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Modernismo no brasil. Primeira geração:ousadia e inovação

Por:   •  20/10/2015  •  Projeto de pesquisa  •  1.705 Palavras (7 Páginas)  •  1.221 Visualizações

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Modernismo no brasil. Primeira geração:ousadia e inovação

Fevereiro de 1922

No elegante Teatro Municipal,a elite assiste assombrada à apresentação de irreverentes jovens  artistas: sua arte redefine de modo ousado os padrões estéticos em voga.A reação à apresentação é violenta e imediata.

A polêmica exposição de Anita Malfatti

Em 1917,ao voltar dos Estados Unidos,a jovem Anita Malfatti expôs algumas de suas obras, que ilustravam a influência das vanguardas européias.Monteiro Lobato chamou a atenção do publico para a exposição,ao publicar no jornal uma dura critica ao trabalho da artista.

Paranóia ou mistificação

Há duas espécie de artistas.Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em conseqüências disso fazem arte pura,guardando os eternos ritmos da vida,e adotando para a concretização das emoções estéticas os processos clássicos dos grandes mestres. [...] A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza,e interpretam-na à luz de teorias efêmeras,sob a sugestão estrábicas das escolas rebeldes ,surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. [...]Embora eles dêem como novos percussores duma arte de vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica:

Nasceu com a paranóia e a mistificação. De há muito tempo já que a estudam os psiquiatras em seus tratados,documentado-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios.A única diferença reside em que nos manicômios esta arte e sincera, produtos ilógicos de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses e fora dele, nas exposições publicas,zabumbadas pelas imprensa e absorvidas por americanos malucos,não há sinceridade nenhuma,nem nenhuma lógica sendo mistificação pura.

Semana da arte moderna: três noites que fizeram historia

  Em 1922, comemorava-se o centenário da independência política do Brasil.

 Os intelectuais, modernistas viram na data a oportunidade de promover um evento de gala, em que as novas tendência estéticas fossem apresentadas. Nasceu assim a idéia de realizar um semana de arte  moderna.

 O grupo, formado por Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti de picchia, Di Cavalcante e Mario de Andrade, organizou uma serie de conferencias, exposições e concertos para divulgar as novas posturas estéticas que eles já discutiam havia anos.

  Logo, importantes intelectuais cariocas aderiam ao evento: Sergio Buarque de Holanda, Heitor Villa-Lobos, Manuel bandeira( que na compareceu,mas enviou o poema) foram apenas, alguns dos nomes que tomaram parte na Semana de Arte Moderna.

    Vaias, relinchos e miados: o espanto do publico

        Na noite de 13 de fevereiro, a elite paulistana compareceu em peso no Teatro Municipal, alugado por 847mil réis9algo próximo a (R$20.000.00),para assistir à conferencia de abertura,feita por Graça Aranha.

        A confusão aconteceu na segunda noite, Menotti Del picchia, reagindo à reprovação da platéia, afirmou que os conservadores provavelmente desejavam enforcá-los “um a um, nos finos assobios de suas vais”.Quando Ronald de Carvalho leu o poema “Os sapos”,no qual Manuel bandeira critica a estética parnasiana agitação virou confusão.

        [...]

        O sapo-tanoeiro,

        Parnasiano aguado

        Diz:- “Meu cancioneiro

        É bem martelado.

        Vede como primo

        Em comer os hiatos.

        Que arte! E nunca rimo

        Os termos cognatos.

        O meu verso é bom

        Frumento sem joio.

        Faço rimas com

        Consoantes de apoio.

        Vai por cinqüentas anos

        Que lhes dei a norma:

        Reduzir sem danos

        A forma a forma.

        Clame a separia

        Em criticas céticas

        “ Não há mais poesia,

        Mas há artes poéticas... “

        

        Urras o sapo-boi:

        -“meu pai foi rei”-“foi!”

        -“não foi”-“Foi!”-“Não foi!”

        [...]

        A platéia o acompanhou com apupos e assobios,repetindo ruidosamente o refrão “não foi!”-“foi!”- “não foi!”.

        O terceiro dia foi marcado pelo incidente com Villa-Lobos. Atormentado por um calo,o musico não conseguiu calçar os sapatos que combinassem com a roupa de gala usava e apresentou-se se casaca e de chinelos.Atribuindo o gestos a uma excentricidade “futurista”,boa parte dos presentes sentiu-se ofendida pela atitude do maestro.

 

O projeto literário da primeira geração modernista

        Menotti de picchia  resumiu  de modo objetivo o projeto literário da primeira geração de modernista brasileiros.Segundo ele, o grupo  da semana de arte moderna “não formulou um código: formou uma consciência,um movimento libertador a integrar nosso pensamento e nossa arte na nossa paisagem e no nosso espírito dentro da autentica brasilidade”.Mas uma vez a busca pela identidade nacional voltava ao centro do projeto literário de uma geração.

         Para cumprir esse projeto, o movimento, inspirado pelas propostas iconoclastas das vanguardas européias, deu inicio a um questionamento sistemático dos valores que fundamentaram o gosto nacional. A renovação das vanguardas começava pelas destruições dos valores do passado.

        A crença da necessidade de destruir esses valores para propor um novo olhar para a arte que anima os primeiros modernistas. Assim, ao mesmo tempo que dava seu grito de independência e se revoltava contra modelos do passado,enfrentavam heroicamente a resistência de um publico que cultivava esses modelos como sinônimo de beleza.

Agentes do discurso

As condições de produção da primeira geração modernista estão diretamente ligadas ao fenômeno das vanguardas culturais européias.

Embora o jornal de noticias, na Bahia,tenha publicado  o manifesto do futurismo em  dezembro de 1909,as propostas de Marinetti não alcançaram repercussão entre os brasileiros, foi so em 1912 quando Oswald de Andrade republicou o texto que as idéias futurista começaram a inspirar os jovens brasileiros.

Para divulgar essas idéias e, principalmente, aproveitar a agitação provocada pela semana de arte moderna,foi preciso imaginar novos meios de realizar a circulação de textos. Os primeiros modernistas brasileiros investiram no lançamento de revista e manifesto.

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