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A LICENCIATURA EM LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA

Por:   •  13/11/2022  •  Artigo  •  4.025 Palavras (17 Páginas)  •  80 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAETETUBA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM - FACL

LICENCIATURA EM LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA

ALINE KAREN DO REGO LISBOA

ASPECTOS DA RESISTÊNCIA EM LUZIA-HOMEM, DE DOMINGOS OLÍMPIO:

Uma questão de gênero e regionalismo

ABAETETUBA

2022

ALINE KAREN DO REGO LISBOA

ASPECTOS DA RESISTÊNCIA EM LUZIA-HOMEM, DE DOMINGOS OLÍMPIO:

Uma questão de gênero e regionalismo

Trabalho acadêmico apresentado como parte avaliativa da disciplina de Literatura e Modernidade do Curso de Letras – Língua Portuguesa, do Campus Universitário de Abaetetuba, da Universidade Federal do Pará.

Professor(a): Prof. Dr. Carlos Augusto Nascimento Sarmento Pantoja

ABAETETUBA

2022

ASPECTOS DA RESISTÊNCIA EM LUZIA-HOMEM, DE DOMINGOS OLÍMPIO: UMA QUESTÃO DE GÊNERO E REGIONALISMO

Aline Karen do Rego Lisboa¹

RESUMO

O presente artigo pretende analisar a obra naturalista-regionalista Luzia-Homem (1903), do escritor cearense Domingos Olímpio Braga Cavalcanti, com o objetivo de refletir acerca dos elementos que a configuram como uma narrativa de resistência, tratando, majoritariamente, das questões de gênero, bem como de regionalismo presentes no romance. Nessa perspectiva, é imprescindível que seja retratado, também, uma breve biografia do autor, com o fito de entender como esse se relaciona com a construção e o entendimento de LH, baseado nos estudos de Igor Barroso (2021), Alex Lima (2018), dentre outros. Os aspectos da seca e da miséria também serão questões abordadas no artigo, ao passo em que o romance de Domingos Olímpio está inserido nesse contexto. Outrossim, para fundamentar o restante desta pesquisa bibliográfica, no que tange aos aspectos de gênero e regionalismo, o trabalho fora embasado teoricamente nos escritos de pesquisadores e estudiosos da área tais quais Zulmira Tavares (1983), Alfredo Bosi (1996) e Samira Rocha & Cinthia da Silva (2021). Desse modo, é de extrema convicção destacar a importância da investigação das literaturas inerentemente brasileiras, a fim de que tais informações contribuam com a expansão da noção e despertem interesse nos indivíduos em entenderem mais sobre a temática.

PALAVRAS-CHAVE: Domingos Olímpio; Luzia-homem; resistência.

ABSTRACT

This article intends to analyze the naturalist-regionalist work Luzia-Homem (1903), by the writer from Ceará, Domingos Olímpio Braga Cavalcanti, with the aim of reflecting on the elements that configure it as a narrative of resistance, dealing mostly with gender issues, as well as regionalism present in the novel. In this perspective, it is essential that a brief biography of the author is also portrayed, in order to understand how he relates to the construction and understanding of HL, based on the studies of Igor Barroso (2021), Alex Lima (2018), among others. Aspects of drought and misery will also be issues addressed in the article, while Domingos Olímpio's novel is inserted in this context. Furthermore, to support the rest of this bibliographic research, with regard to aspects of gender and regionalism, the work was theoretically based on the writings of researchers and scholars in the area such as Zulmira Tavares (1983), Alfredo Bosi (1996) and Samira Rocha & Cinthia da Silva (2021). Thus, it is extremely convincing to highlight the importance of investigating inherently Brazilian literature, so that such information contributes to the expansion of the notion and arouse interest in individuals to understand more about the subject.

KEYWORDS: Domingos Olímpio; Luzia-Homem; resistance.

1 INTRODUÇÃO

A Grande Seca que ocorreu durante os anos de 1877 e 1879 foi, por muitos autores nordestinos, o principal cenário utilizado nas narrativas literárias da época. Conforme Oliveira (2001), esse fenômeno marcou um período que gerou mazelas profundas tanto na memória, quanto na parte imaginária dos atingidos. Devido a isso, muitos daqueles que passaram e sobreviveram a tais dificuldades buscaram representar suas lembranças em escritos que ficariam na história da literatura brasileira, representando o que muitos chamam de regionalismo.

Pela extensão da sua tragicidade, essa seca contribuiu para tornar a região nordestina numa região literária, (…) um topos que, pelo seu traço inconfundivelmente restrito a uma única região do interior brasileiro, destacou-se entre muitos da ficção regionalista. (OLIVEIRA, 2001, p. 50)

Nesse sentido, sabe-se que a crise pluviométrica em questão acarretou sequelas como a falta de alimento, a diminuição de trabalhos laborais, bem como o aumento da miséria no final do século XIX. Na região de Sobral, no Ceará, tais efeitos foram observados de perto pelo sobralense Domingos Olímpio, não em sua vivência, pois o autor vinha de família rica, mas, sim, testemunhadas durante suas investigações e atuações como jornalista e advogado, respectivamente, fato que influenciou em suas temáticas escritas.

Além disso, outro fator a se considerar nesse momento da história literária do Brasil, é a questão da representação da mulher na literatura. Segundo Aragão (2008, p. 32), o que antes era representado como “donzelas inatingíveis”, isto é, mulheres castas e que mal protagonizavam as narrativas, passou a ser retratado como o sexo histérico com o surgimento do movimento naturalista.

No entanto, contrariando todo o ideário do naturalismo típico e quebrando os paradigmas de gênero, Domingos Olímpio decide escrever em seu romance mais famoso sobre a condição não canônica de uma mulher do Nordeste brasileiro, em Luzia-Homem (1903).

Nessa perspectiva, diante da representatividade do regionalismo e do gênero feminino nas obras de Domingos Olímpio, mais especificamente em Luzia-Homem, percebe-se a resistência como forma inerente da escrita do autor, tornando imprescindível, desse modo, analisar a obra a partir de um olhar focalizado nos aspectos de resistência nela presentes.

Portanto, indaga-se, no presente trabalho: quais são os aspectos regionalistas e de gênero que caracterizam a resistência como modelo de escrita do cearense Domingos Olímpio?

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