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O MODERNISMO PORTUGUÊS

Por:   •  10/2/2018  •  Resenha  •  1.695 Palavras (7 Páginas)  •  183 Visualizações

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1. O Presencismo

        O Presencismo, também conhecido por Geração Presença, representou a segunda fase do Modernismo português, tendo seus princípios difundidos pela revista Presença, tendo essa um total de 56 números.

1.1.Origem da Revista Presença

        Em 1927, um grupo de estudantes, composto por José Régio, João Gáspar Simões e Branquinho Fonseca, fundou em Coimbra a revista literária Presença, tendo por subtítulo sua qualificação de "Folha da Arte e Crítica" .

        O primeiro número da revista saiu em 10 de março de 1927, onde José Régio publicou o artigo intitulado "Literatura Viva", que continha uns dos ideais  centrais da Presença, sintetizada no seguinte trecho:"Eis como tudo isto se reduz a pouco: Literatura viva é aquela em que o artista insuflou a sua própria vida, e que por isso mesmo passa a viver de vida própria. Sendo esse artista um homem superior pela sensibilidade, pela inteligência e pela imaginação, a literatura viva que ele produza será superior; inacessível, portanto, às condições do tempo e do espaço."

        Em 1930, com o número 27 da revista, Branquinho da Fonseca abandona a direção, seguido por Miguel Torga e Edmundo de Bettencourt. Na carta que enviaram aos demais diretores da Presença, iniciam afirmando que a "Presença que se propunha, como folha de arte e crítica, defender o direito que assiste a cada um de seguir o seu caminho, começou a contradizer-se".

        No ano seguinte entra Adolfo Casais Monteiro, e assim a revista permanece até 1938, quando termina a primeira fase de sua existência. Agora secretariada por Alberto de Serpa, a revista sai em Novembro de 1939, seguida por um segundo e último número da fase nova, em Fevereiro de 1940.

1.2. Essência do Presencismo

        Os presencistas negavam o modo de criação dos autores que visassem o racional, sendo esses considerados impessoais e muito apegados ao acabamento formal da obra. Para os presencistas, o estilo não seria algo a ser preestabelecido, mas uma manifestação natural do escritor.

        A primeira metade do sec. XX foi marcada por graves transformações no cenário sócio-político da Europa (véspera da Segunda Grande Guerra e da Guerra Civil Espanhola, por exemplo). Mesmo assim, a Presença optou por não impregnar suas páginas com quaisquer formas de manifestações que não fossem consideradas ''artísticas''e  apostando no descomprometimento direto com o contexto histórico, ignorando aqueles que viam na arte a possibilidade de intervenção social.

        As principais tendências do Presencismo podem ser resumidas nos seguintes pontos:

  • Rejeição das propostas mais radicais do Orfismo e consolidação das menos radicais;
  • Conservadorismo estético-ideológico;
  • A estética como finalidade da obra de arte;
  • Busca de uma literatura neutra, artística;
  • Concepções de arte metafísicas e abstratas;
  • Psicologismo, busca do eu - profundo;
  • Individualismo, evasão dos problemas sociais;
  • Principais nomes: José Régio, Branquinho da Fonseca e Miguel Torga;
  • Base nas teorias de Bergson e Freud;


2. Neorrealismo

        O Neorrealismo pode ser qualificado como a terceira fase do Modernismo em Portugal. O movimento anexou alguns componentes da literatura norte-americana (Steinbeck, Hemingway e John dos Passos), francesa (o Existencialismo e o "novo romance") e brasileira (José LinsGraciliano Ramos, Érico Veríssimo e Jorge Amado) para construir sua identidade.

         Tanto na poesia quanto na prosa, o Neorrealismo assume uma dimensão de intervenção social, havendo estudiosos que caracterizam o movimento essencialmente pelo discurso ficcional. Passa a ser um instrumento de transformação na sociedade.

        O movimento tem sua abertura oficial em 1939, segundo a história da Literatura Portuguesa, colocando-se em oposição aos conteúdos que vinham motivando os Presencistas. Sua matriz poética concentra-se no grupo do Novo Cancioneiro, coleção de poesia, com Sidónio Muralha, João José Cochofel, Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Mário Dionísio, Fernando Namora e outros.

        O foco vital do Neorrealismo encontra-se então na denúncia da injustiça social e da repressão política, típicas dos regimes autoritários de direita presentes em partes da Europa no final da década de 30. A depressão econômica de 19229, a Guerra Civil de Espanha, preanunciando a II Guerra Mundial, constituem elementos fundamentais para o movimento.

        O Realismo deixa seu legado para o Neorrealismo. A herança realista é antiburguesa, republicana, socialista. Adota-se o princípio que a luta de classes é indispensável para o entendimento da dinâmica social.

        Além de marxista, o Neorrealismo é refutador das crenças biológicas de eugenia ou superioridade natural dos brancos sobre outros povos. Este conjunto de ideias gerou o nazi-fascismo e suas aberrações, das quais o movimento é testemunha ocular, e contra elas ele se posiciona.

        Em Portugal, se destacaram dois autores: Manuel da Fonseca e Carlos de Oliveira.

3. José de Saramago

        José de Sousa Saramago foi um escritor, roteirista, jornalista, dramaturgo e poeta português premiado com o Nobel da Literatura em 1988. Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa.

        Filho e neto de camponeses,  nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922. Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos.

        Fez estudos secundários que, por dificuldades econômicas, não pôde finalizar. A partir de então, exerceu diversas profissões. Publicou o seu primeiro livro, o romance "Terra do Pecado", em 1947.

        Saramago é conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros. Muitas das suas frases ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais.

        Entre os livros de maior destaque estão o Memorial do Convento e o Evangelho Segundo Jesus Cristo.

3.1. Ensaio Sobre a Cegueira

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