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Uma História The Broken’s

Por:   •  23/5/2017  •  Dissertação  •  8.916 Palavras (36 Páginas)  •  181 Visualizações

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The Broken’s

Sinopse: A dor é algo que nos afunda, acaba com a gente e quando menos percebemos, já estamos no fundo do poço, sugados pela dor lastimável.

Ela foi meu pilar, quando menos esperei, joguei todas as minhas dores nela, sem ao menos perguntar-lhe se ela estava disposta a me ouvir, a me ajudar. Ela não teve escolha, e então eu a usava e depois a culpava. E então ela foi embora;

- Nunca quis tomar o lugar dela.

E eu nunca senti tanta falta de uma pessoa como senti dela, e então, acabei descobrindo que todos nós temos dores, e por fim, dei a vez dela de se afogar em suas dores, e esperei, esperei ela me pedir ajuda.

Prologo

- Por favor! Por favor! –implorava a garota.

- Cala a boca! – O cara grande e forte a segurava.

Ela sabia o que iria acontecer. Aquilo não era culpa dela, mas infelizmente ela apareceu no lugar errado na hora errada.

Seus cabelos estavam encharcados de sangue, seu vestido floral estava rasgado e sujo de esgoto. Aquele beco fedia, e o homem que estava em cima de seu corpo frágil fedia mais ainda. Seu hálito havia cheiro de whisky misturado com algum cigarro muito forte. E nesse momento ela apenas fechou os olhos e pensou em seu homem, no pequeno apartamento em que dividiam. Ela conseguia imaginar exatamente o que ele devia estar fazendo. Provavelmente jogado no sofá, embrulhado nas cobertas assistindo alguma coisa na televisão a cabo, enquanto esperava ela chegar pra fazerem o jantar.

Infelizmente, mal sabia ele, que ela nunca mais chegaria. Mas estava feliz, pois a última coisa que ouviu de seus lábios, foram “Eu te amo”.

Seus olhos se abriram automaticamente com esperança ao sentir seus braços sendo afrouxados mas só para sentir a ilusão inundar seu peito ao perceber que o cara desabotoava suas calças. Sentiu a respiração acelerada do sujeito em seu pescoço, e seu estomago embrulhou na certa, a bile subia pela sua garganta, a fazendo segurar o vômito. Não iria se debater, não iria ajudar de nada, não havia ninguém por perto, e ela só ganharia mais uns tapas no rosto.

- Eu vou acabar com você vagabunda! – Suas palavras ácidas, fizeram as lágrimas tão seguradas começarem a rolar.

E então depois que aquilo tudo acabou, ela abriu os olhos, e os arregalou ao ver a faca na mão do cara, ele olhou dentro de seus olhos, e ela apenas sentiu pena dele, então fechou-os novamente, e antes de sentir a faca rasgar sua pele sussurrou;

- Eu te amo Cameron. – E depois deu seu último suspiro.

***

 - Cara, eu não sei! Eu só estou preocupado. Ela já devia ter chegado – Pausou para ouvir a voz de seu cunhado do outro lado da linha- Sim. Já liguei para ela, mais ela não atende. Deve ter acontecido alguma coisa, estou sentindo isso. – Passou a mão nervosamente pelos cabelos. – Eu cochilei no sofá, ela estava demorando! Achei que ela poderia estar ai. Tudo bem. Ok. Tchau.

Cameron andava por todo apartamento em que dividia com a namorada, ele estava desesperado, e se tivesse acontecido alguma coisa ruim com ela? Ela certamente não era de chegar tarde, e sempre o avisava. Droga! –Se encarou no reflexo do espelho.

Estava com uma cara que nunca havia presenciado em si mesmo. Qual era o problema dele? Decidiu então que não iria ficar parado e que iria sair para procura-la.

Calçou os chinelos pretos, e desceu até a garagem onde seu carro estava estacionado, entrou no mesmo e antes de arrancar dali, rezou para que ela estivesse bem, que a gasolina tivesse acabado e que o celular dela tivesse sem bateria para ela ligar para alguém ou que simplesmente tivesse ficado presa no trânsito.

Então começou a procurar por ela, deu duas voltas no quarteirão, e depois fez o caminho que ela seguia para ir trabalhar, e logo depois, fez o caminho que ela voltava, para não encontrar nada. Quando entrou em casa, faltando poucas horas pra amanhecer e ele ter que ir para o trabalho. Ele sabia que não conseguiria ir. A raiva se apossou de seu corpo, então dois abajures e alguns copos que estavam em sua vista pela sala, foram de encontro com a parede. O desespero cresceu dentro de seu peito e as lágrimas tomaram conta de seu rosto.

Sentou-se no sofá e se perdeu em pensamentos, não sabia se havia passado horas ou minutos, sua preocupação já havia atingido um nível que não era saudável, ele estava ficando paranoico e mais desesperado cada vez que olhava para a porta e ela não se abria.

Escutou batidas na porta, e foi correndo até ela, para dar de cara com um policial, e do lado dele uma moça morena, com uma roupa social.

- Senhor Cameron? -Assentiu confuso. – Bom dia! Sou o policial Bradd, podemos conversar? -Cameron sentiu uma coisa ruim na boca do estômago, e suas mãos começarem a soar.

- Aconteceu alguma coisa com a Barbara? - Sua voz saiu em um alto desespero.

- Infelizmente sim. –respondeu a moça. – Senhor Cameron, sou a psicóloga Rose Blanc. Tenho uma noticia triste para dar para o senhor. – Sua voz foi um pouco seca e receosa. - Barbara foi estuprada e esfaqueada em um beco perto de onde trabalha. Recebemos ligações de uma pessoa anônima, de que havia um corpo jogado no beco. Achamos seus pertences, e a última chamada no celular dela, era com o seu nome. – Dessa vez sua voz soou um tanto cuidadosa.

Cameron sentiu o coração dar um salto sobre seu peito, com certeza devia estar sonhando, impossível isso estar acontecendo. Logo agora que tudo tinha finalmente se acertado, eles estavam morando juntos, e com a data do casamento marcada. Seus joelhos foram de encontro com o chão. Depois de ligar para seus pais, que vieram imediatamente para encontrar o filho, se jogou na cama e chorou.

Chorou por todos os dias em que passou ao lado de Barbara, por cada sorriso dela, por cada palavra dita, chorou por ela. No começo pensou em se vingar do filho da puta, mas que pior castigo seria deitar a cabeça todos os dias no travesseiro sabendo da atrocidade que fez? Então decidiu deixar nas mãos do destino, e sabia que ele teria o que merecesse.

Capitulo 01

04 anos depois ...

Cameron corria pelo corredor da casa enorme de seus pais. Não conseguiria mais morar naquele apartamento, não com tudo que tinha ali dentro o fazendo se lembrar dela.

Desde o ocorrido, tem passado na psicóloga, e se concentrado em terminar a faculdade e conseguir seu emprego dos sonhos. Ele sabia que era ruim se obcecar com algo, mais desde que tem feito isso, conseguiu facilmente o emprego na Sony Music e já havia subido de cargo, e passou a receber mais que o triplo do que recebia anos atrás quando trabalhava em uma gravadora independente. Ele guardou todas as coisas de Barbara em caixas e as deixou no apartamento. Ele não havia vendido, não conseguiria. Aquele lugar era seu maior pesadelo. Cansou de sonhar que estava sentado no sofá e ela entrava e o abraçava dizendo que queria comer hot dog, enquanto assistiam algum seriado na tv.

...

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