TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Um Manual de Linguística

Por:   •  19/10/2017  •  Projeto de pesquisa  •  1.499 Palavras (6 Páginas)  •  242 Visualizações

Página 1 de 6

FICHAMENTO DE CITAÇÃO

        

MARTELOTTA, M. E (Org). Arbitrariedade e iconicidade. In: ______. Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2016. p. 71-85.

“[...] A noção de arbitrariedade está baseada no princípio da convenção: não há nada no som da palavra que se relacione, de forma necessária, à coisa que ela designa [...].” (p. 71)

“Por outro lado, a iconicidade do signo lingüístico fundamenta-se na idéia de uma motivação que se reflete na estrutura das palavras, indicando uma espécie de relação natural entre os elementos lingüísticos e os sentidos por eles expressos. Uma maneira fácil de compreendermos essa relação icônica é pensarmos nas onomatopéias [...].” (p. 72)

“No âmbito específico dos estudos da linguagem, é o lingüista suíço Ferdinand de Saussure quem vai realizar na Europa, em fins do século xix e início do século xx, a síntese dos conceitos da tradição clássica e moderna, inaugurando a linguística como uma ciência que constituiria um ramo de uma ciência maior: a semiologia ou semiótica, a ciência dos signos.” (p. 72)

Os estudos em semiótica

“Contemporâneo de Saussure, Charles Sanders Peirce, filósofo norte-americano, inaugurava na mesma época os estudos semióticos, ou semiótica, também conhecida como ciência dos signos. [...] Para ele, toda idéia é um signo, o homem é um signo, e o mundo está permeado de signos [...].” (pag 72)

“Peirce apresenta muitas e diversificadas definições de signo, mas, resumidamente, poderíamos dizer que o signo (ou representamen) é uma coisa que representa outra — no caso, seu objeto — ou, conforme as palavras do filósofo: "[...] para que algo possa ser um Signo (expressão ou representamen), esse algo deve 'representar', [...] alguma outra coisa, chamada seu Objeto, apesar de ser talvez arbitrária a condição segundo a qual um Signo deve ser algo distinto de seu objeto" (Peirce, 1999: 47).” (p. 72)

“Peirce estabelece uma complexa classificação dos signos, agrupando-os em três tricotomias: primeira, segunda e terceira tricotomia. Vamos nos deter aqui apenas à segunda tricotomia, porque ela agrupa os principais elementos estudados no âmbito da linguagem: o símbolo, o índice e o ícone.” (p. 73)

“O símbolo, de acordo com Peirce, refere-se a determinado objeto, representando-o, com base em uma lei, hábito ou convenção, estabelecendo uma relação entre dois elementos. [...] Uma característica importante do símbolo relaciona-se ao fato deque ele é parcialmente motivado, ou seja, há entre o símbolo e conteúdo simbolizado alguns traços relacionados. [...]” (p. 73)

“Há uma diferença fundamental entre o símbolo, de um lado, e o índice e o ícone, de outro, já que nesses dois últimos há um nível ainda menor de arbitrariedade. No caso do índice, ocorre uma relação de contiguidade com a realidade exterior [...]. Ou seja, há nesses casos uma relação mais natural entre o índice e o seu significado. Cabe lembrar que o índice, não representa a coisa, mas é afetado por ela. O ícone, por sua vez, tem uma natureza imagística, apresentando, portanto, propriedades que se assemelham ao objeto a que se refere.  [...]. Assim, um ícone é qualquer coisa que seja utilizada para designar algo que lhe seja semelhante em algum aspecto [...].” (p. 73)

Os estudos em linguística

“Para Saussure, o signo lingüístico passa a ser o resultado da associação — arbitrária—entre significante (imagem acústica) e significado (conceito). Aqui é importante ressaltar que o significante não é o som material, mas seu correlato psíquico, ou seja, uma estrutura sonora que reconhecemos a partir do conhecimento que temos de nossa língua, relacionando-a, então, a um determinado conceito. Do mesmo modo, o significado não é o objeto real a que a palavra faz referência, mas um conceito, ou seja, um elemento de natureza mental. [...]” (p. 74)

“[...] O lingüista suíço admite a possibilidade de uma arbitrariedade relativa, desde que possamos recuperar um conceito e uma forma a partir do signo linguístico. [...]” (p. 74)

“Tradicionalmente, as palavras nas quais há uma arbitrariedade relativa são caracterizadas como casos de motivação. Podemos definir motivação como a relação de necessidade estabelecida entre uma palavra e seu sentido [...].” (p. 75)

“A motivação pode ter uma natureza sonora, residir nas características morfológicas da palavra ou ainda estar fundamentada nos seus aspectos semânticos. Por isso, vamos ver separadamente os três diferentes tipos distintos de motivação: 1) Motivação fonética: A motivação fonética está relacionada aos casos de onomatopeia [...]. 2) Motivação morfológica: [...] está relacionada aos processos de formação de palavras. [...] O princípio adjacente a esse processo é o ato de utilizar elementos já existentes na língua para se criar uma nova palavra, o que, aliás, ocorre também no terceiro tipo de motivação que analisaremos. 3) Motivação semântica: A motivação semântica está relacionada a processos analógicos associados aos sentidos das palavras. É o que ocorre quando utilizamos o termo "braço" — originariamente designativo de parte do nosso corpo— na expressão "braço da cadeira”. [...]” (p. 75)

 ”‘Metonímia’, [...] se caracteriza por uma transferência no significado de uma palavra com base em uma relação objetiva entre o sentido primeiro e o sentido novo, ou seja, por uma relação de contiguidade, também constitui um caso de motivação. [...]” (p. 76)

“Em muitos casos, a palavra é motivada tanto morfológica quanto semanticamente. Vemos isso em casos como o de "pé de pato", por exemplo [...].” (p. 76)

“Podemos concluir, então, que as noções de arbitrariedade e de motivação (ou iconicidade) não são exclusivas [...]. A noção de arbitrariedade observa exclusivamente a relação existente entre o som e o sentido da palavra, já a noção de motivação ou iconicidade leva em conta o fato de o falante, de algum modo, fazer corresponder à forma da palavra com o significado que ela expressa.” (p. 77)

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9.8 Kb)   pdf (142.1 Kb)   docx (15.7 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com