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Histórias de Daiane Hernandes

Abstract: Histórias de Daiane Hernandes. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  4/4/2014  •  Abstract  •  2.587 Palavras (11 Páginas)  •  199 Visualizações

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porta abriu e só pude correr com receio de perder o ônibus que me levaria para casa depois de um dia cansativo, deixei a porta e sai andando rapidamente pela beirada da calçada, virei a direita quase correndo e se não fosse por um reflexo teria dado de cara com um homem, caído no chão e com toda certeza perdido meu precioso tempo, sim, em São Paulo tempo é tudo. Atravessei a rua para chegar a calçada que tanto almejei, olhei para o final do terminal onde o ônibus para e o espaço estava vazio, respirei fundo por não te-lo perdido. Ao lado direito do terminal fica algumas lojinhas que vendem comidas, não podia deixar que meu estomago continuasse a roncar, então fui até uma que vendia muitos salgadinhos. Ruffles. Doritos. Sensações. Fofura. Fofura... é esse que quero, meu salgadinho de infância, tirei meu fone do ouvido, estava alto e não poderia conversar civilizadamente com a vendedora. Segundo minha amiga terei problemas auditivos no futuro.

-Boa noite. Quanto custa do fofura? - perguntei enquanto mexia na bolsa a procura da minha carteira vermelha e desgastada.

-Dois. - respondeu não dando muita atenção, estou acostumada, em São Paulo o mau humor está intrínseco em cada um, na verdade é preciso cuidado para não se contaminar com a negatividade. Sorri, queria ser amigável, estendi minha mão com as duas moedas de um real.

-Qual sabor você quer? - "PRESUNTO!" gritei mentalmente, como eu amava esse salgadinho, comia enquanto assistia pela décima primeira vez meu VHS favorito, Tarzan.

-Presunto. - ela sumiu dentro da cabine a procura do meu fofura, levantou com a embalagem azul e entregou-me - Ah, você poderia coloca-lo numa sacolinha? - ela acenou positivamente o colocou na sacola entregando-me finalmente. Sorri, coloquei meus fones no ouvido novamente e a musica alta invadiu meu ser. Virei meu corpo rumo ao ponto.

-...dinheiro... - Um sussurro apareceu em minha mente, percebi que alguém estava atras de mim, tirei o fone para escutar o que se passa no mundo externo, virei-me. Olhos tão profundos e tristes me fisgaram, era uma garota, com, aparentemente, 13 anos, usava roupas pequenas para sua idade, tinha pele morena, cabelos armados com a falta de cuidado. Mas, o que mais me afetou foi aquele olhar, triste, provador, esperando desesperadamente por uma moeda para entregar, provavelmente, a mãe que se escondia em algum lugar no terminal. Não foi preciso que ela repetisse o que havia me pedido, aqui nessa cidade grande, bonita, rica, esmola é algo comum, crianças sustentando suas mães... mais comum ainda. Fiquei sem responder por um tempo, enquanto pensava no que fazer para traz uma luz aquele olhar perdido.

-Você quer que eu te compre algo? - perguntei sinceramente e vi seu rosto mudar, uma mistura de felicidade com decepção, talvez ela realmente precisasse do dinheiro, mas então ela sorriu e balançou a cabeça positivamente. - O que você quer? Salgadinho? - pelo sorriso pareceu gostar da opção. - Pode escolher. - ela pensou bastante.

-Doritos! - finalmente escolheu, pensei que seria algo mais comum, mas a garotinha era exigente, ri um pouco do meu pensamento idiota.

-Quanto custa o doritos moça? - perguntei enquanto abria minha bolsa, por um instante, olhei para a menina para ter certeza de que ela não me espionava para ver quanto tinha em minha carteira, infelizmente isso é comum, ser assaltado quando tenta ajudar alguém, mas ela estava quietinha a espera de seu doritos. Meu coração apertou por ter pensado dessa forma, no que a vida me transformou? Duvidei de uma criança... uma criança que apesar de seus problemas não está fazendo mal a ninguém. Não pude deixar de sentir-me derrotada por mim mesma. Paguei o doritos e a entreguei, olhei-a mais uma vez.

-Obrigada. - saiu apressada, e mesmo que seu agradecimento tenha sido pronunciado baixo eu senti sinceridade.

-Foi a melhor coisa que você poderia ter feito. - a moça da loja finalmente falou mais de uma palavra, ela sorriu, pareceu gostar da minha atitude e saber que não seria a garota a beneficiar-se com o dinheiro que entregaria em suas mãos.

-Com certeza - sorri também e sai a caminho do ponto, mais a frente, no meio do trajeto a garota estava lá, com mais duas meninas, aparentemente irmãs, igualmente sujas e com roupas pequenas, dividindo seu doritos. Aquela cena me fez sentir feliz novamente, ela estava compartilhando o pequeno saco de 50 g, nesse momento desejei ter pagado mais caro por um pacote de 100 g ou mais. Eu passei sorrindo e acho que ela entendeu o porque.

-Obrigada! - era a voz da pequena garota novamente, parecia mais feliz.

-Obrigada! - esse era o coro das supostas irmãs, pareciam felizes também.

-Não foi nada. - Olhei para trás sorrindo, como gosto de fazer para demonstrar o que sinto e segui até a fila do ônibus.

O caminho todo até minha casa eu fiquei pensando no quanto essas crianças perdem de sua infância. Será que elas comem o salgadinho que desejam frequentemente? Será que fazem o que querem fazer quase sempre, ou no minimo as vezes? Então relembrei do meu antigo sonho, o de construir um orfanato com infraestrutura, grande o suficiente para suportar muitas crianças, quero num futuro próximo poder ajuda-las, quero mesmo.

Publicada por Daiane Hernandes à(s) 19:19 Sem comentários:

quarta-feira, 6 de Novembro de 2013

S.

O corredor pequeno e escuro por um momento pareceu infinito e sem nenhum brilho de luz, nesse momento a sensação de voltar ao passado cegou-me, o chão pareceu deslizar sob meus pés até sentir minha alma afastar de meu corpo perdido naquela nostalgia dolorida e que infelizmente me deixava feliz porque sabia exatamente o que aquele sentimento remetia. Um zumbi, um olhar sem vida onde o medo era algo completamente sem sentido, porque não me afetava. Lembrar de quem eu fui é como mergulhar em uma piscina gélida e sentir feliz recebendo as inúmeras facadas sem pensar na dor. É simplesmente bizarro relembrar e ter a certeza de que tudo mudou quando o sol apareceu.

Publicada por Daiane Hernandes à(s) 15:55 Sem comentários:

quarta-feira, 24 de Julho de 2013

desabafo, se fosse você não leria ...

Existem dias em que a mente prega peças em você, esfrega o passado na sua cara, aponta suas falhas e ri do quão mal você pode ficar. Mas o que fazer perante tanta ansiedade? Quando você anseia tudo e pensa nada ter. Quando quer dar passos maiores que suas pernas, precipita-se e cai. Na boa, dias como esses poderiam ir pra puta que pariu e nunca mais voltar.

"Nesses dias é preciso pensar em auto controle", mas como controlar sua mente? Ela não é concreta, não segura-se com as mãos para não cair, não treina-se para obter melhores resultados, não livra-se jogando aos ventos, não rasga-se imagens e muito menos seus ideais.Ta ai, uma pergunta que não faço a minima de como responder, como obter controle sobre algo abstrato...

Abstrato... bom, é como o coração, que por muitas vezes balança por dias, meses, anos e no fim é esmagado, machucado e mesmo assim continua batendo, eita bicho burro! Isso que resulta ser abstrato demais... é difícil de controlar.

Por isso, percebi o quão perigoso é lidar consigo mesmo, a mente fraca monta um quebra-cabeça com suas peças e te mostra apenas o que você não precisa relembrar, ou exatamente o que você precisa para sentir-se temporariamente melhor. Assim, conclui que não tenho respostas para nenhuma dessas perguntas e ter um psicológico abalado nessa modernidade é tão fácil quanto cair durante a infância.

Publicada por Daiane Hernandes à(s) 22:53 Sem comentários:

sábado, 20 de Abril de 2013

Um sonho insonhável

Uma vez ouvi dizer que as borboletas viviam apenas um dia, curiosa, busquei sobre a informação e ficou claro que era falsa. Entretanto, isso me fez pensar no quanto tudo é instável... um relacionamento, uma amizade, uma família. Tudo é abalável, pois o ser humano é como uma trilha de dominó quando trata-se de sentimentos, um choque, um erro, uma atitude impensada é capaz de desfazer toda uma estrutura. Gostaria de entender porque existe uma dependência tão grande quando o assunto é ser feliz, porque é necessário alguém ou alguma coisa para trazer essa felicidade.

Atualmente passa-se mais tempo infeliz do que feliz, você é instruído desde pequeno a estudar, ter um bom emprego, para ganhar bastante dinheiro e conquistar uma vida confortável. Mas me pergunto, para que vou querer tudo isso? Será que não seria mais feliz ao morar na beira do mar, numa casinha de bambu comendo frutas invés de Fast-food, olhando o próximo na mesma situação que a minha, será? Gostaria muito de saber, mas infelizmente eu nunca vou ter essa resposta, pois já sou uma robozinha treinada nesse mundo cada vez mais carente.

Eu sinto que as vezes seria a melhor opção, porque ao passar por um bosque, ao entrar em contato com a natureza, me sinto viva, não preciso de alguém ou algo para me fazer feliz, entre em sintonia com a vida. Imagino que isso não aconteça apenas comigo, pois a natureza tem o dom de tocar em você. Sabe quando escuta-se uma música estonteante que te faz querer erguer suas mãos no show? Ou quando a pessoa que você ama finalmente toca seus lábios? Essa é a sensação que sinto quando adentro um bosque e vejo uma borboleta passando na minha frente, dançando em seu voo mais que divino. Essa é a sensação que tenho ao ver o mar do nosso Brasil brilhando diante do sol e seu som brincando de me fazer relaxar, são essas sensações que me dizem que posso ser feliz comigo mesma, com a minha vida.

Por isso, queria poder viver uma vida de "vagabundo" construir minha própria casa em harmonia com a natureza e o meio ambiente. Queria retroceder aos meus ancestrais, aqueles bem longínquos que pescavam, caçavam e alguns até canibalizavam (masesseseunãoqueropertodemimnãohaha), quero simplesmente viver sem ter que contar o tempo e sentir a vida passar pouco a pouco, poder aproveita-la em todos os sentidos. Viver de acordo com o cronometro da natureza, sem hora para ser feliz, porque todo momento é momento!

Good vibes para essa semana :)

Publicada por Daiane Hernandes à(s) 20:45 Sem comentários:

quinta-feira, 6 de Dezembro de 2012

Minha visão sobre as cotas

É tão corrosivo ouvir pessoas falarem sobre as cotas, são opiniões distintas, algumas errôneas e preconceituosas, outras sonhadoras. Senti vontade de dar a minha opinião sobre esse assunto no quesito de cotas sociais e não raciais. Historicamente, o Brasil enfrenta um problema que é praticamente uma doença dentro da sociedade, a educação de base. É um pilar fragilizado, que o governo não quer sustentar da devida forma e usa as cotas para tapar as rachaduras que não se sessam em abrir. É óbvio que essa medida não contribui da melhor maneira possível, pois o pilar tá ali, ele existe, mas não passa uma real segurança para quem habita o local.

O caso é que na realidade o país precisa investir no início do problema, porque não dá pra correr sem aprender a andar, porém essa medida não é de todo mal, eu como ex-aluna de escola pública, sei muito bem da deficiência do ensino. A maioria dos professores são despreparados, a escola não possui infraestrutura, os alunos não tem empenho em aprender. É como falar sem ser ouvido. É como querer ouvir em um show no rock in rio. Agora, como uma pessoa que vive tudo isso pode ter oportunidade em entrar em uma faculdade pública (que teoricamente seria para pessoas que não podem pagar o ensino particular), competindo com pessoas advindas de escolas particulares, que preparam seus alunos desde o ensino fundamental?

É difícil um aluno de escola publica olhar para essa desigualdade e sentir-se capaz de entrar em medicina na USP. A cota tornou-se o Messias desses alunos, que batalham para diminuir uma diferença de anos de aprendizado. Entretanto, é triste ler que o ensino nas faculdade publicas vai cair absurdamente por culpa dos cotistas, como se nós não tivéssemos capacidade de acompanhar o ensino. Muita coisa entra em jogo, eu sou cotista e não é por isso que não estudo, pelo contrário, estudo muito. Talvez esse nível realmente caia, porque nem todo mundo tem o mesmo empenho, mas ninguém pode julgar algo que nem entrou no tabuleiro, não dá pra saber quem vai ganhar antes de ouvir o xeque-mate.

Descanse em paz Niemeyer :)

Publicada por Daiane Hernandes à(s) 08:38 Sem comentários:

domingo, 2 de Setembro de 2012

:))))))))

Há momentos na vida em que tudo parece remar contra maré e são milhares as situações capazes de desmotivar, transtornar, entristecer. As vezes, não é necessário um elemento externo, porque o nosso pior inimigo somos nós mesmos. Nossa mente é capaz de criar incapacidades, imagens distorcidas, interpretações erradas e pior do que isso, esquecer uma a uma as boas lembranças.

Muitas pessoas irão pensar que isso é algo idiota e fácil de se resolver, mas sinceramente, não é tão fácil quando isso acontece dentro de você. Esse é um ciclo vicioso que não se interrompe de uma hora para outra, não quando acreditamos nas verdades inventadas que criamos. Não enquanto nos colocamos como vítima de histórias que nem ao menos são reais.

E para ser sincera nem sei como acabar com isso, mas eu tenho certeza que deixar-se controlar por sentimentos medíocres não é a saída. A maior motivação é entender que não somos o centro do mundo, mesmo dentro de uma sociedade cada vez mais individualista. Somos seres capazes, com uma mente tão brilhante que é habilidosa o suficiente para destruir a si própria.

Publicada por Daiane Hernandes à(s) 12:14 1 comentário:

quarta-feira, 29 de Agosto de 2012

Voltei!

Finalmente, depois de anos consegui entrar no meu blog! E minha primeira vontade foi de postar uma redação sobre Humor que fiz no ano passado, mas que ainda acho muito válida! Tá sem título porque eu estou com muito sono para pensar em um, mas tá ai :)

"O humor atual em sua maioria, não segue uma linha horizontal, concisa, de crítica social e lúcida. Porém avança na vertical, com piadas de mau gosto que visam ridicularizar um grupo para agradar uma parcela da população politicamente incorreta.

Em primeira análise, encontram-se humoristas que utilizam a liberdade de expressão para ultrapassar os limites, com piadas de baixo nível. Um exemplo de falta de senso, é Rafinha Bastos, que publicou em seu “twitter” no dia das mães a seguinte frase: “ E aí, órfãos, dia triste hoje, não?”. Entretanto a infelicidade de um grupo não é motivo para chacota.

Em contrapartida, olha-se para o passado e tem-se na literatura, Manuel Antônio de Almeida. Que descreveu em seu único romance, personagens categóricas e denunciou problemas da sociedade da época de forma bem humorada e inteligentíssima. Dessa forma tem-se uma diferença gigantesca entre este humor e o que atualmente está em alta.

Em suma, a maior parte dos atuais humoristas precisa olhar para o passado e aprender a realinhar seu caminho. Procurar um humor que seja dotado de perspicácia e analise das estruturas sociais. Pois o humor é uma arte que traz reflexão e ajudará a conscientizar a população."

Publicada por Daiane Hernandes à(s) 22:22 Sem comentários:

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Descrição

Daiane Hernandes

Guarulhos, SP, Brazil

"A maior parte da nossa vida, é uma série de imagens.Elas passam pela gente como cidades numa estrada. Mas algumas vezes, um momento se congela, e algo acontece. E nós sabemos que esse instante é mais do que uma imagem. Sabemos que esse momento, e todas as partes dele...irão viver para sempre." Lucas Scott

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