A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - CULTURA INDÍGENA

Introdução

Neste trabalho tivemos como objetivo principal apresentar atividades para turma de Jovens e Adultos (EJA) no processo de alfabetização, com isso utilizamos como tema a ser explorado à Cultura Indígena. As atividades encontram-se embasadas no livro Maino’t rapé: O caminho da sabedoria e na fundamentação teórica de Paulo Freire, referente às suas concepções de alfabetização.

Paulo Freire aborda significativamente uma contribuição para o público de Jovens e Adultos durante este processo, mostrando que estes também precisam ser alfabetizados e que a contextualização deste processo carece de uma metodologia diferente da qual é proposta para as crianças.

Segundo Godoy e Senna, Freire primeiramente expõem tal afirmação quando provoca um deslocamento do foco da alfabetização das crianças para a valorização dos jovens e adultos, o que anteriormente à escola não era capaz de acolher. Em seguida, dentro desta concepção, traz para os estudos de alfabetização a identidade no emprego da escrita, ou seja, apontando que o código de expressão da escrita não pode ser isolada de contexto social e político. E a terceira contribuição, o conceito de ensino-aprendizagem vigente na cultura escolar, isto é, a aprendizagem está presente em um dado contexto cultural. Logo, propõe práticas de alfabetização em diálogo cultural dos alfabetizandos e de todo o meio social, o que evidenciou à educação para a pluralidade cultural, dando uma nova concepção de “aluno” e de mundo.

Nesse sentido, o ideal de Paulo Freire era explorar a leitura e a escrita dentro da realidade, das experiências de vida dos alfabetizandos e de todo o contexto, atribuindo significado, sentido na aquisição da palavra escrita e na concepção de mundo no momento de decodificar. O mesmo foi além dos métodos e da normas linguísticas, ele propôs a formação de jovens e adultos, homens e mulheres, como seres pensantes, politizados. E, no decorrer deste presente trabalho irá ser abordado e desenvolvido esses ideais originados por Paulo Freire.

Desenvolvimento

Entendendo toda a subjetividade de uma turma de alfabetização de Jovens e Adultos que se difere em muitos aspectos de uma turma também de alfabetização, mas de educação infantil, escolhemos abordar o tema “Cultura Indígena” e para suporte do desenvolvimento das atividades utilizamos o livro “Maino’t rapé: O Caminho da Sabedoria”.

A escolha do livro se deu pelo fato de ele se tratar de saberes diferentes dos tradicionais do “homem branco” pertencente a uma cultura urbana que não é a única em nosso país. E como futuras educadoras, compreendemos a importância de se trabalhar todas as culturas presentes no nosso país e em especial a primeira aqui existente. Ao considerar a cultura indígena como atual e ativa na nossa sociedade temos o objetivo de mostrar para o aluno que a diversidade é um aspecto positivo e marcante do nosso país e que cada diferença deve ser valorizada de forma a contribuir sempre para a nossa formação e visão de mundo.

O livro foi idealizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e publicado no ano de 2009 através da coordenação editorial de Lucila S. Telles.

De modo geral, o livro trata da cultura indígena em muitos momentos focando o guarani, abordando desde a criação do mundo, alimentação, animais, território, línguas, poesias, artesanato, festas, casamento, conhecimento popular até a escola.

Assim, organizamos as atividades abaixo, na ordem que serão promovidas na turma de Jovens e Adultos.

ATIVIDADE 1 – A Chegada dos Portugueses sobre duas óticas

Objetivos específicos:

- Ter o primeiro contato com o tema;

- Observar e pontuar as diferenças nas construções das casas

- Promover o primeiro contato sistemático da turma com as palavras e a leitura

No início do livro, a “chegada dos portugueses” é o tema abordado (p.11-15). Por ser um livro produzido a partir da ótica do índio e com a forte presença do mesmo, tem-se uma narrativa bastante diferente da que costumamos encontrar nos livros de história tradicionais que encontramos na escola.

Assim, para iniciar o trabalho com esse tema, será discutido com a turma a visão que se tem da chegada dos portugueses no Brasil, por nós e a visão dos índios, comentando as diferenças presentes nos mesmos.

Em seguida, será apresentado o texto “As casas e os arquitetos descalços” encontrado no livro (p.20) ressaltando as diferenças na construção da casa indígena e na casa urbana. Após a discussão, será distribuído para os alunos uma folha de atividade contendo dois quadros, a saber, casa indígena e casa do Juruá, onde irão colar nos respectivos quadros os materiais que são utilizados na construção de cada tipo de casa.

ATIVIDADE 2 - A Agricultura

Objetivos específicos:

- Identificar a ordem dos alimentos descrita no texto

- Trabalhar a associação do texto com a palavra

- Entender as diferenças existentes nos modos de vida trabalhados

Iniciando com o texto sobre a agricultura que se encontra no livro (p.20), a turma irá trabalhar e discutir as formas diferentes de obter alimentos (o plantio e cultivo dos índios e o comércio através de mercados, por exemplo, do homem da cidade). As professoras irão promover em seguida uma atividade de decalque, onde os alunos irão completar, com as palavras específicas, a frase retirada do livro.

ATIVIDADE 3 - Os animais

Objetivos específicos:

- Abordar as diversas visões acerca do relacionamento homem/animal

- Desenvolver a associação palavra- imagem e palavra- som

- Trabalhar a leitura e escrita

Fazendo uso do texto “Caça, pesca e outras atividades” presente na página 26 do livro, as professoras farão em conjunto com a turma a leitura do texto, buscando entender como o animal é visto pelo índio e como ocorre o contato deles. Para essa atividade serão trabalhados também alguns animais descritos na página 28, onde a turma irá reproduzir o quadro apresentado no

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