação de enunciação” e “contexto” podem ser confudidas umas com as outras.

 Situação de enunciação: sistema no qual se define as três posições fundamentais do enunciador, do co-enunciador e da não pessoa. Não é o entorno físico ou social no qual estão inseridos os interlocutores do discurso. Esse sistema identifica os dêiticos pessoais, temporais e espaciais bem como os enunciados embreados dos não embreados.

Ex: “Pedro te esperei no IFCH ontem. Elis

Enunciador:

Co-enunciador: Pedro

Tempo: ontem

Espaço: IFCH

Após fazer essas considerações, Maingueneau apresenta o conceito que pontua vários de seus trabalhos – o de cena de enunciação. Pode-se dizer que se trata de uma teoria que confere papel central à categoria de gênero de discurso, tomada para descrever a multiplicidade de enunciados produzidos em uma determinada sociedade (nas diferentes esferas sociais, em termos bakhtinianos). Tal centralidade permite levar em conta não apenas os lugares em que se produzem e circulam os textos, mas também as expectativas do público, a antecipação dessas expectativas pelo produtor do texto, a finalidade e organização textuais etc.

As três cenas

Cena englobante: corresponde ao tipo de discurso a que pertence o texto, a seu “estatuto pragmático”, o que significa dizer a seu modo de funcionamento social. Esse estatuto define o modo de o texto interpelar o leitor.

Ex: discurso político, religioso, publicitário.

Cena genérica: corresponde aos gêneros de discurso particulares, que implicam determinadas condições/circunstâncias de enunciação: quais são os participantes, o lugar e o momento necessários para realizar esse gênero? Quais os circuitos pelos quais ele passa? Que normas presidem seu consumo? Cada gênero de discurso define o papel de seus participantes: o panfleto eleitoral implica um “candidato” dirigindo-se a “eleitores”; um curso implica um professor dirigindo-se a alunos.

Ex: cena englobante: discurso político

Cena genérica: santinho ou outdoor partidário

As duas cenas, a englobante e a genérica, definem o espaço estável no interior do qual os enunciados ganham sentido. Em muitos casos são essas duas dimensões que compõem a cena de enunciação. Em outros, outra cena pode intervir: trata-se da cenografia, que não é imposta pelo tipo ou pelo gênero do discurso, mas pelo próprio discurso.

Cenografia: É uma cena construída pelo texto na qual o leitor vê atribuído um lugar onde se dá a enunciação, “a cena de fala da qual o texto pretende originar-se” (MAINGUENEAU, 2006a, p. 113). Maingueneau exemplificou esse conceito perante as analises de 10 cartas das Províncias de Pascal (conjunto de 18 cartas da autoria de Blaise Pascal, escritas para defender o jansenista Antoine Arnauld, oponente dos jesuítas, que estava em julgamento pelos teólogos de Paris).

Toda cenografia tem por efeito passar a cena englobante e a cena genérica para um segundo plano. A cenografia não pode ser concebida como um simples quadro, como se o discurso viesse ocupar o interior de um espaço já construído, ao contrário, a cenografia se constrói à medida que se enuncia.

Nem todos os gêneros de discurso são propícios ao desenvolvimento de cenografias variadas. Há aqueles (relatórios administrativos, receitas médicas, lista telefônica etc.) cujas cenas enunciativas estão reduzidas a suas cenas englobante e genérica. Por outro lado, há outros que, por natureza, exigem a escolha de uma cenografia, caso dos gêneros publicitários, literários, filosóficos etc.

Ex: Utilizar a frase: EXCELENTE PARA QUEM ESTÁ DURO.

 CASA DE MASSAGEM DA TEREZA:

EXCELENTE PARA QUEM ESTÁ DURO.

 PRATO FEITO DA JÔ: BEM BARATINHO.

EXCELENTE PRA QUEM ESTÁ DURO.

 Pernoites em promoção.

Excelente para quem está duro.

VAMOS COLOCAR OUTROS EXEMPLOS. NÃO SEI SE VC VAI CONCORDAR COM ESSES.

Cenas Validadas

Para caracterizar uma cenografia tem-se a disposição marcas de vários tipos:

1. O texto mostra a cenografia que o torna possível através de variadas marcas textuais. Ver exemplo.

2. Indicações paratextuais: um título, menção de um gênero, prefácio do autor. Ver exemplo

3. Indicações explícitas encontradas no próprio texto que reinvidicam cenas de fala preexistentes. Ver exemplo.

Uma cenografia pode ser construída com base em cenas validadas, isto é, em cenas estereotipadas que podem ser valorizadas ou desvalorizadas pela memória coletiva. Validado significa instalado no universo de saber e de valores do público.

ETHOS

• Todo discurso pressupõe a construção de uma imagem daqueles que estão envolvidos no processo interativo. Segundo Amossy (2005a, p. 9), "Para construir tal imagem, não é necessário que o enunciador fale sobre si ou apresente para os ouvintes suas características, suas qualidades e defeitos, pois, no momento do discurso, lançam-se pistas

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