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CHAPEUZINHO VERMELHO: UM OLHAR DA PSICANALISE

Por:   •  22/7/2017  •  Artigo  •  2.018 Palavras (9 Páginas)  •  2.206 Visualizações

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CHAPEUZINHO VERMELHO: UM OLHAR DA PSICANALISE

Laiza Silva Santos[1]

RESUMO

Neste artigo propõe-se uma análise psicanalítica do conto O Chapeuzinho Vermelho de Charles Perrault , abordando características como a sexualidade e o princípio do prazer.  Chapeuzinho vive um conflito entre a consciência e o inconsciente, tal conflito faz com ela se depara com os sentimentos recalcados, a personagem também sofre com o Complexo de Édipo. Uso como suporte teórico, a obra A consciência e o que é inconsciente do psicanalista Sigmund Freud e outros textos do autor, e a obra A psicanalise dos contos de Fada de Bruno Bettelheim.

Palavras Chaves: Chapeuzinho Vermelho, Principio do Prazer, Consciente, Inconsciente, Complexo de Édipo.

ABSTRACT

In this article we propose a psychoanalytic analysis of the little Red Riding Hood tale by Charles Perrault, addressing features such as sexuality and the pleasure principle. Hood lives a conflict between what is right and wrong, thus I seek to understand how that develops this conflict in your consciousness and the unconscious. Use as theoretical support, consciousness and what is unaware of psychoanalyst Sigmund Freud and other texts of the author, and the psychoanalysis of fairy tales by Bruno Bettelheim.

Keywords:  Little Red Riding Hood, The Pleasure Principle, Conscious, Unconscious.

  1. INTRODUÇÃO

Com base nos estudos feitos em relação ao conto de fada e a corrente teórica da psicanalise, este trabalho apresenta características que muitas vezes imperceptíveis pelo leitor. No entanto há um grande significado oculto no texto e desta forma apenas as crianças pode saber quais os significados importantes para ela. Embasada nos textos teóricos perceberemos que Chapeuzinho é uma personagem que passa por um período importante de sua formação psicológica, as obras de Freud em relação a sexualidade infantil são essências para compreensão da sexualidade o princípio do prazer nesta fase da infância. O conto permite um encontro produtivo entre Literatura infanto-Juvenil e Psicanalise, onde a magia, a fantasia, e o encantamento entrelaça com a realidade, Chapeuzinho Vermelho vive um conflito entre o que é certo e o que errado, um conflito entre o consciente e o inconsciente.  Primeiramente irei discutir a psicanalise no conto e abordar questões relacionada a sexualidade segundo os estudos freudianos, em seguida apresentarei um olhar psicanalítico no conto O chapeuzinho Vermelho, ressaltando que antes de analisar o conto temos que nos ater a noção de inconsciente para Freud.

  1. A PSICANALISE E O CONTO

Sigmund Freud foi o teórico criador da psicanalise, sua teoria tinha como principal objeto o psíquico, na época seus estudos causaram um impacto muito grande na sociedade, ao inserir nos estudos da psicologia o inconsciente, e principalmente por considerar que nós seres humanos iniciamos nossa vida sexual ainda na infância.

Freud (1923) conceitua o inconsciente a partir da teoria da repressão, sendo o reprimido o protótipo do inconsciente. Ele considera dois tipos de inconsciente, um que é latente, mas capaz de torna-se consciente, e outro que é reprimido, este não torna-se consciente. O psicanalista dividi nosso psíquico em três partes, o Id, Ego, Superego, fatores importantes para compreender nossa mente, pois vivemos em um conflito entre estes três sistemas.

No Id estão as pulsões, os sentimentos reprimidos e principalmente é regido pelo princípio do prazer e é nele que está o nosso inconsciente, neles estão todos nossos desejos que são recalcados, sempre vai nos levar a buscar aquilo que foge do sofrimento, apenas a busca pelo prazer. Freud fala que todas as histerias de seus pacientes estão relacionadas a manifestação de nosso inconsciente, tais histerias estão ligadas a vida sexual na infância, os distúrbios sexuais. Em contrapartida tem-se o Ego que é a nossa consciência, nela que se estabelece o equilíbrio entre o princípio do prazer e os princípios morais que regem a sociedade. Por último temos o superego, nele que se estabelece a força moral da personalidade, sendo a partir dele que podemos viver e conviver socialmente.

Outro ponto de relevância a ser considerado para falar em relação ao conto é o que Freud chamou de Complexo de Édipo, período em a criança está distinguindo sua sexualidade “entre 3 a 5 anos”, o filho deseja a mãe, a filha o pai. Ao analisarmos o conto O Chapeuzinho Vermelho percebemos que isso acontece com a personagem.

Não se deve supor, contudo, que a criança efetua rápida e prontamente uma generalização de sua observação de que algumas mulheres não têm pênis. De qualquer modo, ela é impedida de fazê-lo porque supõe ser a falta de um pênis resultado de ter sido castrada como punição.

(FREUD, 1923, p. s/n)

Para Bettelheim (2002) Chapeuzinho possui algumas questões cruciais, como uma menina com idade escolar tem que lidar com ligações edípicas que lhe atormenta o inconsciente, o levando expor perigosamente seus desejos sexuais recalcado, a personagem é tomada pelo princípio do prazer.  

  1. CHAPEUZINHO VERMELHO: UM OLHAR PSICANALÍTICO

O conto Chapeuzinho Vermelho de Charles Perrault, foi publicado pela coletânea de Contos Mamãe Gansa (1697). Segundo Bettelheim a história verdadeira da Chapeuzinho Vermelho foi criada em inglês e o nome atribuído a esta era “Capinha Vermelha”, com a tradução feita pelos irmãos Grimm na nossa língua portuguesa, eles escolhem o título como “Chapeuzinho Vermelho”. Deste modo a versão de Charles Perrault é uma versão adaptada da tradução dos Irmãos Grimm, e assim que vários escritores resolveram criar suas versões, tal como Perrault e os Irmãos Grimm.

O conto narra a história de uma menina muito bonita, muito amada pela mãe e a vovó está deu lhe um capuz vermelho, sendo desta forma chamada de Chapeuzinho Vermelho. No enredo do conto a mãe pedi a menina para levar a vovó doente um pedaço de torta e um potezinho de manteiga, no caminho Chapeuzinho encontra o compadre lobo, que logo teve vontade de come-la, só não fez por causa de uns lenhadores que estavam por perto. Em seguida inicia-se um diálogo entre a menina, lhe aconselhando para ir no caminho mais longo, enquanto ele iria pelo caminho mais curto, desta forma ele chega mais rápido e come a vovozinha. Quando Chapeuzinho chega na casa da avó encontra o lobo, se passando pela avó, portanto ela não percebeu, e por fim o lobo acaba comendo chapeuzinho. No final da narrativa o escritor deixa uma moral da história, segundo ele as moças elegantes, educadas, fazem muito mal em escutar qualquer tipo de gente, ou seja o lobo.

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