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O FICHAMENTO DE CITAÇÃO

Por:   •  16/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.405 Palavras (10 Páginas)  •  207 Visualizações

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FICHAMENTO DE CITAÇÃO

WANDERLEY, João Geraldi. A aula como acontecimento. Portugal: Universidade de Aveiro, 2004.

“Creio que a identidade profissional do professor ao longo da história se construiu, essencialmente, pela sua relação como conhecimento. [...] a relação com o conhecimento, mais do que a própria relação pedagógica, isto é, a relação com os aprendentes, desenhou os diferentes perfis profissionais cuja sequência constitui a história da nossa profissão.” P. 8

“Nós nos formamos professores ao longo de alguns anos de estudo de certos conteúdos, que adquirimos, que encorpamos, e que nos remodelam, nos tornam a pessoa que não éramos. [...] é consequência de um longo processo histórico de identidade do professor que se mostra nos nossos cursos de formação. [...] o que pretendo discutir aqui é que, talvez, isto apenas nos forme, mas não nos torne professores.” P. 8

“[...] anterior ao sentido contemporâneo de escola, as primeiras escolas foram seguramente o que podemos chamar de ‘escolas de sábios’. [...] Em resumo, havia um produtor de conhecimentos, e esse produtor de conhecimentos, porque produtor, era buscado por seguidores, voluntário as vezes, forçado outras vezes, por interesses no conhecimento ou por demonstração de prestígio.” P. 8

“1. Ser hábil para ensinar mesmo não sendo muito dotado;

  2. sua função é comunicar (e infundir) na juventude uma erudição já preparada, e não retirada da própria mente (isto é, não precisa ser produzida por ele próprio);

 3. para exercer sua função, tudo se lhe dá nas mãos: o que e como ensinar (uma partitura á composta).” P. 10

“O professor não precisa ser douto, mas saber tudo o que deve fazer, e este ‘tudo’ lhe é dado nas mãos pelos doutos, que preparariam o que ensinar e como ensinar.” P. 10

“Essa identidade social do professor, o sujeito que sabe o saber produzido por outros e que o transmite, permanece ao longo da história, mais ou menos no século XVII até o início do século XX.” P. 10

“É com o desenvolvimento das tecnologias que, a partir da segunda revolução industrial [...] outra divisão social do trabalho vai-se operar, construindo uma nova identidade do professor [...] o professor já não mais se define por saber o saber produzido pelos outros, que organiza e transmite didacticamente a seus alunos, mas se define como aquele que aplica um conjunto de técnicas de controle na sala de aula.” P. 11

“[...} isto implicará inúmeras mazelas que têm sido denunciadas pelo discurso crítico: culpabilização do aluno pelo insucesso escolar, reprodução das realidades sociais, desvalorização das culturas escolarmente não rentáveis, etc.” p. 12

“[...] Há uma nova instância discursiva construída pelas novas relações de produção. E nestas instâncias são seriados os conteúdos de ensino como se os conhecimentos tivessem diferentes níveis.” P. 12

“As avaliações de aprendizagem, que deveriam ser diagnósticos de acções a serem executadas no processo de ensino, indicações de caminhos a serem percorridos no aprender a ensinar a aprender, tornam-se verificações de fixação de conteúdos e quando o insucesso surge, culpa é do aluno e não do material com que ele tentou aprender. É que ensinar não é mais um modo de construir uma civilização, mas um modo de controlar e restringir sentidos.” P. 12

“[...] A escola conseguiu não só culpabilizar os alunos, mas também ideologizar os pais.” P. 12

“escreve-se uma história de inculcação da ideologia da incompetência, operação que atinge preferencialmente sujeitos de determinada classe social. [...] se a alguém lhe foi dada a oportunidade e assim mesmo ele não aprende, trata-se de incapacidade.” P. 12

“Esse modelo de professor como sujeito que controla o processo de aprendizagem entra em crise nas duas últimas décadas do século XX. E nós estamos vivendo precisamente esse momento de crise, cuja amplitude não está deixando nada de fora.” P. 13      

“A escola é chamada a responder um desfaio que não é seu, porque já não é mais um desafio proposto pela relação entre professor, alunos e conhecimentos, mas posto pela vertiginosa obsolescência de saberes e práticas produtivas. [...] cria-se uma pressa de formação e paradoxalmente chama-se a escola para uma vocação que não é sua: a de estacionamento provisório de mão de obra descartada pelos modos tecnológicos globalizados de produção.” P. 13

“E as políticas educacionais neoliberais [...] não souberam fazer mais do que propor sistemas de avaliação e avaliações da sistemas/redes de ensino, cujos resultados produzem hierarquizações das instituições de ensino, sinalizando para o ‘mercado consumidor’ quais as escolas nível A.” p. 14

“Há crise nos processos de produção de conhecimento, há crise nas formas de inserção social da juventude sufocada pela destruição dos lugares possíveis de trabalho e convívio, não poderia deixar de haver crise na identidade da profissão do professor. E a construção de uma nova identidade não se processará simplesmente na redefinição das formas de relações   entre a tríade professor, alunos, conhecimento.” P. 14          

“esta nova identidade em construção para o professor terá profundas relações com as novas formas de conhecimentos: sempre parciais, locais, incertos. [...] por isso nossa nova identidade profissional se constituirá no âmago da solução do conjunto das demais crises, e sua própria é já força de construção de soluções.” P. 14

“Talvez possamos apontar para a inversão de flecha na relação do professor e alunos com a herança cultural como ponto de flexão nesta construção identitária.” P.14

“A herança cultural continua disponível, mas ela deve ser entendida como de fato é: não apenas um conjunto de disciplinas científicas, mas um conjunto de conhecimento e de saberes.” P. 16

“Na inversão da flecha, p professor do futuro, a nova identidade a ser construída, não é a do sujeito que tem as respostas que a herança cultural já deu para certos problemas, mas a do sujeito capaz de considerar o seu vivido, de olhar para o aluno como um sujeito que também já tem um vivido, para transformar o vivido em perguntas.” p. 17

“A transformação que a inversão da flecha na relação com a herança cultural exige que cada sujeito – professor e aluno – se tornem autores.” P. 19

“ensinar não é mais transmitir e informar, ensinar é ensinar o sujeito aprendente a construir respostas, portanto só se pode partir de perguntas. Por isso a inversão da flecha. [...] Tornar a aula como acontecimento é eleger o fluxo do movimento como inspiração, rejeitando a permanência do mesmo e a fixidez mórbida no passado” p. 19      

O autor João Wanderley Geraldi, em seu texto “A aula como acontecimento” nos leva a conhecer e refletir sobre os diversos momentos e fases da escolarização, remetendo a aprendizagem e ao processo de ensino ao que diz respeito a identidade profissional do professor. Wanderley discute em sua fala a concepção de aula como acontecimento propondo uma reflexão acerca do discurso pedagógico. Dessa relação emerge um discurso polêmico, envolvendo professores e alunos como interlocutores, produtores e coprodutores de seus discursos, dentro e fora das salas de aula.  Um dos principais pontos que orienta o texto é interpretação da escola como um lugar  de  aprendizagem  e  o saber de que o ensino  a  ela  se subordina, por isso este não pode definir suas sequências, fixar um currículo  e determinar desde sua organização o que e o quando algo deve ser aprendido. Quem está aprendendo é um sujeito falante, produtor de compreensões, com ritmos, interesses e história. Outro ponto importante que o texto expõe é a definição da linguagem como uma atividade, e as línguas, produtos desta atividade, para evidenciar que ambas não são sistemas fechados e acabados, mas que é nas interações com os outros que ela se materializa, não só a si mesma mas também aos sujeitos que por elas se constituem, criando ainda que inocentemente formas de compreensão do mundo e construindo sistemas de referências, criando assim sujeitos ativos. O texto ainda reflete, mesmo que moderadamente as relações de poder que se desvelam na sociedade, quer pela discriminação linguística, quer pela imposição de normas, criando um conceito de erro ou a defesa de um purismo linguístico. Esses pontos destacados, bem como, outros pertencentes ao texto, é bastante pertinente a nós enquanto indivíduos, sobretudo, enquanto estudantes de letras e posteriormente formados professores para que melhor entendamos os processos pedagógicos de ensino/aprendizagem, para assim desempenharmos um bom trabalho dentro da sala de aula.      

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