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Texto sobre Não recomendado - Prosa Moderna

Por:   •  7/1/2023  •  Resenha  •  673 Palavras (3 Páginas)  •  64 Visualizações

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   A música intitulada “Não recomendado” do trio “Não recomendados”, é uma verdadeira mensagem de conscientização. A letra, escrita por Caio Padro, tem a intenção de nos fazer pensar sobre a homofobia e toda discriminação direcionada à comunidade LGBTQIA+, a qual o autor e os interpretes da música fazem parte, tratando de dois assuntos que tem relação entre si: crimes de ódio e preconceito enraizado.

   O contexto de 2014 – ano de criação – também deixa evidente a temática da música. No dito, segundo pesquisa do Grupo Gay Bahia, a cada 26 horas uma pessoa foi morta vítima de crime de homofobia no Brasil. A parte da obra: “Uma foto estampada na avenida. Uma foto publicada no jornal. Uma foto na denúncia de perigo na televisão” mostra como a imagem das pessoas LGBTQIA+ sempre está associada a esses tipos de violência, como se fosse comum vê-las em situações assim, quando não deveria ser. Esses crimes de ódio em relação à comunidade são fomentados, infelizmente, pela grande maioria da população, por meio de atitudes retratadas no outro assunto da música: o preconceito da sociedade, que será falado a seguir.

   No segundo momento da letra, logo há uma parte impactante: “A placa de censura no meu rosto diz: Não recomendado à sociedade. A tarja de conforto no meu corpo diz: Não recomendado à sociedade.”. Fazendo relação com as placas de censura colocadas na Tv em cenas +18 ou consideradas muito inadequadas para o público, a canção busca mostrar a repreensão e o incômodo com a forma dita “afeminada” que alguns homens da comunidade costumam se vestir, além de falar sobre os adjetivos pejorativos direcionados a eles, como: “Pervertido, mal amado, má influência, menino indecente, viado”, sendo a palavra “viado” sempre vista como uma ofensa. Mais à frente vemos algumas recomendações: “Não olhe nos seus olhos, não creia no seu coração, não beba do seu copo, não tenha compaixão, diga não à aberração”, onde a frase “não beba do seu copo” parte da ideia totalmente errada que todo homossexual tem o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), a famosa Aids, e de que a doença pode ser transmitida pela saliva, sendo que acontece por meio de fluidos corporais como sêmen, fluidos vaginais, leite materno, sangue ou fluidos pré-ejaculatórios. Esses pontos presentes na música fazem parte de um discurso preconceituo, que serve para alimentar a LGBTfobia cada dia mais.

   As duas problemáticas apresentadas na música, infelizmente, ainda são atuais. De acordo com dados da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (ILGA), o Brasil ocupa o primeiro lugar em homicídios de LGBTs na América, além de ser o país que mais mata travestis, mulheres transexuais e homens trans no mundo, segundo a Transgender Europe (TGEU), organização não governamental. Os dados mostram que, lamentavelmente, desde 2014 até hoje em 2023, a situação continua a mesma. O preconceito, passado de geração em geração, cresce a cada dia e consequentemente, também a violência. Porém, diante de toda essa situação, músicas como essa, interpretadas por pessoas pertencentes à comunidade, mostram uma forma de resistência, um meio de dizer que mesmo esse ódio crescendo de um lado, do outro vem sendo cada vez mais repudiado pela sociedade.

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