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O LÍRICO E O SOCIAL NA POESIA E NA PROSA DE MARIO QUINTANA

Por:   •  3/12/2018  •  Projeto de pesquisa  •  2.290 Palavras (10 Páginas)  •  182 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS COORDENAÇÃO DE LETRAS VERNÁCULAS

BRUNA INGRYD MOREIRA CAMPOS

O LÍRICO E O SOCIAL NA PROSA E POESIA DE MARIO QUINTANA

TERESINA (PI) 2017


BRUNA INGRYD MOREIRA CAMPOS

O LÍRICO E O SOCIAL NA PROSA E POESIA DE MARIO QUINTANA

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Licenciatura em Letras Português e Literatura de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Piauí (UFPI), como requisito parcial para avaliação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientadora: Profª Draª Maria Elvira Brito

TERESINA (PI) 2017


SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO        3
  2. OBJETIVOS        4
  1. Objetivo Geral        4
  2. Objetivos Específicos        4
  1. JUSTIFICATIVA        4
  2. REVISÃO DE LITERATURA        5
  3. METODOLOGIA        7
  4. CRONOGRAMA        8

REFERÊNCIAS        8


  1. INTRODUÇÃO

A leitura da obra do escritor e poeta Mario Quintana permite localizar tanto textos em que o lirismo e a subjetividade prevalecem, quanto textos em que a referência ao social se realiza de forma sútil. Mesmo quando intimistas, os poemas deixam clara uma relação entre o eu e o mundo: a sensibilidade do poeta, seu pertencimento e indignações com a realidade que vivia. Assim como a pluralidade temática é extensa, o autor aventurou-se espaço em grande número formas: sonetos, epigramas, crônicas, poemas em prosa, etc.

Mario Quintana estreou na literatura em 1940, com a publicação do livro A Rua dos Cataventos: o livro era composto de 35 sonetos. Sua entrada no panorama literário pode ser classificada como polêmica em virtude da forma adotada para as composições. Em várias entrevistas, poemas e textos, o poeta sulista declarou-se averso e liberto das escolas literárias de seu tempo. Segundo Leite (1972), Mario Quintana não acreditava em escolas e por isso a influência do modernismo ortodoxo nele foi pequena, ainda que reconhecesse os benefícios do movimento.

Ainda assim, quando resgatado na história da literatura brasileira, não raramente lhe atribuem o rótulo de modernista, por ser contemporâneo do movimento. Embora seja reconhecido e rememorado constantemente, Quintana é sempre lembrado como poeta da simplicidade, que permanece muito popular mesmo depois de passados mais de vinte anos de sua partida. Adriana Silva (2017) destaca em sua tese que essa popularidade leva a maior parte daqueles que não leram com cuidado a obra do poeta a julgá-lo como fácil ou superficial.

A produção prosaica de Quintana é extensa, e nela reconhece-se a liberdade temática e formal como vantagem advinda do modernismo brasileiro. Nela conseguimos ver a tensão entre os elementos prosaicos e líricos dentro do mesmo texto. Quanto tomamos o escopo do poema em prosa dentro da era moderna, Quintana é lembrado ao lado de Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, que produzem em poemas em prosa esporadicamente, pela experimentação e liberdade que a forma dispõe.

Transpassando a noção estruturalista de que prosa é organizada em parágrafos enquanto o poema é organizado em versos, temos Quintana que escrevia poesia usando a prosa com meio. Para Eliot (1991), o poema é anterior à forma: a forma é resultado do esforço de alguém para expressar um determinado conteúdo.

Os poemas em prosa de Quintana possuem grande complexidade literária, que resultam da heterogeneidade temática e formal. A linguagem poética é densa e conotativa,


construindo textos breves, autênticos, naturais e muito expressivos. Para Cabral (2004), quando a prosa é o espaço da poesia a abordagem é mais consistente com os movimentos da consciência, com a reflexão.

Mario Quintana faz prosa em forma poemática sistematicamente, e deu novas dimensões de estrutura e linguagem para o gênero. A inventividade de Mario Quintana cresce junto com o processo de transbordamento da linguagem poética – a realidade do texto, o discurso poético: a poesia não cabe dentro dos versos – precisa ir além.

Dentro da heterogeneidade da obra quintaniana, muito tem-se pontuado sobre suas observações afetivas e bem humoradas sobre a natureza, ritmo da rua, as pequenas coisas, infância, sobre o envelhecer, sobre os amigos e memórias.

O escopo do corpus desta pesquisa se construiu a partir da atenção dada relação do poeta com questões sociais em poemas em prosa. Equivocadamente, a crítica da época lhe valeu como alienado, sem atentar que seu olhar singelo permaneceu para produzir sobre desigualdades, sobre a violência, em particular mulheres assassinadas.

  1. OBJETIVOS

  1. Objetivo Geral

Analisar o poema em prosa enquanto gênero textual, caracterizando a obra poética de Mário Quintana partindo de textos que tematizam indignações sociais.

  1. Objetivos Específicos

  • Encontrar os elementos pré-requisitos do poema em prosa nos textos;
  • Caracterizar o poema em prosa de Mario Quintana;
  • Identificar traços da poética de Quintana nos metapoemas existentes na obra.
  1. JUSTIFICATIVA

As reflexões sobre a obra de Mário Quintana são sempre um desafio válido, visto que trata-se de uma das figuras literárias mais conhecidas e respeitadas do Brasil, com uma obra poética singular, em primeiro lugar, por seu estilo original e despretensioso de poetizar as coisas simples do cotidiano e de fazer poesia desvinculada de qualquer movimento literário;


em segundo lugar, porque, desde a publicação de seu primeiro livro, em 1940, seus poemas mantêm-se atuais, sendo passados de geração a geração, com intensa circulação entre os leitores.

Dos contemporâneos modernistas, Quintana foi o poeta que sistematicamente poetizou em prosa, dando novas dimensões de estrutura e linguagem ao gênero. Não é recente a indagação sobre o reconhecimento dos gêneros literários. Nota Gilberto Teles (1979), que há gêneros que cumpriram o ritual do aparecimento, do apogeu ao esquecimento, esquecidos por causas ideológicas ou pela própria estrutura ultrapassada.

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