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SIMOLISMO DE CAMILO PESSANHA

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Por:   •  22/5/2014  •  1.220 Palavras (5 Páginas)  •  562 Visualizações

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Aspectos simbolistas nos poemas de Camilo Pessanha.

Iniciado na França no final do século XIX, o Simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura e aconteceu, sobretudo em oposição ao Naturalismo e ao Realismo. Embora as artes plásticas e o teatro tenha sido de grande relevância para o período, foi na literatura através da poesia que o simbolismo de destacou, com ideais marcantes a poesia simbolista era voltada para temas místicos, imaginários e subjetivos; possuía caráter individualista e desconsiderava as questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo; sua estética era marcada pela sinestesia e musicalidade explorada principalmente através das rimas e das figuras de linguagem como a aliteração e a assonância, convém ainda destacar que, o Simbolismo reforçando ainda mais o “desprezo” pelo Naturalismo e pelo Realismo retomava em sua essência traços marcantes do romantismo, estes traços são descrito nas palavras de Massaud Moisés em a Literatura Portuguesa“As origens remotas do movimento simbolista devem ser procuradas no Romantismo: o primeiro é uma espécie de continuação do segundo, mas com características próprias. (...)” ( Massaud Moisés, 1960 cap. 208) deste modo pode se verificar que o poeta simbolista almejava regressar na origem do Romantismo em busca da intelectualidade e do desejo profundo de buscar em seu intimo o individualismo, o subjetivismo e o misticismo.

Ao analisarmos o Simbolismo na Europa, sobretudo em Portugal, podemos destacar como um dos principais representante da literatura simbolista portuguesa, o poeta Camilo de Almeida Pessanha, nascido em Coimbra em 1867, Pessanha foi um poeta que se diferenciou dos demais simbolistas da sua época, como relata Massaud Moisés também em a Literatura Portuguesa.“Diferindo essencialmente dos demais poetas do tempo, Camilo Pessanha enquadra-se de modo transparente na estéticasimbolista. Nele, o Simbolismo se realiza em todas as suas características fundamentais, especialmente como música, sugestão e símbolo. E essa identificação resulta, antes do mais, duma vida exterior praticamente vazia de acontecimentos, e de uma vida interior em permanente ebulição, de maneira a dar impressão de que, nele a Poesia e a Vida são figuras congruentes, peça única. (...) ”. (Massaud Moisés,1960 cap. 222). É nesse contexto que Camilo Pessanha escreve dois poemas que denota não somente o gosto pela intelectualidade mas também, o individualismo e o desejo profundo do sujeito lírico em “mergulhar” nos seus mais profundos sentimentos, como pode ser verificado nos poemas que se segue.

Em “Desce em folhedos tenros a colina”, os traços marcantes do simbolismo faz-se presente nos aspectos gráficos através de versos que apresentam ausência de padrões ritmos, uso de figuras de linguagem (que provoca a marcante musicalidade que é referencia do simbolismo), e desejo pela figura feminina e por um extremo gosto pelos elementos da natureza. Essas características podem ser observadas nas estrofes do poema que se seguem.

Desce em folhedos tenros a colina:

- Em glaucos, frouxos tons adormecidos,

Que saram, frescos, meus olhos ardidos,

Nos quais a chama do furor declina...

Oh vem, de branco, - do imo da folhagem!

Os ramos, leve, a tua mão aparte.

Oh vem! Meus olhos querem desposar-te,

Refletir-te virgem a serena imagem.

No soneto “Desce em folhedos tenros a colina”, pode-se observar qual nítida é a sugestão da influência do cenário, no estado de espírito do sujeito lírico: o uso de elementos da natureza deixa no cenário do poema uma atmosfera de mistérios e erotismo, essa atmosfera parece “embriagar” o sujeito lírico que “mergulhado” em sua “alma” começa uma “viagem” em busca de seus mais profundos sentimento e desejos, esses aspectos podem ser observados nos fragmentos do poema; “Oh vem, de branco, - do imo da folhagem!”/ “Oh vem! De branco! Do imo do arvoredo!”/ e assim envolto nessa atmosfera mística e erótica o eu lírico sugere também que precisa e deseja a mulher pois, sem ela esse cenário não seria tão envolvente e misterioso, logo é observado o valor que a figura feminina tem para o sujeito lírico, para ele a ela é misteriosa, bela e de uma absoluta pureza “ refletir-te virgem a serena imagem”. Além disso, no soneto “Desce em folhedos tenros a colina”, ao analisar o aspecto gráfico do poema observa-se que o poeta estabelece como sistemas de rimas ABBA nos quartetos e CDC nos tercetos, Pessanha utiliza ainda a aliteração presente nos versos “ Que saram, frescos, meus olhos ardidos” logo nos quartetos é visível à utilização da assonância através das palavras “colina e declina” presente no primeiro quarteto, “aparte e desposar-te” no segundo quarteto, e “ esquiva e viva” no primeiro” demonstrando outra característica presente no simbolismo, essas figuras de linguagem juntas com as rimas geram outro atributo da poesia simbolista a musicalidade, que entoam sons de grandeza e harmonia ao poema, essa musicalidade

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