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BENVENISTE: ENUNCIAÇÃO E SUBJETIVIDADE NA LINGUAGEM

Por:   •  2/6/2017  •  Resenha  •  428 Palavras (2 Páginas)  •  383 Visualizações

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A subjetividade é inevitável quando se estuda a linguagem e o sentido. Sendo assim, o a sujeito é o cerne da teoria da enunciação para Benveniste, pois para ele “a linguagem só é possível porque cada locutor se apresenta como sujeito, remetendo a ele mesmo como eu no seu discurso” (1976:286). A linguagem para Benveniste, não é entendida como aquela que serve de instrumento de comunicação ao homem “não atingimos nunca o homem separado da linguagem e não o vemos nunca inventando-a”. Isto é, a linguagem está na própria humanidade do homem. Na verdade, essa concepção deixa o indivíduo à margem da linguagem. O que propõe então é uma ideia de linguagem que dê ao indivíduo o status de sujeito e assim deve ser porque “é um homem falando que encontramos no mundo, um homem falando com outro homem, e a linguagem ensina a própria definição do homem”. Sendo assim, a linguagem será o lugar onde o indivíduo se constitui como falante e como sujeito e a subjetividade é entendida como “a capacidade do locutor para se propor como “sujeito”. A subjetividade é percebida materialmente num enunciado através de algumas formas (dêixis, verbo) que a língua empresta ao indivíduo que quer enunciar; e quando o faz transforma-se em sujeito. Classifica-se essas marcas linguísticas, que têm o poder de expressar a subjetividade, os pronomes e o verbo, integrando essas duas classes de palavras na categoria de pessoa, Benveniste, ao instaurar a categoria de pessoa, define as pessoas do discurso. Considera eu/tu como as autênticas pessoas em oposição a ele – a não-pessoa. As pessoas eu/tu se caracterizam como categorias de discurso que só ganham plenitude quando assumidas por um falante, na instância discursiva. Essa tomada é sempre única, móvel e reversível, representando a subjetividade na linguagem. A terceira pessoa (a não-pessoa, ele), ao contrário, é um signo pleno, uma categoria da língua, que tem referência objetiva e seu valor independe da enunciação, declarando, portanto, a objetividade. Nos apresenta ainda dois planos de enunciação diferentes: o da história e o do discurso. No primeiro as narrativas são no passado assim também os tempos verbais, predominando nesse plano a não pessoa, pois não há elementos de subjetividade, como se realmente não houvesse narrador. Em contraponto ao plano da narrativa histórica, situa-se o plano enunciativo do discurso: toda enunciação que envolve um locutor com a intenção de influenciar, de algum modo o seu interlocutor. Em suma, para o autor, antes da enunciação a língua é apenas uma possibilidade; na enunciação o locutor realiza a apropriação dessa língua, e determina sua posição.

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