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Análise Do Texto Convulsão Cromática

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Por:   •  19/8/2014  •  753 Palavras (4 Páginas)  •  377 Visualizações

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O texto “Convulsão Cromática” de José Saramago transpõe para a arena acadêmica brasileira contemporânea a atônita descoberta tipificada na melancólica (sangra o semáforo) constatação de que a vida efetiva brota com seu peso máximo, dentro de um mundo petrificado em gestos e palavras herdadas e já esvaziadas de sentido, construímos ao lado da vida outra vida que completou por nos dominar, enterrando-se em um mundo de convenções, demarcada pela figura concreta do semáforo que materializa como próprio instrumento regulador das ações humanas a denúncia de que a atividade da condição humana está bloqueada, soterrada sob um mundo de fórmulas, hábitos, manias.

Consubstanciam-se as ações humanas amputadas de sua dimensão criadora e cerceada pelo fato de que o Homem vive desvinculado da verdadeira essência das realidades reduzido a mero repetidor de gestos e convenções herdadas.

A luz encarna a força de uma lei, proibido passar, permitido ficar. Oprimido pulsa o coração... Respeita o sinal, obediente, incapaz de uma nova rebeldia.

Consoante neste mundo provisório Norma Vetusto de Godói emerge como projeção da crise que marca a reavaliação do que fora estabelecido como indiscutível e o vigiar incansável das convenções que dirigem a vida humana. Ponderando a “vontade de irromper o limite branco da faixa” que transpõe do mero caráter concreto intitulado pela vida para buscar a atitude nuclear: a busca da verdade das coisas, oculta sob a aparência com que os homens as definem, mas ainda aprisionada numa vida rasa, “incolor”, sem frestas para o gesto livre ou imprevisto que alteraria a ordem inexorável.

Destarte Norma Vetusto primeiramente coaduna, “abraça a maciez da paralisia”, dirigindo sua ação de maneira irredutível pelo costume, pela funcionalidade social, sistematizada, impedindo a eclosão das energias criativas do Homem (materializado pelo vermelho que imerge como sopro poderoso e dinâmico dando sentido novamente a vida), e consequentemente bloqueia sua verdadeira ligação com a vida. Mostrando logo o casamento como substituto inevitável de uma atuação realmente viva no plano do cotidiano, elencado como mostruário social.

O amarelo, concretizado no bracelete de Norma, emerge denunciando a consciência da alienação do Homem num mundo de aparências falsas e de palavras e fórmulas feitas, estagnado, imóvel no seu próprio tempo, adormecem sobre seu tesouro de utensílios e põe-se a conservar-se na tradição morta, assumindo uma imagem convencional, que cada um assume para o outro no convívio diário, impedindo a descoberta de outras realidades do próprio ser.

Entretanto Norma rompe o espesso muro das convenções esclerosadas, transpondo-se do cenário estagnado da vida cotidiana e de fórmulas feitas para a crise das certezas absolutas, colocando em que questão o conhecimento do mundo e reavaliando o que fora estabelecido desde seu nascimento e que cerceiam seus atos e pensamentos durante toda a vida, sinalizando por meio do seu “estrondo negro” a renuncia do mundo já construído.

Insurgindo por meio da sinalização verde a permissão para ultrapassar o mundo das verdades estabelecidas e adentrar na busca da verdadeira essência humana, amputada pelas convenções sociais, destarte em meio ao cinza petrificado e mórfico renasce com a figura da Fênix a amplitude criadora

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