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Diferenças na Educação

Por:   •  10/3/2019  •  Artigo  •  5.759 Palavras (24 Páginas)  •  270 Visualizações

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. INTRODUÇÃO

Existe uma grande preocupação dos que atuam na educação, quanto ao elevado número de alunos que não conseguem acompanhar o desenvolvimento e rendimento da classe (como se ela pudesse ser homogênea) e que em consequência disto se desestimulam ou até mesmo desistem da escola.

Precisamos reconhecer que os alunos são diferentes, que nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, que nem todos aprendem da mesma maneira, pois cada um tem o seu ritmo para aprender; sendo assim, enfrentamos um grande desafio: como trabalhar o conteúdo para que possamos estimular os diferentes níveis e tipos de inteligências existentes em nossos alunos?

Nossa inteligência é complexa, e não é contemplada em seu todo por metodologias que privilegiam apenas um aspecto dela. O atual sistema de ensino busca uma produção em série e com isso apenas evidência as diferenças, no entanto nada fazem por elas além de discriminá-las.

Para os professores, constitui um importante problema abordar no dia-a-dia, o desafio colocado por um considerável número de alunos que não alcançam rendimentos inicialmente esperados em suas aprendizagens. Despertar o interesse pelos temas a serem apresentados, utilizando uma abordagem que caminhe pela área de maior desenvolvimento em cada aluno e buscando o despertar de outras, deve ser o caminho para ter este desafio vencido.

Este trabalho busca alertar para o papel da motivação e a importância do reconhecimento das habilidades dos alunos para o alcance de uma aprendizagem significativa, fortalecer o princípio de que o uso de métodos diversificados, na apresentação dos conteúdos em sala de aula para que os diferentes tipos e níveis de compreensão dos alunos sejam alcançados.

Através da investigação do tema por meio de levantamento bibliográfico e das observações realizadas dos acontecimentos do dia-a-dia da sala de aula observamos que uma revisão no papel da educação se faz necessário, para que as diferenças encontradas na sala de aula possam passar de dificuldades a potencialidades.

3. O FRACASSO ESCOLAR E AS DIFERENÇAS

Muitas são as dificuldades de aprendizagem na escola, que podem ser consideradas uma das causas que podem ter como consequência o fracasso escolar. Este fracasso não é só do aluno, uma vez que as escolas não estão preparadas para lidar com a diversidade encontrada entre os seus alunos. O fracasso escolar tem seu desencadeamento em alguns dos momentos do processo de ensino e aprendizagem. Este processo, segundo Perrenoud (2001) envolve um grupo de atores e suas ações, ou seja, o aluno, o professor, a concepção de ensino, de sociedade e do homem, a organização do currículo, o ambiente, as metodologias, as estratégias e os recursos.

Não pretendo neste momento, tratar individualmente de cada um destes momentos, mas apenas analisar alguns que são considerados de grande importância para este estudo.

3.1 O Currículo

O currículo, como o caminho que desejamos que os alunos percorram, em sua maioria muito tem contribuído para que este quadro permaneça. Ele em sua maioria apresenta conteúdos que vão requerer dos alunos um conhecimento prévio, e isto serve de divisor entre os alunos na sala de aula, pois nem todos os alunos partem de um mesmo ponto, ou seja, lidamos com níveis de conhecimentos prévios diferentes. O que normalmente acontece, é um programa, que privilegia os mais preparados e aumenta a distância entre estes e os demais. O aluno, ao deparar com as dificuldades em sua aprendizagem, muitas vezes começa a apresentar desinteresse. O desinteresse gera a indisciplina e as faltas às aulas.

Os programas aplicados nas escolas são elitistas em sua maioria, pois ignoram a diversidade social e cultural dos alunos. Uma criança criada em meio a pessoas instruídas, livros e computadores certamente não estranhará os trabalhos escolares e a relação com as exigências do processo de ensino. No entanto, encontraremos aqueles que viveram com pessoas quase analfabetas, passavam o tempo na rua ou diante de uma TV. Não há como desconsiderar a distância que estes terão de percorrer para alcançar os outros alunos.

A sociologia da educação deve, é claro, dar conta da relação entre o fato de pertencer a uma classe e o fracasso escolar. Mas também deve dar conta do fato de que essa relação não é mecânica. A explicação do fracasso escolar em termos de distância cultural entre o aluno e a escola deve, em primeiro lugar, ser construída no nível mais concreto: por um lado, o da distância entre a cultura que uma criança particular deve à sua família e, por outro, o currículo real e as normas de excelência com as quais é confrontada cotidianamente em uma sala de aula particular (PERRENOUD, 2001, p.131).

O professor no seu dia-a-dia vive em meio às diferenças, sabe, portanto que as crianças não aprendem da mesma forma. Logo, com o mesmo ensino não adquirem junta a mesma aprendizagem. É necessário diferenciar o ensino para prevenir o fracasso escolar.

De acordo com Perrenoud (2001, p. 51) “a diferenciação do ensino significa inevitavelmente romper com a forma de equidade, interessar-se mais por alguns alunos, atendê-los mais, propor-lhes atividades diferentes, julgá-los de acordo com exigências proporcionais às suas possibilidades”.

3.2 O Professor

Outro momento importante do processo é a interação entre professor e aluno. Vygotsky (1994), ao falar sobre a importância das interações sociais, deixa clara a ideia da mediação e da internalização como aspectos fundamentais para a aprendizagem, defendendo que a construção do conhecimento ocorre a partir de um intenso processo de interação entre as pessoas. Desta forma, a ajuda que o professor proporciona o cada aluno durante o processo, contará muito para o seu desenvolvimento. Quando esta ajuda acontece sem uma identificação das diferenças existentes entre os alunos, chegando até eles de uma única forma, o que teremos no fim do processo serão resultados que aumentarão ainda mais as diferenças iniciais.

A aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer 'dissociações de campo' e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo (WEISS, 1999. p.23).

O aluno não aprende sozinho, a aprendizagem depende da interação como professor e o meio. Sendo assim, a ajuda do professor precisa ser ajustada ao nível que o aluno apresenta em cada fase de aprendizagem. Indo um pouco além, a ação do professor nesta relação poderá tornar o aluno capaz ou incapaz. Em muitos dos casos que conhecemos os alunos não possuem dificuldades de aprendizagem, mas os professores é que apresentam dificuldades de ensinar. Diferente do passado, quando cabia aos alunos toda a responsabilidade pelo fracasso escolar, hoje estudos mostram que esta é uma questão complexa, vai além do aluno e do professor. O cotidiano escolar sofre as interferências de agentes como, a estrutura física da escola, os métodos de ensino utilizados, o grau de dificuldade dos conteúdos e o nível de conhecimento prévio dos alunos.

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