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A FAMILIA DO FUTURO

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Por:   •  18/10/2014  •  364 Palavras (2 Páginas)  •  430 Visualizações

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Quando os gays e lésbicas da costa californiana quiseram, a partir de 1965-70, se tornar pais,

inventaram uma cultura da família que não passava, sob muitos aspectos, da perpetuação do modelo

que haviam contestado e que já se encontrava ele próprio em plena mutação. E foi exatamente

porque essa cultura carregava consigo um grande desejo de normatividade que foi acolhida como a

pior das feridas infligidas à ordem simbólica.

Durante alguns anos, essas experiências permaneceram pouco numerosas, mas, a partir de

1975, foram se multiplicando à medida que a luta em favor da descriminalização da

homossexualidade1

ocupava espaço no seio de um vasto movimento de emancipação dos negros e

das minorias "étnicas".

Sendo incapaz de dissimular para seus filhos as condições biológicas de sua geração, os pais

homossexuais, por sua própria existência, incitavam a abertura do debate sobre a questão das

origens. Entretanto, e mesmo que a família estivesse se modificando, transgrediam urna ordem

procriadora que havia repousado por dois mil anos no princípio do logos separador e da diferença

sexual. Pois a instituição familiar não podia, nessa época, escapar a seu princípio fundador: o

acasalamento carnal entre um homem e uma mulher. Sob este aspecto, a invenção da família dita

"homoparental"2

arriscava reavivar o grande terror de uma possível supressão da diferença sexual,

que, como vimos, surgira no final do século XIX no momento do declínio da antiga autoridade

patriarcal. E mesmo que inúmeros etnólogos, movidos por um incontestável impulso de

generosidade, fizessem questão, durante anos, de brandir como exemplo os raros casos de sociedades

remotas em que se casavam mulheres com mulheres e homens com homens, isso só fez intensificar a

terrível condenação moral que pesava sobre esse tipo de experiência.

Perseguidos há séculos, tratados como párias, invertidos, uranianos, sodomitas, bugres,

homófilos, pederastas ou ainda — para as mulheres — tríbades, fanchonas ou masturbadoras,3

os

homossexuais sempre tiveram a possibilidade de fundar uma família desde que dissociassem as

práticas sexuais ligadas à sua inclinação dos atos sexuais necessários à reprodução. Isso contribuía

para fazer a homossexualidade se assemelhar à manifestação de um desejo necessariamente

"perverso". E

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