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Preconceito Linguistico

Por:   •  4/10/2015  •  Resenha  •  1.032 Palavras (5 Páginas)  •  1.142 Visualizações

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ATIVIDADE COMPLEMENTAR

“PRECONCEITO LINGUÍSTICO”

EDIÇÕES LOYOLA, 49ª EDIÇÃO

(MARCOS BAGNO)

        O preconceito é gritante em nossa sociedade e se manifesta de diversas formas: pela cor da pele, situação socioeconômica, orientação sexual, orientação religiosa e até pelo modo de falar. Este último é desconhecido por muitos, mas não menos prejudicial, trata-se do preconceito linguístico. A fim de desconstruí-lo, Marcos Bagno, em seu livro começa por contestar a mitologia do preconceito linguístico, derrubando 8 mitos muito comuns sobre a Língua Portuguesa.

        Ao contrário do que muitos pensam, a Língua Portuguesa falada no Brasil não apresenta uma unidade surpreendente, pelo contrário, é marcada por diferenças decorrentes de diversos fatores: localização geográfica, nível de instrução, idade, sexo etc. Costuma-se dizer também que brasileiro não sabe Português, que só em Portugal se fala bem Português. Na verdade todo falante nativo de uma língua natural, mesmo os não alfabetizados, dominam com destreza seu idioma (pelo menos a forma falada dele). O que acontece na verdade é uma confusão entre Gramática e Língua. Aquela é uma descrição parcial desta, portanto convém separar os dois conceitos.

        Outro mito amplamente difundido é que A Língua Portuguesa é muito difícil (alguns chegam a dizer que é a mais difícil do mundo).  A gramática da Língua Portuguesa é cheia regras e exceções, mas novamente aqui convém ressaltar que gramática não é língua. Prova disto é que um analfabeto pode se comunicar perfeitamente com qualquer pessoa, porque ele não sabe gramática, ele sabe a língua.

        O que dizer então dos que afirmam que as pessoas sem instrução "falam tudo errado". Mas, afinal, o que é errado? Para alguns tudo o que se desvia da norma culta. No entanto, estudos linguísticos já provam que tudo que a gramática normativa aponta como erro tem uma explicação científica. Como é o caso da rotacização do l nos encontros consonantais, eliminação de marcas de plural redundante entre tantos outros casos.

         Alguns pensam que o lugar onde melhor se fala Português é no Maranhão, devido ao uso constante do pronome pessoal do caso reto "TU". Outro mito, dizem isso apenas pelo fato de o "tu" parecer mais "requintado" que "você", por estar mais próximo à fala dos portugueses. O grande problema é que a maioria das pessoas que utilizam o pronome de segunda pessoa acabam conjugando o verbo na terceira, assim também incorrem em desvio gramatical.

        Muitos ainda dizem que é certo falar de determinado modo, porque se escreve daquela forma, ledo engano, a fala precede a escrita, não o contrário. Pensar assim é inverter a ordem natural das coisas, é como querer que um bebê aprenda e escrever e só depois então passe a falar. Ora a escrita é uma tentativa de representação gráfica da fala, portanto não pode servir para dizer como se deve ou não falar.

        Os professores de Português geralmente para justificar o estudo da gramática em sala de aula costumam dizer que “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”. No entanto Mário Perini em Sofrendo a gramatica (p. 50) afirma que , “não existe um grão de evidência em favor disso; toda a evidência disponível é em contrário”. Afinal, se fosse assim, todos os gramáticos seriam grandes escritores (o que está longe de ser verdade), e os bons escritores seriam especialistas em gramática. [pg. 62] Ora, os escritores são os primeiros a dizer que gramática não é com eles! Rubem Braga, indiscutivelmente um dos grandes de nossa literatura, escreveu uma crônica deliciosa a esse respeito chamada “Nascer no Cairo, ser fêmea de cupim”.

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