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Resumo Sociolinguistica

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Por:   •  19/9/2014  •  1.542 Palavras (7 Páginas)  •  1.733 Visualizações

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Considerações iniciais:

Percebe-se que a base da constituição do ser humano está relacionado a linguagem e a sociedade, pois na história da humanidade revela que os seres estão organizados em sociedade e possuem um sistema de comunicação, a língua. Esse fenômeno linguístico, visto pela Linguística, do ponto de vista entre a relação da linguagem e sociedade é denominado Sociolinguística.

Para se falar em Sociolinguística, deve-se levar em conta as razões de natureza história, ou melhor, no contexto social em que estavam inseridos aqueles que estudavam o fenômeno linguístico. Conforme Alkmim: “Mais concretamente, em cada época, as teorias linguísticas definem, a seu modo, a natureza e as características relevantes do fenômeno linguístico. E, evidentemente, a maneira de descreve-lo e de analisa-lo”.

Schleicher um linguista e também estudioso das ciências naturais, analisava a linguagem como um organismo vivo, ou seja, comparando o desenvolvimento da linguagem como o de uma planta, que nasce, cresce e morre, conforme as leis físicas.

Portanto, cada teórico estudava a língua da perspectiva que lhe interessava, pois cada um tinha um objetivo, Schleicher queria elevar o estudo da linguagem ao status de uma ciência e com suas leis de desenvolvimento. Já Saussure teoriza o fenômeno linguístico, a língua como um fato social, onde os indivíduos adquirem esse sistema no convívio social. Reconhecendo a importância das considerações de natureza etnológica, histórica e política, mas o foco de seu estudo diz respeito ao caráter formal e estrutural da linguagem, dando origem a corrente estruturalista.

É importante ressaltar que a tradição de relacionar língua, cultura e sociedade, está presente na reflexão de vários autores do século XX, integrados ou não ao estruturalismo, eles ocupam o centro da cena teórica a partir dos anos 1930.

Para Meillet os estudos linguísticos estão relacionados a história das línguas bem como a história da cultura e da sociedade. Enquanto Bakhtin traz aos estudos linguísticos a noção de comunicação social, postulando que a verdadeira substancia da língua se dá pelo fenômeno social da interação verbal, que se realiza nas enunciações.

Outro linguista, Jakobson, vê a relação entre a linguagem e contexto social, enfatizando que a comunicação tem seu papel central, ou melhor, ele privilegia o processo comunicativo, como também os aspectos funcionais da linguagem. Jakobson identifica os fatores constitutivos do ato de comunicação verbal: o remetente, a mensagem, o destinatário, o contexto, o canal, e o código. Sugerindo que cada um desses fatores determina uma diferente função da linguagem.

Cohen diz ser preciso haver um diálogo entre as ciências humanas, pois para ele, os fenômenos linguagem se realizam no contexto variável de acontecimentos sociais, assumindo, assim, a questão a partir dos fatores externos na relação entre a linguagem e a sociedade.

Já Benveniste, tematiza essa relação do ponto de vista de que ambas determinam-se, ou seja, linguagem e sociedade existem pela língua, aliás, elas não são concebidas uma sem a outra. Postulando, assim, que a língua além de conter, ela é interpretante da sociedade. Considerando ainda, que a língua permite ao homem situar-se na natureza e na sociedade.

Em suma, o estudo da relação entre linguagem e sociedade, é ao mesmo tempo obvia e complexa, o fato é que essa consideração tem seu lugar reservado no campo das reflexões da Linguística contemporânea.

2- A Sociolinguística: Fixação de um campo de estudos

O termo social surgiu em um congresso em 1964, na universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), organizado por William Bright, reunindo vários estudiosos que depois se tornaram referência quanto os estudos voltados à questão da relação entre língua e sociedade.

Tendo seu objeto a diversidade linguística, ou melhor, sistematizar as variações linguísticas e sociais. Os trabalhos apresentados no congresso forma organizados e publicados em 1966, Bright escreve um texto introdutório, onde propõe o objeto de estudo da Sociolinguística, menciona, ainda, um conjunto de fatores que supõe tal diversidade linguística dos quais: identidade social do emissor ou falante, identidade social do receptor ou ouvinte, o contexto social, o julgamento social, e as atitudes linguísticas. Logo, esse campo de estudos é voltado para o tratamento do fenômeno linguístico no contexto social no interior do linguística.

Estes pesquisadores buscavam articular a linguagem com aspectos de ordem social e cultural. Hymes procurava definir as funções da linguagem a partir da observação da fala e das regras sociais próprias de cada comunidade, estabelecendo os princípios teóricos e metodológicos da Etnografia da Comunicação.

Labov por sua vez, ao publicar seu trabalho sobre a comunidade da Ilha de Martha’s Vineiyard, onde observou a diversidade linguística, daí sublinhou o papel decisivo dos fatores sociais na explicação da variação linguística. Relacionando tanto os aspectos sociais quanto os linguísticos manifestados pelos vineyardenses. Ao finalizar seu estudo, teoriza a vertente da Sociolinguística Variacionista.

3- A Sociolinguística: Objeto, Conceitos Pressupostos

O objeto de estudo da é a língua falada, observada, descrita e analisada em seu contexto social, ou melhor, em situação reais de uso, focando na comunidade linguística que diz respeitos indivíduos que interagem verbalmente, compartilhando os usos linguísticos, isso não quer dizer que as pessoas falam do mesmo modo, mas se relacionam por meio de redes comunicativas diversas. Logo, ao se estudar qualquer comunidade linguística, percebe-se a existência de diversidade ou de variação, o que evidencia que as comunidades se caracterizam pelos diversos modos de falar, ou seja, para a Sociolinguística- as variedades linguísticas.

Considerando a comunidade linguística de Salvador, observa-se que o repertório linguístico, possui variedades linguísticas distintas, levando em consideração que a diferença no modo de falar está em função de sua origem regional, classe social, de suas ocupações, a escolaridade, como também a situação em que se encontram.

Isso mostra que a língua não é uma entidade homogênea, aliás, pode-se dizer que qualquer língua é representada por um conjunto de variedades.

3.1- A Variação Linguística: Um recorte

O domínio de uma

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