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Um Copo De cólera

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Por:   •  15/12/2014  •  351 Palavras (2 Páginas)  •  277 Visualizações

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Comparação de Lavoura arcaica com Um copo de cólera

Lavoura arcaica e Um copo de cólera, embora publicados nessa ordem, foram redigidos de modo entrelaçado, sendo assim, não podemos dizer exatamente qual das obras de Raduan Nassar veio antes.

Embora aparentemente muito diversos, as duas obras tem muito em comum. Além da mesma violência de discurso, o mesmo ímpeto avassalador que os leva a uma espécie de êxtase malévolo, ambos narram historias de paixão. Onde o discurso de André (o filho de Lavoura arcaica) é um discurso de revolta, que por várias vezes atinge o tom colérico; enquanto o discurso do homem de Um copo de cólera, é em toda a plenitude, o discurso da cólera:

“Eu disse vertendo minha bílis no sangue das palavras” (Um copo de cólera, página 66)

Além disso as duas personagens masculinas se assemelham em muitas coisas, o que se torna evidente com o uso de certos qualificativos e determinadas metáforas. O homem de Um copo de cólera se dirige à mulher com palavras que poderiam ser do André:

“[...] quanto a este tresmalhado, ou delinquente, te digo somente que ninguém dirige aquele que Deus extravia!” (Um copo de cólera, página 62)

Como André, o homem de Um copo de cólera sofre de uma irremediável nostalgia da infância:

“[..] debaixo desse teto cada passo nosso era seguro [...] era pois na infância (na minha), eu não tinha dúvidas, que se localizava o mundo das ideias, acabadas, perfeitas, incontestáveis” (Um copo de cólera, páginas 80-81)

E por último, a cena do banho em Um copo de cólera, repete a situação de André entregue às mãos carinhosas de sua mãe:

“ [...] e eu ali, todo quieto e largado em seus cuidados.” (Um copo de cólera, página 22-23)

A grande diferença entre as duas obras, está na lucidez e na auto-ironia do narrador de Um copo de cólera, pois este reconhecer o que há de teatral, nesse “esporro” verbal. E com isso são numerosas as alusões aos papéis e aos atores da cena:

“[eu] precisava mais do que nunca – pra atuar – dos gritos secundários de uma atriz” (Um copo de cólera, página 43)

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