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Kalma Marks

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Por:   •  30/9/2014  •  2.544 Palavras (11 Páginas)  •  304 Visualizações

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Aula-tema 01: A Sociologia da Educação e os Enfoques Teóricos da Sociologia na Educação: o Positivismo de Auguste Comte

A Sociologia é uma ciência voltada ao estudo da sociedade, das relações e das configurações sociais. De modo geral, é possível dizer que os sociólogos visam, portanto, compreender as características e o funcionamento das sociedades.

Muitas ciências são influenciadas por análises sociológicas, como é o caso da Pedagogia. Isso porque é importante que os educadores estejam conscientes da relação existente entre a sociedade, o indivíduo e a educação.

As sociedades são bastante diversas. Quando olhamos para diferentes países, conseguimos observar claramente as diferenças existentes entre os indivíduos: a maneira como estes se comportam, suas respectivas crenças, do que se alimentam, enfim, constatamos a existência de culturas variadas, de povos que são diferentes uns dos outros.

Aliás, dentro de um mesmo país pode existir uma considerável diversidade cultural. Pense no Brasil e nas diferenças regionais entre o Nordeste e o Sudeste. Podemos dizer que existe uma cultura do baiano e uma cultura do carioca. Mesmo que ambos compartilhem a identidade nacional brasileira, eles são indivíduos diferentes entre si.

Podemos, então, nos perguntar: mas o que faz um baiano ser diferente de um carioca? E a resposta a essa questão passa pelo fato de que diferentes culturas geram diferentes processos de socialização, isto é, quando nascemos dentro de uma determinada sociedade, esta nos constrói, como indivíduos, dentro de seus princípios culturais específicos. E, dentro dessa formação, desse socializar, está também o processo de educar.

Dizemos, portanto, que cada sociedade possui um tipo particular de educação. A educação é reflexo do contexto social na qual ela está inserida, ou seja, o social direciona o educar. Por isso, a educação na Bahia possui aspectos que a diferenciam da educação oferecida no Rio de Janeiro.

Um educador deve estar atento ao contexto em que atua para garantir uma educação que atinja os seus objetivos, isto é, garantir que suas ações de fato eduquem. Dar aulas em áreas urbanas e rurais ou mesmo em bairros ricos e pobres, de uma mesma cidade, requer estratégias diferenciadas. Em outras palavras, o professor precisará se adaptar às particularidades desses diferentes contextos sociais, o que inclui desde a maneira como ele fala com os alunos até o tipo de conteúdo que ele trabalha em sala de aula.

Sendo assim, a Sociologia auxilia a Pedagogia a estabelecer as necessárias conexões entre a sociedade e o educar, reforçando a necessidade de um educador olhar para o seu aluno de maneira ampla, isto é, como parte e resultado de um contexto social.

Para entender as principais discussões da Sociologia da Educação, ao longo do curso, estudaremos algumas obras de grandes sociólogos.

A Sociologia surgiu por volta do século XIX na França, mas consolidou-se como ciência ao longo do século XX. O processo de formação da Sociologia como uma nova disciplina científica foi um momento no qual o mundo estava sofrendo os efeitos de importantes transformações, por exemplo:

- Revolução Científica: surgiam muitos avanços técnicos.

- Iluminismo: valorização do materialismo e crença absoluta na razão humana.

- Avanço das Ciências Naturais: explicações religiosas perdiam espaço.

- Revoluções políticas, especialmente ocorridas na França (Revolução Francesa) e na Inglaterra (que despontaria na Revolução Industrial).

O contexto apresentado acima aponta para as diversas mudanças ideológicas e culturais que estavam ocorrendo nas sociedades. Dessa forma, algumas pessoas passaram a repensar o mundo e a forma de viver, com o desejo de intervir na configuração da nova realidade em construção.

Foi nesse cenário que o pensador francês Auguste Comte (1798-1857) destacou a Sociologia (inicialmente chamada por ele de Física Social) como designação de uma nova ciência e o Positivismo como uma nova corrente de pensamento.

Na perspectiva de Comte, os fenômenos sociais deveriam ser reduzidos a leis gerais, tais como as leis da física. O autor acreditava que, dessa forma, a vida em sociedade poderia ser prevista com base em certas regras fixas, como, por exemplo, relativas ao modo de viver dos indivíduos. Tal pensamento privilegiava, portanto, as regularidades em detrimento das mudanças bruscas. Entre outras coisas, Comte desenvolveu a ideia evolucionista de que o desenvolvimento intelectual humano atravessaria três estados ao longo da história dos homens: o estado teológico, o metafísico e o positivo.

Nesse sentido, destaca-se também o Positivismo como uma filosofia cujo objetivo era o de garantir o que se considerava como uma necessária evolução da humanidade em direção ao progresso, ao mesmo tempo em que afirmava uma ordem preestabelecida, na qual as infrações eram percebidas como negativas.

Em outras palavras, o Positivismo afirmava haver um caminho, uma ordem para que cada sociedade evoluísse e alcançasse o progresso. A crença em tal ordem levava portanto à afirmação de leis gerais que todos os homens deveriam seguir para alcançar o que se tomava por progresso.

Apesar de seus planos, Comte não conseguiu elaborar um tratado sobre educação universal, porém teceu algumas considerações pedagógicas sobre a importância, o papel e a proposta da educação positivista.

A educação positivista é dividida em dois níveis: a Educação Familiar, que é a educação espontânea, materna e voltada à formação moral; e a Educação Sistemática e Pública que ocorre após a formação moral, iniciada no âmbito familiar, por meio de filósofos-educadores.

O método da educação positiva também se divide em duas fases: antes da puberdade, quando enfatiza a preocupação com o concreto, a observação e a prática de exercícios; e a partir da puberdade, momento em que busca a sistematização por meio de lições formais e programação hierárquica e orgânica das ciências.

Os ideais positivistas de ordem, evolução e progresso são aplicados nas perspectivas educacionais, sobretudo por meio da imposição da disciplina como função primordial da escola. A educação deve impor autoridade a partir de uma concepção hierárquica da relação entre educador e educando. Portanto, o educando é tido como receptor passivo e o educador, como fonte de conhecimento, agente transmissor de cultura.

O Brasil foi bastante receptivo ao Positivismo e sua influência se deu, principalmente, em momentos em que a sociedade

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