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A Personalidade

Por:   •  23/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.842 Palavras (12 Páginas)  •  176 Visualizações

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Trabalho sobre Personalidade.

INTRODUÇÃO

A psicanálise é uma disciplina científica instituída por Sigmund Freud a cerca de 60 anos. Como qualquer outra doutrina cientifica, deu origem a certas teorias que se derivam de seus dados de observação e que procuram ordenar e explicar esses dados. Aquilo que chamamos de teoria psicanalítica é, portanto, um corpo de hipóteses a respeito do desenvolvimento da mente do homem. É uma parte da psicologia geral e compreende sem dúvida as mais importantes contribuições que se realizaram até hoje em relação à psicologia humana.
A teoria psicanalítica se interessa pelo funcionamento mental normal como pelo patológico. É o método mais eficiente e de maior confiança de que dispomos para estudar os processos mentais inconscientes desenvolvidos por Freud durante vários anos, e que ele denominou de psicanálise, pela simples razão de ter sido capaz de discernir e descobrir os processos psíquicos. As observações de Freud revelaram uma série interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um instinto opunha-se outro. Eram proibições sociais que bloqueavam pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações freqüentemente chocavam-se uns com os outros.
Em sua Primeira Tópica Freud empregou a palavra “aparelho”, para caracterizar uma organização psíquica dividida em sistemas, com funções específicas para cada uma delas e que estão interligadas entre si: Inconsciente, Pré consciente e Consciente.
O consciente tem função de receber informações dasexcitações exteriores e interiores, registradas de acordo com o prazer e ou desprazer que elas causam, porém ele não retém esses registros e representações. A maior parte das funções perceptivo-cognitivo-motoras do ego processam-se no sistema consciente, embora funcione intimamente com o inconsciente. É a qualidade momentânea que caracteriza as percepções internas e externas. Segundo Freud a consciência seria a função de um sistema, o sistema percepção-consciência.
O pré-consciente funciona como uma peneira que seleciona o que pode, ou não, passar para o consciente, ou seja, seu conteúdo são todos os atos psíquicos que ultrapassaram a barreia da censura (recalque), seu funcionamento, ao contrário do sistema inconsciente é temporal, lógico, real e moral. Ele também funciona como um pequeno arquivo de registros, que contém as representações da palavra. Na segunda tópica freudiana, o pré-consciente é usado para qualificar o que escapa à consciência atual sem ser consciente no sentido escrito.
O inconsciente designa a parte mais arcaica do aparelho psíquico. É constituído por pulsões, traços mnêmicos, desejos, impulsos, atos psíquicos, entre outros. As pulsões estão reprimidas sob a forma de repressão primária ou repressão secundária.
É o conteúdo ausente, em um dado momento da consciência. O inconsciente é o conjunto de conteúdos não presentes no campo efetivo da consciência, sem fazer discriminação entre os conteúdos dos sistemas pré-conscientes e inconscientes. O inconsciente é um dossistemas da teoria do aparelho psíquico de Freud.
A partir de 1920, Freud elabora sua segunda e definitiva concepção do aparelho psíquico, chamada Segunda Tópica. Essa elimina a Primeira Tópica, e sim integra uma a outra num nível mais desenvolvido. Na psique (ou vida mental), temos o órgão corporal (cérebro ou sistema nervoso) e os atos da consciência. Presumimos que a vida mental à função de um aparelho ao qual atribuímos as características de ser extenso no espaço, e que deve ser constituído por diversas partes. A essas localidades ou áreas, damos o nome de id. O id é um reservatório e fonte de energia psíquica, que contém tudo que é herdado, tudo que está na constituição (no nascimento), portanto, os instintos encontram uma primeira expressão psíquica para nós desconhecidas.
Sob a influência do mundo externo, uma porção do id, sofre um desenvolvimento especial. Surge uma organização que atua como intermediária entre o id e o mundo externo, o ego. O ego tem sob seu comando o movimento voluntário. Ele tem a tarefa da autopreservação. Com referência a estímulos externos, ele dá conta desses estímulos, armazena experiências sobre ele, evitando estímulos intensos, lidando com estímulos moderados, e aprendendo a produzir modificações convenientes no mundo externo, em seu próprio benefício. O ego obedece ao princípio de realidade, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer o id, sem transgredir as exigências do superego. O ego busca o prazer e evita o desprazer.
Ao longo doperíodo da infância, no qual o ser humano vive na dependência dos pais, deixa para trás de si, a formação do ego, de um agente especial no qual se prolonga a influência parental. Damos o nome de Superego. Na medida que esse Superego se diferencia do ego ou lhe opõe, constitui uma terceira força que o ego tem que dar conta. O Superego se comporta como um vigilante moral, faz censura dos impulsos do id, impedindo o sujeito de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. Desenvolve no período de latência, situado entre 6 ou 7 anos.
Freud criou um termo com o nome de Ego Ideal, que consiste em compreender tudo aquilo que o sujeito espera de si. Em contra partida surge o termo Ideal do Ego, que consiste em o que o indivíduo deve ser para atender as exigências do Superego (ideal ético, estético e religioso).
Freud define Ideal do Ego como imagem perfeita de si mesmo, “eu ideal”. À medida que se constitui, esta vai cultivada e defendida como necessidade de satisfação narcísica. Corresponde ao que o próprio sujeito espera de si a fim de responder, favoravelmente às exigências de uma ilusão infantil de quem pode tudo. Já o Ego Ideal, se torna depositário de toda idealização, perfeição e felicidade do narcisismo primário.
Uma ação por parte do ego é como deve ser se ela satisfaz simultaneamente as exigências do id, do superego e da realidade, se é capaz de conciliar as suas exigências umas com as outras.
As forças que presumimos existir por trás das tensões causadas pelas necessidades do id,são chamados de instintos. Representam as exigências somáticas que são feitas à mente. Há dois instintos básicos, os de autopreservação e preservação da espécie (Eros), e o que é levar o que é vivo a um estado inorgânico (instinto destrutivo). Nas funções biológicas, os dois instintos básicos, operam um contra o outro ou combinam-se mutuamente oposta dos dois instintos dá origem a toda a variedade dos fenômenos da vida.
A noção de pulsão de morte foi introduzida por Freud em Além do Princípio do Prazer e foi reafirmada até o fim de sua obra. A pulsão de morte representa a tendência fundamental de todo ser vivo a retornar ao estado anorgânico.
A pulsão de vida também foi introduzida por Freud em Além do Princípio do Prazer, e consiste na tendência de não apenas conservar as unidades vitais existentes, como a constituir a partir destas, unidades mais globalizantes. Freud entende que a pulsão de vida e a pulsão de morte são dois princípios que se opõem em ação no mesmo mundo físico.



DESENVOLVIMENTO


A psicanálise por um longo tempo foi levada à conclusão de que as doenças nervosas constituíam a expressão de um distúrbio da função sexual, sendo assim conduzida a dedicar sua atenção à investigação dessa função negligenciada por tempo demasiado.

A psicanálise fez justiça à função sexual do homem, fazendo um exame de sua importância na vida prática e mental. Foi necessário ampliar o conceito restrito de sexualidade, pela conexão com as extensões de sexualidade que ocorrem naschamadas perversões e com o comportamento das crianças. Não foi difícil revelar que interesses e atividades sexuais se acham presentes na criança, em que todas as idades desde o começo da vida. A sexualidade normal dos adultos surge na sexualidade infantil, através de uma série de desenvolvimentos, combinações, divisões e repressões, que dificilmente se completam com perfeição ideal, deixando uma regressão da função sob a forma de doença. Se examinarmos a sexualidade do adulto com o auxílio da psicanálise e considerarmos a vida das crianças à luz dos conhecimentos que assim obtivermos, perceberemos que a sexualidade não é simplesmente uma função que serve aos fins da reprodução, no mesmo nível que a digestão, a respiração, etc. Trata-se de algo muito mais independente, que coloca em contraste com todas as atividades do indivíduo, que envolve a imposição de numerosas restrições, em que os interesses desses impulsos sexuais, deixam de coincidir com a autopreservação do indivíduo, e parecem realmente ser apresentados pelo grupo das doenças neuróticas, porque a psicanálise sugere que a natureza das neuroses, e o conflito primário que leva às neuroses, é um conflito entre os instintos sexuais e os instintos que sustentam o ego. O contraste entre instintos do ego e o instinto sexual, pelo transposto para a esfera da biologia, pelo contraste entre os instintos que servem à preservação do indivíduo e os que servem à sobrevivência da espécie.

O libido é armazenado no ego, e este estado chamamos denarcisismo primário. Ele dura até o ego começar a catexizar as idéias dos objetos com a libido, a transformar a libido narcísica em libido objetal. O libido tem uma grande mobilidade, ele passa muito fácil de um objeto para outro, durante toda a vida.

O primeiro órgão a surgir como zona erógena e a fazer exigências libidinais é da época do nascimento em diante, a boca. A persistência em sugar, dá prova de uma necessidade de satisfação, embora se origine da ingestão da nutrição. Na fase oral, já ocorrem impulsos sádicos junto com o aparecimento dos dentes. Na primeira edição de Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud descreve uma sexualidade oral que ele destaca no adulto e reencontra na criança. Já a fase anal, Freud começou a assinalar traços de um erotismo anal no adulto, e descrever seu funcionamento na criança na defecação e na retenção de matérias fecais, e a partir de um erotismo anal irá surgir a idéia de uma organização pré-genital da libido. A fase fálica é uma precursora da forma final assumida pela vida sexual e já se assemelha muito a ela. Com a fase fálica, a sexualidade infantil atinge seu apogeu e aproxima-se da sua dissolução.

A fase fálica é tardia em Freud, pois só em 1923 aparece explicitamente, preparada pela evolução das idéias de Freud, a respeito dos modos sucessivos de organização da libido e pelos pontos de vista sobre o primado do falo. A partir daí, meninos e meninas têm histórias diferentes.

O menino ingressa na fase edipiana e começa a manipular opênis, ele tem fantasias de executar atividades com ele em relação à sua mãe, que devido a uma ameaça de castração de acordo com a visão da ausência do pênis na menina, vivencia o maior trauma de sua vida. A menina depois de tenta em vão fazer as mesmas coisas que o menino, vem reconhecer sua falta de pênis e a inferioridade do clitóris, com efeitos permanentes sobre seu caráter. E como resultado dessa rivalidade, ela começa a voltar as costas, à vida sexual. O complexo de Édipo só aparece nos escritos de Freud em 1910, mas em termos que provam que já era admitida na linguagem psicanalítica.

Na teoria psicanalítica, o narcisismo deriva-se de uma definição clínica. Em 1899, foi escolhido por Paul Macke, para descrever a atitude de uma pessoa que trata o próprio corpo, da mesma forma que costuma ser tratado o corpo de um objeto sexual.

O conceito de um narcisismo primário é normal e surgiu quando foi feita uma tentativa para subordinar o que conhecemos como demência precoce ou esquizofrenia às hipóteses da teoria do libido.

Uma unidade comparável ao ego, não pode existir no indivíduo desde o início, o ego tem de desenvolver-se. Os instintos auto-eróticos, todavia, estão presentes deesde o início, assim deve haver algo acrescentado ao auto-erotismo, uma nova ação física, de forma a ocasionar o narcisismo.

As pulsões libidinais, sofrem a vicissitude do recalcamento patogênico, quando entra em conflito com as idéias culturais e éticas do indivíduo. Para o ego, a formação de um ideal é ofator condicionante do recalcamento. Há uma instância psíquica especial que efetua a tarefa de assegurar a satisfação narcísica do ideal do ego, e vigia constantemente o ego atual, avaliando-o por este ideal.

O desenvolvimento do ego consiste num afastamento do narcisismo primário. Este afastamento é ocasionado por meio do deslocamento da libido, para um ideal do ego, por imposição externa. A satisfação é obtida ao atingir esse ideal. O ideal do ego, não apenas se acha ligado à libido narcísica do indivíduo, como também a uma quantidade considerável de sua libido homossexual, que desta forma volta a ser dirigida para o ego.

Tema Especial: Segunda Tópica

O id é uma instância amorfa, caótica, atemporal e desorganizada. Este é movido pelo princípio do prazer e rege suas próprias leis.

O id é o reservatório de energia de toda a personalidade. Ele pode ser associado a um rei cego cujo poder e autoridade são totais e cerceadores, mas que depende de outros para distribuir e usar de modo adequado seu poder.

Os conteúdos do id são quase todos inconscientes, eles incluem configurações mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material que foi inaceitável pela consciência. Um pensamento ou uma lembrança assim capaz de influenciar a vida mental de uma pessoa. Freud acentuou o fato de que materiais esquecidos conservam o poder de agir com a mesma intensidade, mas sem controle consciente.

No id não existe nada que corresponda á idéia de tempo; não há reconhecimento dapassagem do tempo, não conhece nenhum julgamento de valor, não conhece o bem nem o mal, nem a moralidade (1933, livro 28, p.95na ed. brás.).

O ego é originalmente criado pelo id na tentativa de enfrentar a necessidade de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Mas para fazer isso, o ego tem que controlar ou regular os impulsos do id de modo que o individuo possa buscar soluções menos imediatas e mais realistas.

O id é sensível às necessidades, enquanto o ego responde às oportunidades.

O superego não se desenvolve a partir do id e sim do ego. Atua como censor dos códigos morais, de modelos de conduta que constituem a personalidade. Freud descreve três funções do superego: consciência, auto-conservação e formação de ideais.

Enquanto consciência, o superego age tanto para restringir, proibir ou julgar a atividade consciente; mas também age inconscientemente. As restrições inconscientes são indiretas, aparecendo como compulsões e proibições.

“Aquele que sofre (de compulsões e proibições) comporta-se como se estivesse dominado por um sentimento de culpa, do qual, entretanto, nada sabe” (1907, livro 31, p.17 na ed. Brás.).

A tarefa de auto-observação surge da capacidade do superego de avaliar atividades independentemente das pulsões do id para tensão-redução e independentemente do ego, que também esta envolvido na satisfação das necessidades. A formação de ideais está ligada ao desenvolvimento do próprio superego. Ele não é, como se supõe às vezes, uma identificação com um dos paisou mesmo com seus comportamentos: “O superego de uma criança é com efeito construído segundo o modelo não de seus pais, mas do superego de seus pais; os conteúdos que ele encerra são os mesmos e torna-se veículo da tradição e de todos os duradouros julgamentos de valores que dessa forma se transmitiram de geração em geração” (1933, livro 28, p. 87 na ed. brás.).

CONCLUSÃO

Freud, com seu inquestionável saber notório, trouxe grandes contribuições não só para a psicologia, como também para a humanidade. Não há como falar de psicanálise sem pensar em uma questão em evidência, sem atribuir algum sentido à ele de alguma teoria freudiana. Por isso, ele é o pai da psicanálise. Por mais inconstante que pareça alguma de suas teorias, se fizermos um estudo aprofundado e relacionando às coisas do dia-a-dia, e também com todas as relações humanas, vê-se coerência e lógica.

A relação id, ego e superego nos remete a uma realidade incontestável, quando vista e analisada sem preconceito ou resistência, assim como todas as teorias psicanalíticas, com suas características distintas. Somos realmente seres privilegiados, por ter além de senso acadêmico, a disposição para refletir sobre a psicanálise, pois, é sabido que não é qualquer pessoa que consegue ouvir teorias psicanalíticas sem se chocar.

Vimos que cientificamente, o ideal é não traçar uma definição entre o que é normal ou anormal, e sim chegar a uma compreensão a partir dos estudos de todos os estados patológicos e de seus distúrbios.Nossas percepções sensoriais e nossas impressões, mesmo que baseadas em alguma fundamentação teórica, são grandes aliados, para compreensão dessas estruturas.

Embora complexo, conseguimos ver coerência e exatidão nas teorias psicanalíticas, não só nas patologias e doenças somáticas, mas em todo seu valor no processo do desenvolvimento psicossocial e nas relações humanas.

É preciso fazer da imagem da psicanálise, um álbum detalhado de sua história, e não um retrato falado, apontando alguns poucos detalhes mais relevantes.

BIBLIOGRAFIA

FREUD, SIGMUND - Obras Psicológicas Completas – versão 2.0.
ROUDINESCO, ELISABETH – Dicionário de Psicanálise, Jorge Zahar Editor, RJ -1997.
LAPLANCHE E PONTALIS – Vocabulário de Psicanálise, Martins Fontes, SP – 2000.
KAUFMAN, PIERRE – Primeiro Grande Dicionário Lacaniano, Jorge Zahar Editor, RJ – 1996
ZIMERMAN, DAVID E. – Fundamentos Psicanalíticos, Artmed, RS – 1999.
CHEMAMA, ROLAND – Dicionário de Psicanálise Larousse, Artes Mádicas, RS – 1995.
NICOLA ABBAGNANO, Dicionário de Filosofia – Martins Fontes – SP, 2000.
HANNS, LUIZ – Dicionário Comentado do Alemão de Freud, Imago, RJ – 1996.
FENICHEL, OTTO – Teoria Psicanalítica das Neuroses, Atheneu, SP – 2000.
KUSNETZOFF, JUAN CARLOS – Introdução à Psicopatologia Psicanalítica, Nova Fronteira Editora, RJ – 1982.



Bibliografia – Tema especial

FREUD, SIGMUND – Esboço de Psicanálise, Imago Editora, RJ
BRENNER, CHARLES – Noções Básicas de Psicanálise, Imago Editora, RJ – 1975.

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