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A Ficção brasileira contemporânea

Por:   •  14/8/2017  •  Resenha  •  1.216 Palavras (5 Páginas)  •  306 Visualizações

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SCHOLLHAMMER, Karl Eric. Ficção brasileira contemporânea. Civilização brasileira, Rio de janeiro, 2009, 163 p.

O texto “Ficção brasileira contemporânea” traz para discussão um repertório de leitores e de obras que norteiam a ficção brasileira, no que concerne à literatura, pois esta estabelece relações estreitas com o escritor, leitor e o mercado de consumo que caminha com a política e cultura de uma nação. Atualmente, o mercado editorial tem certas exigências quanto à publicação de uma obra.

Apenas alguns autores atingem o público desejado, isso ocorre devido a diversos fatores e entre eles destaca-se a propaganda, que veio a surgir nesse contexto, após 1990. As pessoas não recebem educação de qualidade e não desenvolvem o hábito de leitura, porque são manipuladas pelo sistema  capitalista.

 Discorrendo sobre a arte de comunicação, a forma de escrever foi ao longo do tempo modificada, como mostra Heloisa Buarque de Hollanda. Mostra que a literatura nas últimas décadas se apropria dos cenários urbanos; isto é fazendo das metrópoles o seu pano de fundo retratando as misérias humanas, e a realidade social. Os personagens mesmo utópicos se encontram inseridos dentro dessa realidade

Desta forma, as obras se encontram alienadas aos dramas sociais e o contexto a uma realidade, em que quase sempre o principal drama é a falta de recurso, que é produto de uma sociedade capitalista. Isto ocorre em um contexto social globalizante, onde o escritor parece preso a uma camisa de força, cuja divagação não transcende a realidade. Ocorrendo até meados de 80 e início de 90 em que o real e o ficcional se fundiram.

Na visão do autor, essas mudanças ocorreram após a revolução de 64; alterando a estilística no retrato da realidade. Porém, Guimarães Rosa caminhou para uma literatura mágica e realista. Fundiu-as de forma alegórica retornando para o realismo social de 30, ao lado de uma imaginação aflorada; misturando-a com a realidade.

Autores, como Rego, Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz, Jorge Amado, dentre outros; tiveram como eixo temático um compromisso com uma crítica social e política contra qualquer tipo de autoritarismo. Isto ocorre em consequência da industrialização e decorrente do  capitalismo selvagem; vindo de encontro aos anseios da população. Mesmo expressadas de formas alegóricas continuava atrelada à realidade, pós-revolucionária, pois as suas narrativas correspondiam à situação política e social da época.

Surge uma genealogia entre o texto modernista e memorialismo; abordando a família e o clã, mas não enquanto decisão existencial, nas opções de vida, mas como uma linguagem clara da realidade, porém como uma alternativa estilística do realismo histórico, em uma democracia globalizada, mas incapaz de solucionar problemas sociais. A literatura bibliográfica na década de 70 foi profundamente marcada pelo memorialismo de Pedro Nava e por sua coleção monumental de seis volumes, denominada Baú de Ossos.

A literatura que se seguia após a revolução de 64 tinha um cunho social e político, até mesmo nas alegorias e expressões fantasiosas, como nos romances de José da Veiga, de Lygia Fagundes Telles e Ivan Ângelo.

Autores incluíam no romance, de forma ficcional, a notícia reprimida e censurada. Assim, o romance ficava como um paralelo à realidade. Da mesma forma Clarisse Lispector, em suas obras foi uma forte presença neste sentido. Entretanto, com a democratização surge uma escrita mais psicológica que configura uma subjetividade em crise, como: Brandão, Callado e Francis, dentre outros. Já Com Abreu em “Morangos Mofados”, que retrata as situações cotidianas faz com que a sociedade absorva os resquícios de uma política autoritária.

Surge uma vasta gama de contos e de autores que as compõem, podem ser observadas as principais linhas de força da narrativa brasileira atual: uma prosa afeita ao realismo, muitas vezes de contornos brutais, deixa entrever o dia-a-dia nas grandes cidades, mas sempre voltado para a miséria e a ausência de algo dos desprovidos; ficando uma literatura que expõe as cisões socioeconômicas do país; a inserção de estruturas de outros gêneros não literários e incorporação de linguagens de outros sistemas semióticos. A principal inovação literária foi a obra de Bosi (1975), com uma antologia de contos “Os Prisioneiros”; recriando situações entre a marginalidade, numa dimensão mais sombria e cínica da sociedade.

Na década pós 80, com o avanço tecnológico, as obras mereceram a óptica visual, como: fotografia, cinema, publicidade, vídeo e outros. Propiciou essa transformação ao leitor um mergulho no mundo virtual, em que a razão se funde com a ficção; em uma miscigenação de realidade e fantasia. Um grupo heterogêneo de escritores conquistou uma identidade, em torno de contos inéditos organizados em 2001 por Nelson de Oliveira intitulado Manuscritos de Computador. Em 2003 lançou outro volume, Geração 90, os Transgressores.

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