Linguagem prescritiva x discritiva

Se existe uma ampla discursão dentro das Universidades, ONGs, Conselhos de Educação sobre as diretrizes para elaboração de livros didáticos adotados nas escolas brasileiras é porque algo nessas diretrizes esta errada ou porque desejam que seja incluído algo. A probabilidade maior é para incluir algo, pois nossa língua já é bem definida e estruturada. Sabemos e vivenciamos em nosso dia-dia a linguagem informal, ou seja, uma linguagem criada socialmente sem regras de ortografia. Por este motivo aquela tal discursão vem acontecendo, será que querem incluir ensinamentos de linguagem informal em nossos livros didáticos?

A gramática prescritiva, que é basicamente nossa linguagem tradicional ou normativa cheio de regras e normas, é utilizada em todos os ambientes acadêmicos em todo o país. Para sermos aceitos nas universidades ou concursos públicos temos que dominar esta língua, pois as atividades curriculares e provas exigem competência discursiva. Os livros didáticos são muito importantes no aprendizado, pois trazem os conteúdos necessários para que os estudantes aprendam a dominar a linguagem tradicional. Os PCNs citam que independente da noção de gramática relativa ao conhecimento que o falante tem de sua linguagem, eles precisam ter domínio da linguagem prescritiva, pois as atividades curriculares em Língua Portuguesa correspondem, principalmente, a atividades discursivas.

A gramática descritiva corresponde ao estudo das manifestações da linguagem, ou seja, linguagem do dia-dia sem regras, como ela é realmente falada. Mesmo ela sendo construída socialmente fazendo parte de nossa cultura ela não deve ser introduzida em livros didáticos, porque não existe um padrão da linguagem descritiva, cada estado ou região tem suas peculiaridades. Não podemos incentivar esta prática, pois é um formato de linguagem muito pobre, não estou desmerecendo a população humilde, apenas discordo com o regresso do progresso. O excerto do livro “Por Uma Vida melhor” traz uma forma de linguagem que é até engraçada de ler, porque escuto frases tal com aquelas todos os dias, respeito quem se expressa desta maneira, mas discordo em propagação disso em livros didáticos, porque não se constrói um texto jornalístico ou acadêmico com gramática descritiva.

Eu não concordo em mesclar a linguagem normativa com a descritiva num livro didático, pois todo nosso futuro como professores e alunos dependem da linguagem culta para avançarmos na vida acadêmica.

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