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O MODELO GERATIVISTA

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Por:   •  5/10/2013  •  Seminário  •  1.907 Palavras (8 Páginas)  •  468 Visualizações

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O MODELO GERATIVISTA

Seguindo uma tendência Inatista e, por sua vez Racionalista, o modelo gerativista se propõe explicar as manifestações da aquisição de linguagem partindo do principio de que a criança já nasce dotada de ”... uma capacidade inata de aquisição da linguagem”. Nessa abordagem a aquisição de uma língua materna é o resultado direto do amadurecimento dessa criança, ou seja, uma conseqüência de sua capacidade de formular suposições, respostas às questões que lhe surgem e de procurar e encontrar algumas semelhanças presentes na língua a ser adquirida.

Desta forma, quanto maior for à capacidade cognitiva da criança, maior será o número de suposições formuladas por ela e mais próxima da linguagem do adulto ela estará. Com efeito, essa teoria dá mais importância para a sintaxe, em detrimento de morfologia e fonologia, descrevendo a aquisição da linguagem termos de competências e desempenho. A competência pode ser entendida como “...o conhecimento que o falante tem de gramática de sua língua...” e o desempenho como “...o uso que a fonte faz desse conhecimento.”

Segundo a hipótese gerativo-transformacional, as frases produzidas pelas crianças não são simples imitações aproximativas da fala dos adultos, mas que essas possuem algumas disposições e ordenações que não se verificam na fala dos adultos, portanto são produções originais da criança. Baseado nisso, o gerativismo sugere que a fala da criança é ordenada por regras próprias, mas que em contato com as regras da fala dos adultos, as crianças vão moldando o seu sistema de regras.

Para Chomsky, adepto do gerativismo, a criança possui um mecanismo que lhe permite adquirir a linguagem, chamado de Dispositivo de Aquisição da Linguagem (DAL), o qual é parte da herança genética de sua espécie e que esse é acionado pelas frases ou falas (imput) dos adultos, com as quais irá atuar, gerando assim a gramática da língua na qual a criança está contextualizada.

No gerativismo é sustentada a concepção de que

“... as línguas comportam uma estrutura profunda que se transforma, por meio de regras, numa estrutura superficial. Essas regras têm como domínio estruturas intermediarias entre a estrutura profunda e a estrutura superficial”.

Por isso, no decorrer do processo de aquisição da linguagem, a criança nota as disposições que há na língua e adiciona a sua gramática.

Ainda segundo Chomsky, esse dispositivo constitui-se de um conjunto de regras, sendo que somente algumas dessas serão ativadas, uma vez que a criança escolhe, baseada na influência que sofre da língua nativa, quais as normas devem ser usadas na língua que está adquirindo especificamente e quais devem ser descartadas. Após esse processo, segue-se produção das falas da criança.

A GRAMÁTICA UNIVERSAL

Na visão inatista de Chomsky é proposto que a criança “...possui uma Gramática Universal incorporada à própria estrutura de sua mente.” , isto é a criança já nasce biologicamente (geneticamente) equipada com uma gramática onde se encontrem todas as regras possíveis da todas as línguas, um enorme conteúdo de informações, isto é, uma gramática universal.

Essa abordagem postula que a criança realiza operações mentais que transforma a gramática universal na gramática da língua a que está exposta, da seguinte forma: a gramática universal constitui-se de um conjunto de regras, das quais a criança irá selecionar as que serão empregadas para que possa efetivamente adquirir a linguagem que está submetida e excluir todas as demais.

Chomsky pauta seus argumentos para validar a teoria da gramática universal desta forma:

“...a criança, que é exposta normalmente a uma fala precária, fragmentada, cheia de frases truncadas ou incompletas, é capaz de dominar um conjunto complexo de regras ou princípios básicos que constituem a gramática internalizada do falante. (...). Um mecanismo ou dispositivo inato de aquisição da linguagem (...), que elabore hipóteses lingüísticas sobre dados lingüísticos primários (isto é, a língua a que a criança está exposta), gera uma gramática especifica, que é a gramática da língua nativa da criança, de maneira relativamente fácil e com um certo grau de estantaneidade. Isto é, esse mecanismo inato faz “ desabrochar “ o que “já está lá”, através da projeção, nos dados do ambiente, de um conhecimento lingüístico prévio, sintático por natureza”.

Assim, a linguagem é atrelada a características inerentes a espécie humana, o que reafirma seu caráter universal, tomando a linguagem como um fator biológico e cognitivo. Ao assumir essa postura admite-se que o ser humano por natureza é detentor de uma gramática universal que possui princípios universais que fazem parte da faculdade da linguagem e parâmetro que serão definidos pela influencia do meio e/ou da língua nativa.

A TEORIA DE PRINCÍPIOS E PARÂMETROS

Elaborada por Chomsky, em 1984, a Teoria de princípios e parâmetros significou uma adequação dos conceitos da gramática universal face aos questionamentos surgidos em torno da mesma, bem como diante das novas descobertas na área da aquisição da linguagem. Nessa releitura “...postula-se que a criança nasce pré-programada com princípios (universais) e um conjunto de parâmetros que deverão ser fixados ou marcados de acordo com os dados da língua a que a criança está exposta. A criança não escolhe mais as regras, nesta versão da teoria de princípios e parâmetros, mas valores, paramétricos”.

Em outras palavras podemos dizer que se passou a acreditar que a gramática universal é disposta por princípios ou “leis” que são constantes e que são usadas igualmente em todas as línguas; contendo também parâmetros ou “leis” que tem representações definidas pela língua que se encontre, ocasionando as divergências entre as línguas e as transformações dentro de uma mesma língua. Nessa teoria a função da criança é analisar todas as partes do imput e depois processá-lo a fim de atribuir o valor que cada parâmetro deve possuir.

Para um melhor esclarecimento, vamos exemplificar do seguinte modo: partindo da concepção de que todas as frases, indistintamente da língua, requerem um sujeito, contudo esse sujeito não necessariamente tem que estar explicito, sendo esse parâmetro ou valor que deve ser fixado. A criança, dependendo do sistema lingüístico em que se encontra, decidirá se o sujeito deve ou não constar obrigatoriamente na frase realizada.

Entretanto, muitas perguntas sobre a problemática dos parâmetros

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