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A Educação Brasileira

Por:   •  20/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.455 Palavras (6 Páginas)  •  138 Visualizações

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BORTONI-RICARDO, S.M. Projeto de pesquisa qualitativa. In: O professor pesquisador: introdução a pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Desde meados do século XIX, a teoria da ciência começou a ser difundida com a teoria do conhecimento, Auguste Comte teve grande participação na tradição cientificista, com seu positivismo, que é entendido como a linha de pensamento que entende que o conhecimento científico sistemático é baseado em observações empíricas. Francis Bacon e René Descartes também tiveram influência na tradição científica. Bacon está associado a uma indução e a observação exaustiva, já para René Descartes, a matemática, era a investigação mais adequada para a investigação da natureza.

Uma das vertentes das ciências do século XX, era chamada de paradigma positivista, que privilegia a razão analítica, também é constituído de certeza sensível, que consiste naquilo que os sentidos podem perceber, certeza metódica, a metodologia científica procede de acordo com métodos rigorosos e sistemáticos, e a antinomia entre o sujeito cognoscente e o objeto  cognoscivo. O avanço da teoria da ciência se deu também entre o senso comum e o raciocínio científico. O paradigma positivista pode ser caracterizado como experimental e não experimental, nos dois casos, o pesquisador procura relações entre dois ou mais fenômenos, na pesquisa experimental há um alto grau de controle sobre as variáveis.

No início dos anos 20, surgiram as primeiras críticas ao positivismo de Auguste Comte, os críticos, entre eles Theodor Adorno e Jurgen Habermas, ambos argumentavam não ser possível observar o mundo sem levar em conta o contexto sócio histórico, foi a partir do neopositívísmo que surgiu o paradigma interpretativísta, que era um modo de observação do mundo que considera só os fenômenos naturais e práticas sociais, mas também os significados e as impressões subjetivas do observador, que passa a ser um agente ativo na investigação, o interpretativismo se utiliza de um conjunto de métodos e práticas típicas da pesquisa qualitativa, como por exemplo a etnografia e a observação participante.

Outro fato a ser destacado são as diferenças entre a pesquisa de paradigma quantitativo e qualitativo. A quantitativa é caracterizada pela precisão e resultados concretos, obtidos através das relações de causa e consequência que estabelece entre as variáveis adotadas, mantendo um distanciamento entre pesquisador e objeto de pesquisa. Já a pesquisa qualitativa procura entender, interpretar fenômenos sociais inseridos em um contexto, sem se importar com sua magnitude ou intensidade. Apesar da pesquisa qualitativa ser muitas vezes definida como oposição, elas são exclusas, podendo ser conciliada para complementação de resultados que não ficaram claros nas variáveis trabalhadas no método quantitativo.

Ser um professor pesquisador significa transformar a sala de aula em um constante laboratório, onde, ao problematizar sua prática didática pedagógica, o pesquisador investiga os resultados obtidos, detectando os ajustes necessários para aperfeiçoar o processo que constitui o ensino e a aprendizagem, a qual se propõe de certa forma construir e reconstruir o conhecimento. Entre os exemplos de tais pesquisas interpretativa, se destaca, Shirley Brice-Heath, uma etnografa norte americana, que na década de 70, conduziu uma pesquisa, fazendo comparação intercultural e etnográfica de práticas de linguagem entre duas comunidades, com o objetivo de identificar os efeitos da vida familiar e do ambiente comunitário, como essas pessoas usavam livros, jornais, mapas etc. com os dados dessa pesquisa Heath compôs um livro, o resultado foi a melhora no desempenho dos alunos, além disso, eles passaram a falar sobre os métodos de pesquisa. Outra etnógrafa que contribuiu para a pesquisa interpretativa foi a professora de Harvard, Courtney Cazden, que divulgou o conceito de andaime, que induz o aluno a analisar e refletir sobre o seu pensamento e possibilita que ele o conceitue novamente.

Para desenvolver uma pesquisa interpretativa, o ideal seria que o professor elaborasse sua investigação a partir de uma pesquisa piloto, o que facilitaria seu estudo e criaria ambiente para que se realizasse um trabalho interdisciplinar, depois é preciso definir os objetivos de pesquisa, geral e específico, todos centrados no tema gerador do problema. O objetivo geral de uma pesquisa deve ser, investigar as ações responsivas em que a professora se engaja, já os objetivos específicos, devem ser, investigar a postura física da professora, tendo em vista esses objetivos, o próximo passo seria a asserção, que é um enunciado afirmativo, relacionado com estratégias verbais, já a asserção relacionada aos objetivos específicos será voltada ao desempenho do aluno ao observar a professora.

Tendo o objetivo claro em mente, ao coletar as informações, uma das principais medidas consiste em negociar com as pessoas envolvidas no projeto. É de grande importância discutir sobre questões básicas e obter as autorizações necessárias a publicações e ao bom desempenho da pesquisa, além disso, a coleta de dados não pode se basear somente em processo intuitivo, mas deve contar com observações sérias, precisas e bem fundadas. Nessa perspectiva, o pesquisador não é um investigador passivo, mas um agente ativo, que interfere na construção da realidade que o cerca. Ciente do objetivo a atingir, cabe ao pesquisador reunir registros de diferente natureza, por meio de entrevistas, fotos, gravações, e outros tipos de observações diretas, posteriormente essas informações devem ser comparadas e cruzadas, confirmando a validade dos aspectos levantados, o que possibilita a construção ou avaliação de uma teoria. Dentre as orientações para obter sucesso com a pesquisa, o mediador deve diversificar o foco de sua atenção analítica, apreciando diferentes ângulos de um mesmo objeto, e também passe a limpo as informações coletadas, momento em que refletirá sobre os dados. Há diferentes maneiras de selecionar o material a ser analisado, podem ser por meio de notas do campo, comentário de entrevista, documentos recolhidos no local, como por exemplo, produções dos alunos, planos de ensino, entre outros.

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