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Idioma perguntas no livro de Eulália

Resenha: Idioma perguntas no livro de Eulália. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/5/2013  •  Resenha  •  1.520 Palavras (7 Páginas)  •  580 Visualizações

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Emília, Vera e Sílvia e são universitárias e professoras de uma escola pública que vão passar as férias no interior de São Paulo, na casa de Irene, tia de Vera, que é uma linguista. Logo que chegaram as universitárias criticam o português falado por Eulália, que é a empregada da casa e amiga de Irene. A partir disso, Irene resolve explicar questões linguísticas a elas e esclarece, através de aulas, que o preconceito linguístico não tem fundamentação, pois a história da Língua Portuguesa passou por várias fases e cada uma delas explica o uso dessas multiplicidades linguísticas. Irene elucida, a partir da fala de Eulália, que há muitas diferenças no modo de falar, sendo algumas delas: diferenças fonéticas (no modo de pronunciar os sons da língua), diferenças sintáticas (no modo de organizar as frases, as orações e as partes que as compõem), diferenças semânticas (no significado das palavras) e diferenças no uso da língua. Para dar nome a uma língua seria necessário levar em consideração as múltiplas variáveis que envolvem o ser que fala como: cor, sexo, nível social, grau de instrução, etc. Toda língua, além de variar geograficamente, no espaço, também muda com o tempo, ou seja, toda língua muda e varia. Quer dizer, muda com o tempo e varia no espaço. A mudança ao longo do tempo se chama mudança diacrônica. A variação geográfica se chama variação diatópica. A norma padrão (PP) é aquele modelo ideal de língua que deve ser usado pelas autoridades, pelos órgãos oficiais, pelas pessoas cultas, pelos escritores e jornalistas, aquele que deve ser ensinado e aprendido na escola.

Todas as variedades de uma língua têm recursos linguísticos suficientes para desempenhar sua função de veículo de comunicação, de expressão e de interação entre seres humanos. Nas aulas de linguística que Irene ministrou nas férias as universitárias, vários conceitos foram abordados, os principais são: o mito da língua homogênea, ou seja, as multiplicidades linguísticas que existem e necessitam ser respeitadas, sendo que sua utilização não deve ser considerada inadequada, pois são modos diferentes de se falar a mesma língua e, seu emprego, não prejudica o entendimento e tudo que parece erro no português não-padrão (PNP) tem uma explicação científica e lógica, e acaba incentivando o ensino da norma padrão, pois esta foi criada para que exista um modelo de comunicação nacional. No entanto, sugere que o ensino desta, seja voltado para a Linguística.

O livro busca sempre comparar o português padrão com o não-padrão para provar que há mais semelhanças que diferenças entre eles. Neste contexto discute que os falantes da norma não-padrão tem dificuldade de aprender a norma padrão, primeiramente porque o primeiro é transmitido naturalmente, já o segundo requer aprendizado e, como na maioria das vezes, essas pessoas pertencem à classe baixa, abandonam a escola cedo para trabalhar ou desistem de estudar por serem discriminadas linguisticamente, dessa forma o problema acaba adquirindo grandes proporções. Esses preconceitos fazem com que a criança que chega à escola falando PNP seja considerada uma “deficiente” linguística, quando na verdade ela simplesmente fala uma língua diferente daquela que é ensinada na escola. Por outro lado, cria no professor a sensação de estar tentando ensinar alguma coisa a alguém que nunca terá condições de aprender. Daí resulta que o aluno fica desestimulado a aprender, e o professor, desestimulado a ensinar. Todo professor é professor de língua. A escola não reconhece a existência de uma multiplicidade de variedades de português e tenta impor a norma-padrão sem procurar saber em que medida ela é na prática uma “língua estrangeira” para muitos alunos, senão para todos.

Irene usa a história da língua na tentativa de mostrar que a língua portuguesa, em todas as suas variedades, continua em transformação, continua mudando, caminhando para as formas que terá daqui a algum tempo. Todavia, a eficácia do português não-padrão não pode ser negada, pois consegue diminuir as regras gramaticais tornando-as mais simples, isso ocorre frequentemente com o uso de concordância, plural e conjugação verbal. Essa postura não deve ser detestada, pois esse processo é comum em muitas outras línguas, mesmo na norma padrão delas como o Inglês, por exemplo. No caso do português, há ocorrências de vários fenômenos linguísticos, os principais são: rotacização que é a troca de L por R nos encontros consonantais, este pode ser explicado através da origem das palavras no latim que recebiam R, mas com o passar do tempo essas palavras sofreram modificações, porém alguns falantes não tiveram ciência disso e assim estão preservando os traços do português arcaico; eliminação das marcas de plural redundantes; yeísmo que é a troca de LH por I, essas mudanças ocorreram devido a ser mais cômodo pronunciar I do que LH; simplificação das conjunções verbais, por exemplo, eles gosta, nós gosta, vocês gosta; assimilação é a transformação de ND em N e de MB em M, isso se explica porque essas consoantes são dentais e o som de uma está muito próximo da outra; redução do ditongo OU em O, exemplo poco (pouco) e ropa (roupa), EI em E, exemplo chêro (cheiro) e quêxo (queixo), E e O átonos pretônicos, exemplo bibida (bebida) e furmiga (formiga); contração das proparoxítonas em paroxítonas, que não é exclusivo do português não-padrão que tem um ritmo paroxítono, já que palavras proparoxítonas em Latim passaram a serem paroxítonas também no português padrão, exemplo arvre (árvore); desnalização de vogais postônicas que ocorre na norma padrão e não-padrão, caracteriza-se por eliminar o som nasal das vogais que estão depois da sílaba tônica, o que é uma tendência natural

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