A Meritocracia e a redução da desigualdade no Brasil

TEMA: A Meritocracia e a redução da desigualdade no Brasil.

O mundo mudou e os vícios ficaram. Essa é a mais lógica e pura expressão para representar uma cultura do “salve-se quem tem mais influência”, numa sociedade que despreza critérios formais e eleva ao status do politicamente correto, reconhecimentos e privilégios corporativos, em detrimento do interesse social. É exatamente isso que acontece quando o mérito tenta se tornar regra num espaço, que só lhe é dado a exceção.

O professor para educar seu aluno precisa a todo tempo vencer as intempéries sociais e os valores que a própria sociedade, movida por interesses individuais, tenta colocar acima de tudo. As honrarias recebidas do Poder Legislativo do Amazonas em benefício da participante do Big Brother Brasil I7, Vivian Amorim só demonstram a que nível se encontra o mérito no País. Enfrentar salas lotadas, condições precárias de ensino e salários defasados, infelizmente não é visto como um pressuposto que possa refletir o direito a “Honra, dignidade e beleza” cravados naquela dita honraria. Em meio a tudo isso, como reduzir desigualdades, se “entrar pela janela” está acima do reconhecimento individual, esforço e competência em prol do bem comum?

O favoritismo escancarado, desde a União aos Municípios, presente em Licitações fraudadas, em que disputa pelo melhor preço é tão somente um teatro, coloca a competência e esforço pessoal numa via de mão única, o vício. E a contra mão desse processo seria não aceitar benesses, com a certeza de que não se reduzirá jamais a desigualdade existencial enquanto o favoritismo tiver espaço, as vantagens pessoais encontrar-se acima do bem comum e desejo de mantê-las for um empecilho à meritocracia no Brasil.

Infelizmente não há mais comando de gestão nos moldes do enfrentados por Emílio Odebrecht na década de 1980, quando recentemente em depoimento a “lava jato” disse ter oferecido vantagens pessoais a um Major responsável pela antiga Estatal brasileira, COBAL, e recebeu como resposta “um trinta e oito em cima da mesa”. Numa clara alusão ao demérito da proposta. É verdade, falta a esse Brasil, patriotas, Cidadãos preocupados não com as vantagens advindas de suas ações ilícitas, mas com a necessidade de igualar oportunidade com educação, reconhecer esforços pautados no interesse público, e, sobretudo, adotar critérios que extirpem do mundo do fatos o privilégios, o status de mídia e favoritismo para bem longe.