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A EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A Experiência da Unidade Básica de Saúde de Moraújo

Por:   •  13/10/2019  •  Artigo  •  5.594 Palavras (23 Páginas)  •  70 Visualizações

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE: A Experiência da Unidade Básica de Saúde de Moraújo1

                                         Francisco das Chagas Paulino Sampaio2

                                           

                                         Prof. Ms. José Reginaldo Feijão Parente3

RESUMO

Este Artigo objetivou analisar as ações de educação em saúde desenvolvidas na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), promovidas pela equipe do Programa Saúde da Família (PSF), na sede do município de Moraújo, para tanto, procurou-se verificar, em que medida as ações educativas estão contribuindo para que comunidade adquira e desenvolva hábitos de vida saudáveis. A educação em saúde no âmbito do PSF visa produzir mudanças que favorecem a promoção da saúde no campo da saúde, além de fortalecer o envolvimento dos profissionais de saúde com a comunidade. Para a efetivação da pesquisa foram entrevistados dez usuários e utilizamos como instrumentos de coletas de dados, a observação direta, com o intuito de conhecermos in locus a realização das ações educativas, também se fez uso de entrevistas semi-estruturadas com os usuários mais envolvidos nas atividades educativas. Buscamos destacar duas políticas de saúde implantadas no Brasil: o modelo Campanhista sanitarista e o novo modelo assistencial baseado na promoção da saúde uma conseqüência da implantação do Sistema Único de Saúde- SUS. Cada um destes modelos trouxe implicações para a história da educação em saúde em nosso país. A discussão e análise de dados destacam de inicio a identificação dos participantes através de nomes fictícios e em seguida estabelecemos as informações obtidas, referentes às percepções dos participantes sobre educação em saúde, em categorias.  A pesquisa permitiu concluir que a comunidade envolvida nas atividades educativas de certo modo está adquirindo hábitos saudáveis, o que denota que as práticas educativas promovidas na UBSF estão atingindo seus objetivos. No entanto, a comunidade deixou evidente através das entrevistas que a equipe de saúde da UBSF precisa desenvolver mais ações educativas. Contudo, passamos a compreender a partir da pesquisa que a consolidação de uma comunidade saudável depende da interação de conhecimentos e troca de experiências entre a comunidade e a equipe de saúde. Essa interação de saberes proporciona a educação em saúde.    

PALAVRAS-CHAVE: Educação em Saúde. Hábitos de vida saudável. Comunidade.

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1Artigo produzido para trabalho de conclusão (TCC) do curso de Pedagogia,requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogo pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

2Graduado em Pedagogia Licenciatura Plena pela Universidade Estadual Vale do Acaraú.

3Psicólogo. Mestre em Gestão Pública pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Internacional de Lisboa. Professor Assistente do Curso de Pedagogia da UVA.

INTRODUÇÃO

Com a constituição de 1988, que instituiu o Sistema Único de Saúde - SUS as ações e serviços públicos de saúde passaram a integrar uma rede regionalizada e hierarquizada, constituindo-se um Sistema Único, estando ainda organizado de acordo com diretrizes que garantem a descentralização, com direção única em cada esfera de governo, atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas sem prejuízo dos serviços assistenciais apoiado também na participação da comunidade.

Neste sentido, a Constituição Federal (1988) estabelece a saúde como “direito de todos e dever do Estado”, além de garantir ao poder público sua regulamentação, fiscalização e controle.

Assim, podemos constatar que há um nítido reconhecimento sobre a importância das ações de educação em saúde, tendo está ganhado destaque através do art. 200 da Constituição Federal que atribui ao SUS o papel de ordenar o processo de formação (educação) dos trabalhadores do campo da saúde.

A criação do Programa de Saúde da Família – PSF - em 1994, o qual posteriormente será denominado de Estratégia Saúde da Família – ESF, desponta como estratégia voltada para a reorganização do novo modelo assistencial, pois favoreceu o desenvolvimento de práticas educativas, valorizou a participação popular por meio do controle social viabilizando o fortalecimento  das relações sociais entre a comunidade e os profissionais de saúde. Além disso, a Estratégia Saúde da Família enfrenta e supera desafios, como o da desconformidade na formação dos profissionais de saúde frente ás necessidades do SUS, porém a lógica de organização para o ESF está baseada no trabalho em equipe, na promoção da saúde e na prevenção de agravos, não desconsiderando a necessidade de realizar o tratamento e a reabilitação dos doentes.

A Estratégia Saúde da Família representa atualmente um importante movimento para a consolidação das políticas de saúde, sendo um dos pilares de sustentação do Sistema Único de Saúde. Para Villa, (2006, p.43), o modelo de atenção á saúde, principalmente na saúde pública, vem sofrendo grandes transformações ao longo dos últimos anos. Mudanças que se configuram no campo técnico, logístico e estrutural, que expressam uma visão da saúde e demandam novas formas de organização do trabalho para sua promoção e cuidado.

A educação em saúde no âmbito do PSF configura-se como uma importante estratégia voltada à qualificação dos profissionais de saúde de modo a estabelecer um novo modo de se fazer saúde, aliando conhecimento científico e popular em prol da melhoria da qualidade de vida.

O conceito atual e que predomina nas reflexões teóricas é o da educação em saúde como um processo teórico-prático que visa integrar os vários saberes: científico, popular (senso comum), possibilitando aos sujeitos envolvidos uma visão crítica, uma maior participação responsável e autônoma frente à saúde no cotidiano. REIS (2006, p.19).

Educar para a saúde não significa apenas dotar indivíduos de conhecimentos sobre saúde, mais torná-los capazes de adquirirem posturas e atitudes preventivas. Contudo, a educação em saúde, constitui um exercício de cidadania, tornando indivíduos mais atuantes e profissionais de saúde mais próximo à realidade de cada usuário e da comunidade. Segundo Villa, (2006, p.43) “A prática educativa pode ser exercida em qualquer espaço social, uma vez que os horizontes da saúde são muito mais amplos que os da doença”.

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