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Cecilia Meireles e Joao Cabral

Por:   •  2/11/2015  •  Artigo  •  1.002 Palavras (5 Páginas)  •  379 Visualizações

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Disciplina: Estudos Temáticos de Licenciatura Brasileira: O poeta-crítico. Mário de Andrade, Cecília, Cabral, Ana Cristina

Professor: Sérgio Alcides

Aluna: Kelly Maria Evangelista

Algumas idéias expostas nas obras críticas de

Cecília Meireles e João Cabral de Melo Neto.

Cecília Meireles teve uma participação importante na imprensa brasileira, além de escrever crônicas sobre a educação, nas quais se posicionava humanisticamente, distante dos valores pragmáticos do século XX.

Quando se candidatou à cátedra de literatura da Escola Normal, apresentou a tese O Espírito Vitorioso(1920), um trabalho liberal no qual defendeu o simbolismo e a supremacia dos ideais particulares sobre os coletivos. O preâmbulo, A escola moderna, se constitui um elogio à nova educação seguindo-se uma reflexão sobre uma de suas preocupações: a formação do professor. Cecília opta em sua tese, por uma perspectiva “na contra mão” da sociedade tradicional, indagando: "Tudo se encadeia nesta sucessão: instruir para educar, educar para viver e viver para quê?"  

A autora escolheu fazer uma abordagem histórica e bibliográfica, manifestando de forma direta seu repúdio ao comodismo de certas fórmulas e a passividade das atitudes que se repetiam explicitamente. Para Cecília Meireles, o passado apresentava-se:

"oculto, subterrâneo, feito de mistérios e torturas como o caminho silencioso das raízes; o presente conhecia a seiva com gosto das terras mais distantes, as virtudes das profundezas mais variadas e, sobretudo, o valor dos entrecruzamentos livremente operados através desses longos caminhos" (Meireles, 1929, p. 9).

Todavia há em comum entre a sua prosa e poesia, a magia transfiguradora do movimento.  

A luz da sua obra Vaga música, percebe-se uma preocupação com a poesia lírica, metafísica, misteriosa e ligada à musicalidade. Sua poesia é extensiva à humanidade, sem data de validade, pensada para a polis, não direcionada para uma classe social. Existe uma forte influência do simbolismo, principalmente em relação à temática que valoriza a intuição e a sensibilidade, aos moldes de Cruz e Souza, percebendo a emoção como a melhor maneira de interpretar o mundo, abordando temas da natureza e do cotidiano.

João Cabral de Melo Neto, tem um estilo bastante diferente de Cecília, crítico de si mesmo, da própria poesia, declarou: “Meu ideal foi sempre ser crítico literário. (...), mas a minha poesia é quase sempre crítica”. Ele é sempre lembrado pelos críticos, pelo rigor formal ao escrever, pela utilização de metalinguagem e a presença estilística.

No livro A Educação pela Pedra, João Cabral de Melo Neto não distancia a essas características, visto que nela o escritor critica a visão idealizada do homem sertanejo e de seu lugar; denúncia as formas desgastadas da poesia sentimentalista e da hiper valorização da subjetividade. Anti lírico, mostra a sua poeticidade por trás do sentido dos dados mais triviais e os considerados ásperos, duros e asquerosos.

Esta obra apresenta uma unidade estrutural marcante, a recorrência do número dois e seus múltiplos, dividindo os poemas em quatro séries: Nordeste, Não-Nordeste, Nordeste e Não-Nordeste, sendo composta por 12 poemas cada. Impressionando pelo cálculo e destreza do poeta.  São marcantes as retomadas de versos por outros poemas, bem como a reestruturação e o jogo de antagonismos, alterando o sentido habitual das expressões e acontecimentos do dia a dia. A composição dos versos, estrofes e esquemas de significados, resultam de materiais ordinários e considerados “antipoéticos”.

Em seu exercício da crítica, Cabral escreveu um ensaio em prosa, intitulado Joan Miró, no qual elabora a sua crítica a obra do pintor italiano, ressaltando dois elementos complementares e igualmente fundamentais: um rompimento com o modelo tradicional da composição renascentista, um esquecimento das habilidades que guardam a inocência de sua criação, mantendo o inédito em suas Telas. Segue a tela de Miró: [pic 1]

Figura 1 - El diamante sonría al crepúsculo, Joan Miró, 1947

A partir desses dois elementos, Cabral caracteriza a obra de Miró como uma “pintura viva”.  

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