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A humanização

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Por:   •  5/6/2013  •  Resenha  •  1.062 Palavras (5 Páginas)  •  306 Visualizações

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A humanização da assistência hospitalar é um grande desafio, demandando o entendimento das relações contemporâneas entre o ser humano, seu adoecimento e as circunstâncias em que se oferecem os cuidados aos enfermos e a seus cuidadores. Essas questões

interessam a muitos dos que se debruçam para entender a dinâmica e complexidade da atenção oferecida ao paciente internado. A musicoterapia, dada ao trabalho com a música e

suas características de inserção na cultura e no cotidiano dos seres, pode ser importante

aliada aos programas que pretendem um atendimento mais humano aos que passam por

estressantes situações hospitalares tanto enfermos quanto funcionários.

Em 2002, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) implantou, na unidade responsável

pelo atendimento a adultos matriculados nos Serviços de Ginecologia e Oncologia Clínica,

um trabalho pioneiro envolvendo atividades musicais e musicoterapia para contribuir com

a humanização hospitalar. Este trabalho, ligando Musicoterapia e Humanização, é denominado no hospital de “Projeto Encanto”.

Pesquisas apontam à música como importante fator na contribuição ao tratamento oncológico principal, atuando junto a pacientes internados, que freqüentemente sofrem de

ansiedade, dor, privação de sono e incerteza sobre seu bem-estar geral. A música traz conforto, e ajuda a desenvolver uma comunicação significativa, contribuindo na resolução de

questões emocionais envolvidas nessas circunstâncias (Baileiy, 1984; Butler, 1999).

Pacientes internados geralmente experienciam ansiedade devido a numerosos fatores

relacionados a aspectos objetivos e subjetivos decorrentes da internação. Alguns fatores

comumente relatados na literatura incluem os medos da dor, medo das limitações impostas

por doença, e pela possibilidade da morte, bem como questões referentes à hospitalização,

como por exemplo a não familiaridade com o meio e sentimentos de isolamento e de não

ter ajuda (Algridge, 1990)

O uso de canções pode contribuir ao oferecer aos pacientes significados existenciais

que os auxiliam para fortalecerem-se e, também, como instrumentos importantes para efetivar mudanças internas que o enfrentamento da doença proporciona.

Atender a equipe do hospital, contribuindo para o alívio do estresse, a melhoria do

humor e do ambiente, e a atenção recebida pela presença da música, (Kloezen e Didier,

2001) também foram expectativas criadas pela implantação do Projeto Encanto.

O objetivo desse artigo é descrever a implantação da musicoterapia no Instituto Nacional do Câncer, avaliando essa implantação. Esse estudo contribui para aumentar o co-

ANPPOM – Décimo Quinto Congresso/2005 1307

nhecimento dos processos emocionais subjacentes a utilização da música com pacientes

oncológicos em tratamento hospitalar e para o avanço da própria musicoterapia, disciplina

ainda recente que carece de estudos aprofundados em seu campo de ação.

O projeto encanto

O Projeto Encanto, implantado em 2002, leva música a unidade do hospital responsá-

vel pelo atendimento a adultos matriculados nos Serviços de Ginecologia e Oncologia Clí-

nica com o objetivo de suavizar o ambiente e valorizar as pessoas, o que se encontra consoante com o Programa Nacional de Humanização e Assistência Hospitalar. No seu primeiro ano, o Projeto funcionou com uma equipe integrada por um responsável musicoterapeuta, oito musicoterapeutas estagiários do Conservatório Brasileiro de Música - Centro

Universitário (CBM – CEU) e três músicos voluntários (que já prestavam um serviço com

música em na enfermaria de câncer ginecológico). É importante observar que os musicoterapeutas também eram voluntários durante esse primeiro ano de implantação do Projeto.

Somente no ano seguinte, 2003, após a fase experimental do Projeto Encanto, foi assinado

um convênio entre o INCA e o CBM - CEU para a contratação de musicoterapeutas estagi-

ários em regime de vinte horas semanais com supervisão técnica oferecida pela instituição

de ensino.

O Projeto Encanto iniciou, portanto, com duas abordagens musicais: a dos músicos

voluntários, cuja música oferecida aos internados é uma música escolhida pelos próprios

músicos, e a dos musicoterapeutas, cuja música é escolhida pelos pacientes e pelos funcionários do hospital, além de improvisarem segundo as diferentes situações clínicas e oferecerem músicas de seu próprio repertório. Abrange todos

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