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WELLEK, Rene & WARREN, Austin. “Natureza da literatura”. In: Teoria da literatura.

Por:   •  17/10/2017  •  Resenha  •  723 Palavras (3 Páginas)  •  3.867 Visualizações

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WELLEK, Rene & WARREN, Austin. “Natureza da literatura”. In: Teoria da literatura.

No segundo capítulo do livro “Teoria da literatura” os autores René Wellek e Austin Warren buscam definir o que é “literatura”. No primeiro parágrafo, eles fazem as perguntas que vão guiar os estudos do capítulo: “que obras são literatura? que obras não o são? e qual a natureza da literatura?” (p.25) Diante disso, existe uma primeira definição de literatura como “tudo que se encontra em letra de forma” (p. 25), ou seja, a literatura vista de uma maneira ampla através de tudo o que está escrito, seja impresso ou não. Porém, a literatura não pode ser definida somente por essa afirmação pois, de acordo com os autores, o estudo da literatura não pode ser guiado somente pela descrição histórica pois esse estudo exclui, de certa forma, os métodos de estudos literários.

Outra definição trazida por Wellek/Warren tem um sentido específico onde a literatura deve seguir os critérios dos “livros consagrados” onde os valores estéticos e a sua reputação pela distinção intelectual determinam o que é literatura por um julgamento de valor. O estudo dos cânones pode ser proveitoso para fins pedagógicos, porém essa limitação da literatura é algo negativo quando impossibilita a continuidade da tradição literária, do desenvolvimento de novos gêneros e a própria natureza da literatura, portanto essa limitação não faz total sentido pois “o termo literatura afigura-se mais adequado quando limitado à arte da literatura (isto é, à literatura imaginativa)” (p. 27).

A concepção de literatura fica mais bem resolvida quando se pensa a utilização da linguagem, no uso da literatura, como material produzido pelo homem e que persiste por gerações como herança cultural de um grupo linguístico. Portanto a linguagem, de modo geral, é algo dinâmico e que está em constante transformação. Nesse sentido, o que deve ser levado em conta são as diferenças entre o uso literário e o uso científico da linguagem. Essa diferença vai além do contraste entre “pensamento” e “Emoção” ou “sentimento”, está no fato de que a linguagem científica é puramente denotativa, utilizando-se de um “sistema de signos” para uma correspondência por meio de uma linguagem técnica e teórica. Comparada a isso, a linguagem literária demonstra ser “deficiente” em alguns aspectos por ser altamente conotativa, possuindo “ambiguidade”, categorias “arbitrarias” e “um lado expressivo e pragmático”.

Além de estabelecer a distinção entre a linguagem científica e a literária, os autores também mostram as diferenças entre a linguagem diária e a linguagem literária. Ambas têm em comum a função expressiva, ou seja, a comunicação de ideias e emoções, porém a linguagem literária possui uma organização complexa, estabelecendo uma unidade e uma ordem, enquanto a linguagem diária “(...) não é uniforme: inclui largas variedades, como a linguagem coloquial, a linguagem do comercio, a linguagem oficial, linguagem da religião, o calão dos estudantes” (p. 29).

Embora a linguagem tenha o intuito primeiro de comunicar, não se pode limita-la apenas a essa função. Na linguagem literária, diferente das utilizações diárias, “os recursos da linguagem são explorados muito mais deliberadamente e sistematicamente”

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