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Análise de um livro dedatico utilizado em uma escola do ensino fundamental

Por:   •  9/5/2016  •  Abstract  •  2.841 Palavras (12 Páginas)  •  448 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

WAGNER FELIPE DE SOUZA

TRABALHO DE PESQUISA DA DICIPLICA DE FONETICA E FONOLOGIA DA LINGUA PORTUGUESA

Lagoa Nova – RN

2016


Análise da abordagem fonética e fonológica em um livro didático do ensino fundamental

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise da abordagem fonética e fonológica em um livro didático usado pela rede municipal de ensino da cidade de Lagoa Nova - RN. Para tal propósito, foi feito uma breve pesquisa bibliográfica a cerca das definições básicas de fonética e fonologia, a sua aplicação em sala de aula e sua correlação com o exercício do magistério e aprendizagem da norma culta, considerando o papel do professor como mediador entre o conhecimento teórico a respeito das aplicações práticas da gramática e da linguística. A investigação é finalizada com uma analise crítica sobre a metodologia usada no tratamento desses tópicos e encerra com as considerações finais, refletindo criticamente o que foi discutido.

Palavras chave: Fonética e Fonologia, Gramática, Professor, Educação de base.

1. Introdução

        Inicialmente devem ser definidas as noções básicas sobre a fonética e a fonologia contemplando a maneira em que tais conceitos vão afetar o universo lexical dos alunos. A partir da compreensão relativa à sua funcionalidade como ciência, a sua aplicação efetiva necessita apresentar ambições objetivas realistas, mas não consequentemente modestas em que o entendimento do emprego oral do idioma se diferencia do uso escrito. Apesar da relação simbiótica entre ambos, nenhuma vertente deve ser imposta de forma arbitrária e segregacionista, ou seja, se faz necessário respeitar as limitações linguísticas e o conhecimento histórico social daqueles que serão os consumidores desse saber, em que posteriormente, serão postos a utilizar de maneira prática as referidas concepções tanto nos seus definidos campos profissionais quanto em uma possível carreira acadêmica.

        Durante a história dos estudos das estruturas gráficas e fônicas dos dialetos se fez necessário a realização de uma rápida avaliação critica perante a organização sistemática da formação instrutiva da língua materna, o que possibilitou o surgimento da linguística, seus objetivos e suas implicações no âmbito educacional. Aprofundar-se nessa área consiste em dominar as múltiplas facetas comportamentais ao qual teremos que lidar no domínio pedagógico e na posição de estudioso do português.  

        A principio será dado um panorama histórico do surgimento dos estudos referentes a fonética e a fonologia, uma abordagem a cerca do posicionamento do pedagogo na implementação desses noções em sala de aula,  em seguida será feito uma análise comparativa em relação as ideias antes expostos e sua aplicação em um livro didático adotado pela rede pública de ensino no município de Lagoa Nova –RN. Sendo assim, esse trabalho poderá ser base para uma analise da lógica do meio instrucional atual vinculada ao ideal perante os avanços nas especialidades acadêmicas referindo-se ao estudo oral e pedagógico.

        Como base teórica para essa análise serão postas definições e avaliações atribuídas às reflexões propostas por autores como: Irandé Antunes, Elvira Wanda Vagones Mauro, Scliar Cabral, Ferdinand Saussure, Carlos Franchi e Bortoni Ricardo, que apresentam reflexões a cerca da língua e da pratica educacional de forma ideal e hábil tendo em conta os avanços científicos em suas respectivas áreas.

2. Contexto histórico da Fonética e da Fonologia.

        Previamente a uma análise fonética ou fonológica é necessário definir as concepções linguísticas dessas vertentes, o legado que trazem nessa esfera cientifica e sua aplicabilidade prática perante o exercício docente no ensino fundamental e mediu, por consequência, delimitando metas e norteando o espaço de atuação do educador na execução de tais abstrações que proporcionem uma ampliação das aptidões criticas e discursivas do aluno respeitando a sua maturidade linguística.

        A fonética e a fonologia submetem-se uma a outra, haja vista que para a execução das análises nas áreas das singularidades fonológicas é vital ter conhecimento da temática articulatório fonético e acústico. Definindo as bases de ambas e a relação da sua subordinação mutua, podemos promover uma investigação mais aprofundada da ordenação ideal dessas compreensões no método instrucional da língua materna tendo a aplicação do livro didático como ferramenta e o docente como mediador.

        A observação das representações gráficas e dos sons da língua teve inicio com os povos antigos, entre eles os gregos e os romanos, todavia esse estudo se direcionava especialmente a grafia, ignorando seus respectivos sons, portanto a língua era estudada com objetivo de aperfeiçoar habilidades gramaticais e retóricas, como afirma Vagones (1980) no livro A Fonética e seus Precursores. Apenas no século XIX com a edificação da filologia tivemos uma definição concreta capaz de definir a fonética. No ano de 1822 o alemão Jacó Grimm ao analisar textos literários e religiosos notou a ligação que existe entre os sons das palavras em diferentes línguas, e posteriormente em 1857 ocorre o primeiro estudo pautado na fala realizado por Schleicher, que após uma estadia entre os camponeses da Lituânia, fez uma descrição da oralidade dessas pessoas de forma comparativa seguindo as leis fonéticas formuladas pelos estudiosos comparatistas.

        Para Saussure (1993), “a fonética é uma ciência histórica, que analisa acontecimentos, transformações e se move no tempo”, contrastando com a fonologia que é “fora do tempo, já que o mecanismo de articulação permanece sempre igual a si mesmo” (p. 43), sendo assim, a fonologia é uma ciência que não possui correção ou perfeição sintática.  Pode-se afirmar então que uma análise fonética se baseia na assimilação e transferência sonoras, enquanto a análise fonológica se baseia na sua função linguística.

        

3. O professor como mediador do conhecimento teórico em sua aplicação prática na educação de base.

        A gramática dominou durante a maior parte da história cientifica os estudos das competências comunicativas, com o surgimento da linguística esse protagonismo foi dividido. A linguística não tem por finalidade desvirtuar a gramática ou diminuir a sua importância, mas trazer uma nova visão que demonstra que não se pode resumir o estudo da língua a regras, pois ela é viva e esta em constante mutação. Sendo assim, é importante destacar que os estudos da fonética auxiliam na doutrina gramatical e na percepção da sua funcionalidade. Segundo os PCN “o objeto de ensino e, portanto, de aprendizagem é o conhecimento linguístico e discursivo com o qual o sujeito opera ao participar das práticas sociais mediadas pela linguagem.” (PCN, 1998). Espera-se que o aluno seja “capaz de utilizar a língua de modo variado, para produzir diferentes efeitos de sentido e adequar o texto a diferentes situações de interlocução oral e escrita” (PCN, 1998). Dessa forma, o ensino da língua materna no meio escolar não deve ignorar os fatores sociais e históricos que envolvem a cultura, comportamental e utilização prática da linguagem tentando mistificar a norma culta como vertente hierárquica suprema perante as outras.

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