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FICHAMENTO COMENTADO: EPISTOLOGRAFIA JESUÍTICA NO BRASIL, GRÃO-PARÁ E MARANHÃO

Por:   •  9/2/2018  •  Resenha  •  897 Palavras (4 Páginas)  •  400 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO – UFRPE

UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA – UAST

CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS/INGLÊS

LITERATURA BRASILEIRA I – COLONIAL

4º PERÍODO

JENIFFER YASMIM LIMA DE SENA


FICHAMENTO COMENTADO:
EPISTOLOGRAFIA JESUÍTICA NO BRASIL, GRÃO-PARÁ E MARANHÃO

ALCIR PÉCORA

Serra Talhada - PE

2017

O artigo lido para discussão desse fichamento se baseia nas missões religiosas no Estado do Maranhão e do Grão-Pará em contraponto com a arte de escrever cartas “ars dictaminis” e também analisa e distorce nas entrelinhas os quatro processos de escrita das cartas jesuíticas e para entendermos melhor é preciso considerar a forte identidade cristã daquele povo no processo de reconquista e fortalecida pelos sucessos das Grandes Navegações, que o fazia entender que eram um povo eleito que deveria expandir o Reino de Deus/Cristandade. O artigo é iniciado mostrando a importância das cartas jesuíticas nesse processo de epistolografia.

“Ao tratá-las, aqui, enquanto manifestação de um gênero pretende-se ressaltar que elas não são uma tábua em branco impressionada por acontecimentos vividos pelos missionários, mas um mapa retórico em progresso, acomodado à conversão da “nova gentilidade” pelo corpo místico dos jesuítas.”

Ou seja, pode-se dizer que o autor também não considera a análise formal mais um elemento a ser estudado nas cartas, para ele, a abordagem formal tem uma implicação epistemológica. Em seguida Pécora explica cada termo do modelo histórico da ars dictaminis, cujas partes principais da disposição são salutatio, captatio benevolentiae, narratio, petitio e conclusio.

“A salutatio é a primeira parte do exórdio da carta. Trata-se de uma saudação breve, entendida como aplicação de uma fórmula piedosa, com poucas variações notáveis, seja qual for o lugar hierárquico do destinatário.”

“A captatio benevolentiae, segunda parte do exórdio, busca a disposição favorável do leitor para o que há de ler em seguida. Aqui, ao contrário do que ocorre na saudação, são amplos e diversificados os recursos efetuados pelas cartas jesuíticas.”

Nesses dois primeiros trechos ele explica com detalhes sobre ambas as partes, a salutatio invoca paz, graça ou consolação apenas em favor dos destinatários, como desempenho de zelo espiritual e humildade e sobre a captatio benevolentiae Pécora fala que “No âmbito da captatio é comum o jesuíta trazer para o primeiro plano as dificuldades da missão, reinterpretando-as como “fezes do cálix” da salvação do gentio, em que a fé se traduz, por vezes, não apenas como aceitação voluntária da morte, mas como intenso desejo do martírio.”  Então, na primeira parte temos saudações e na segunda temos as dificuldades enfrentadas diante das missões jesuíticas e também em outra direção sobre a captatio, pode ser também reflexões sobre o próprio ato de escrever a carta.

“A terceira parte da carta reúne os procedimentos da narratio, nos quais se trata de construir um relato do ocorrido a uma pessoa ausente.”

“Também há petitio para transformação da “casa de meninos” em Colégio; para construção e dotação deles; para criar ajuntamentos de índios em povoações convenientes (que exigiriam assim um menor número de padres); e ainda petições de óleos, batistérios, capas, ornamentos vários para os altares, campainhas, cálices, vinho, farinha; livros e orações; parecer de letrados sobre questões doutrinais da conversão etc.”

Podemos considerar a terceira parte denominada narratio a mais importante e de maior conteúdo da carta, digamos que toda a carta era de certa forma mais diluída na narratio, trata-se de “construir um relato do ocorrido à pessoa ausente”. A narratio tem ainda como função específica a sustentação eficaz da petitio, isto é, as várias solicitações efetuadas pela carta às autoridades competentes, ou seja, a petitio tratava nas cartas de questões mais formais.

Por fim na conclusio “A solicitação mais comum é a de mais padres para a missão, seguida pela de orações capazes de atenuar a falta deles. Também é usual combinar na conclusão os pedidos de vinda de padres, de orações dos irmãos, de benção do superior e de graça divina, de modo a que o lugar devocional criado na conclusio acentue a malha hierárquica e mística constituída pela Sociedade de Jesus.”

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