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Importância Da Didática

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Por:   •  9/5/2014  •  2.693 Palavras (11 Páginas)  •  352 Visualizações

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PARTE I – DIDÁTICA: ALGUMAS REFLEXÕES

Para iniciar o estudo convidamos você a refletir, primeiramente, sobre a seguinte questão:

Como e o que levar em conta sobre o ato de ensinar / aprender no século XXI, ou seja, existe uma Didática “ideal” que dê conta deste desafio?

Essa, com certeza, é uma questão complexa para ser respondida de imediato, pois seu objeto é difícil de ser limitado, além do que a sua conceituação é polissêmica. Lemos, por exemplo, na literatura especializada, termos como Didática geral, Didática aplicada, Didática teórica, Didática tradicional, Didática crítica, etc., sem falar em outras didáticas – todas com objetos específicos, como Didática da Educação Física, da História, do Português, de Inglês e de muitas outras áreas do conhecimento humano.

Você saberia então definir e diferenciar esses termos?

A Didática está inserida na Pedagogia e tem a escola em todos os seus movimentos como o lócus para a ação pedagógica. A Pedagogia, enquanto ciência da Educação, necessita de outras ciências como a Psicologia, a Sociologia, a Biologia, a Filosofia, a História, entre outras, para completá-la. Daí o seu status polissêmico, ou seja, a crise da disciplina Didática.

Como pode ser compreendida, então, a amplitude conceitual do termo Didática?

Para auxiliar na resposta desta questão, convidamos você a realizar a leitura do texto complementar que se segue. Em seguida, você irá conhecer a evolução histórica do conceito de Didática.

Leitura Complementar

A seguir, leia o texto elaborado por Baline Bello Lima, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Observe que a autora traça uma análise introdutória, oportuna e interessante sobre o que é Didática. Ela apresenta argumentos que vão lhe permitir repensar a sua prática docente e é exatamente esse um dos nossos objetivos do curso.

DIDÁTICA

“De modo geral, a palavra Didática se associa a arrumação, ordem, logicidade, clareza, simplificação e costuma, portanto também conotar rigor, bitolamento, limitação, quadratura. Se ela adquiriu significados negativos, supõe-se que a origem deles esteja no práxis, ou seja, o exercício regular da Didática, em todos os níveis de ensino, seria responsável pelo seu desprestígio ou má fama. Realmente, muitos manuais de Didática estão cheios de itens e subítens, regras e conselhos: o professor deve, o professor não deve e ficam, portanto, muito próximos dos receituários ou listagens de permissões e proibições, tentando inutilmente disfarçar o seu vazio atrás de excessivo formalismo.

Corroborando todas estas restritivas, fez-se popular o seguinte conceito de Didática - disciplina com a qual ou sem a qual tudo fica tal e qual.

De fato, convém perguntar como aprenderam os nossos antepassados, entregues a professores leigos, cuja preocupação maior era a competência conteudística, a manutenção do respeito à cátedra e a sua pessoa, que do alto do seu tablado despejava sobre os alunos seu saber irrefutável. Por outro lado, com tanta didática hoje em voga, enriquecida pela psicologia, pela análise de sistemas e por toda a tecnologia do ensino, como explicar que o ensino continue piorando sempre, como a querer comprovar a inutilidade desses recursos?

Aliás, estarão eles sendo utilizados? E se realmente estão, haverá em seu emprego uma dose mínima de consciência, de adequação, de espírito de busca e pesquisa? Ou tudo acontece na simples cópia ou transplante de modelos inadequados à realidade brasileira e, por isso, devidamente rejeitados?

Como saber também se o caos do ensino seria bem maior, sem as tentativas de reformulação, sem o esforço das Faculdades de Educação com licenciaturas, sem os cursos de reciclagem, sem as pós-graduações em Educação?

O momento pedagógico é dos piores, reflete os problemas da sociedade doente, inflacionada, violenta, desigual. Não adianta, pois, esperar milagres da Didática. Conviria, ao contrário, tomar consciência dos seus limites e possibilidades e impedir que ela fosse mais um elemento de manipulação do homem, de violação dos seus direitos, de repetição do passado. Enfrentar o amanhã com as armas de ontem é garantir, previamente, a derrota. Desistir de lutar, sob o pretexto de falta de equipamento, é covardia. Não há verbas, não há material, mas o recurso humano, o mais válido, existe, e aí está a exigir um azeitamento interior, capaz de acioná-lo.

De um professor de Didática espera-se que seja pelo menos um didata, não na acepção vulgar da palavra, mas no sentido de reconhecer que suas atitudes valem bem mais que suas técnicas, que, trocando com seus alunos o que ele é, abrirá caminhos mais amplos do que se apenas trocar com eles o que sabe, tentando moldá-los a si, ao seu fazer didático. Do professor de Didática é natural que o aluno cobre um pouco mais do que de qualquer outro professor: em primeiro lugar, ele exige respeito ao que ele (aluno) é; em segundo lugar, que ele vivencie e comprove numa lição de autenticidade o que ele (professor) considera correto, mas que tenha também abertura para valorizar outras opções...

Uma Didática de vida estaria à frente de qualquer Didática legista ou receitante; a vivência didática seria preferível à permanência no exercício didático isolado ou atomizado. Ser o professor é conseguir integrar, harmoniosamente e com amor, as habilidades antes treinadas em separado. Se em cada habilidade ele se coloca, sua humanidade ultrapassará a técnica, conferindo-lhe espaços inusitados.

Este estudo tem por objetivo central valorizar a contribuição que a criatividade pode trazer à Didática, ampliando-a, libertando-a de padrões rígidos e estagnantes, abrindo-lhe perspectiva que possam redimensioná-la e torná-la um instrumento útil ao ensino. Uma Didática Criativa tentaria responder aos constantes ataques de que a Didática não leva a nada e até colabora para o emperramento do sistema escolar.

Não se trata de negar as bases técnico-científicas em que se assenta a Didática, mas de, em as mantendo, acrescentar-lhes uma possibilidade a mais - a da ousadia, a do incomum, a do ilógico, a ênfase a tudo o que foge aos padrões cotidianos e rotineiros. Parte-se do pressuposto de que se a Didática se alicerça na psicologia da aprendizagem e se alimenta da tecnologia do ensino, nada impede o seu enriquecimento ou extrapolação na dinâmica da criatividade.

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