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A própria menção da sigla EJA (Educação de jovens e adultos)

Por:   •  11/3/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.409 Palavras (10 Páginas)  •  347 Visualizações

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Quem são os alunos da EJA?

A própria menção da sigla EJA (Educação de jovens e adultos) já faz uma breve exposição de quem são os alunos deste programa de ensino. EJA é uma estrutura básica de educação criada pela rede pública a fim de ensinar jovens e adultos e inseri-los no ensino fundamental e médio.

O programa é direcionado para um público específico, pessoas que não estão mais em sua idade escolar conforme a lei 9.394 de 1996 que posteriormente foi alterada pela Lei 11.274 de 2006 em seu Art.32 diz a seguinte redação:

"Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão (...)

Analisando o artigo acima podemos ter um parâmetro de quem são os alunos deste programa, a EJA comporta no ensino fundamental pessoas que não estão nesta faixa etária informada pela lei das diretrizes e bases nacionais, posteriormente serão abordadas outras questões expositivas além da questão da idade escolar.

Além da questão da idade escolar dos participantes do programa da EJA podemos evidenciar várias características dos ingressantes, esses que por sua vez tiveram que abandonar a escola para trabalhar e conseguir o sustento de sua família, jovens que devido a influências externas saiu da escola. O programa conta com uma multiplicidade de perfis, estes marcados fortemente por diversidades históricas, sociais, políticas, culturais e muitas vezes de cunho econômico.

O adulto, no âmbito da educação de jovens e adultos, não é o estudante universitário, o profissional qualificado que frequenta cursos de formação continuada ou de especialização, ou a pessoa adulta interessada em seus conhecimentos em áreas como, artes, línguas estrangeiras ou musica, por exemplo. Ele é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles provenientes de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito frequentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar- se ou cursar series do ensino supletivo. E o jovem, incorporado ao território da antiga educação de adultos relativamente há pouco tempo, não é aquele com uma historia de escolaridade regular, o vestibulando ou o aluno de cursos extracurriculares em busca de enriquecimento pessoal [...] ele é também um excluído da escola, porem geralmente incorporado aos cursos supletivos em fase mais adiantadas da escolaridade, com maiores chances, portanto, de concluir o ensino fundamental ou mesmo o ensino médio (OLIVEIRA M. K. 1999, p. 59-60).

O perfil dos alunos, pode ser analisado, tendo como parâmetro o verdadeiro motivo pelo qual não se formaram em uma escola no tempo devido, muitas vezes, por conta da situação precária familiar, outros pela necessidade de trazer o sustento como já citado anteriormente, outros pela deficiência do ensino básico regular em nossas escolas que os levaram ao abandono.

Segundo o Jornal do Brasil (2016) tendo sua noticia veiculada por meio digital, informa que um a cada três jovens da rede pública de ensino abandonou a escola para trabalhar.

Pesquisa/ inédita do MEC, OEI e Flacso, revela que a maioria dos jovens que abandona a escola deixa de estudar para trabalhar. Mas os entrevistados revelam a importância do professor na decisão de continuar na escola e afirmam que a violência, pobreza e corrupção são apontadas como problemas mais graves do que a qualidades do ensino (Rio de Janeiro) – O jovem brasileiro que se mantém nas salas de aula da rede publica são trabalhadores – 40% dos que frequentam as classes de jovens e adultos(EJA) cumprem jornadas de trabalho de 8 horas por dia. Esse percentual é de quase 20% entre os estudantes do ensino médio regular. Cerca de um em cada quatro alunos têm que conciliar estudo e trabalho ou pelos menos “fazer um bico”. No caso dos alunos do Pro jovem Urbano e da EJA a razão é de três estudantes para cada quatro. (Jornal do Brasil,2016, acesso em 22\01\2016).

No ano de 2014, foi realizado um censo escolar, no qual são medidos os resultados inerentes as matriculas em todos os níveis básicos da educação (creche, pré-escola, Ensino fundamental e Ensino médio e incluindo a EJA), no tocante a este programa o MEC chegou a um ponto expressivo desta pesquisa no que se refere a idade dos frequentadores das aulas ministradas neste importante programa da rede pública, o ministério da educação confirmou que cerca de 30% dos alunos da EJA são jovens com idades entre 15 e 19 anos, olhando sob a perspectiva da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996, conclui-se que estes alunos ainda estão em idade escolar, porém, com atraso em relação a sua série, ou seja, um aluno de 15 anos em tese deveria estar no 1ºAno do ensino médio, porém a realidade muitas vezes é divergente disto.

Analisando os alunos da EJA sob uma perspectiva social, podemos chegar à conclusão que são de certa forma descriminada pela sociedade devido a baixa escolaridade, muitas vezes rotulados como “ignorantes”, analfabetos não no sentido literal, mas em seu sentido pejorativo. Segundo Arroyo (2001) o fracasso escolar tem ocorrido por causa da desigualdade que está presente em nossa sociedade.

De um modo geral, os sujeitos da EJA são tratados como uma massa de alunos, sem identidade, qualificados sob diferentes nomes, relacionados diretamente ao chamado “fracasso escolar”. Arroyo (2001) ainda chama a atenção para o discurso escolar que os trata, a priori, como os repetentes, evadidos, defasados, aceleráveis,deixando de fora dimensões da condição humana desses sujeitos, básicas para o processo educacional. Ou seja, concepções e propostas da EJA comprometidas com a formação humana passam, necessariamente, por entender quem são esses sujeitos e que processos pedagógicos deverão ser desenvolvidos para dar conta de suas necessidades e desejos. (ANDRADE,2004, p.1).

Na ultima quarta-feira de Janeiro, o Jornal do Brasil publicou uma pesquisa realizada pelo MEC, onde eles traçaram o perfil do jovem brasileiro que está cursando o Ensino médio. A pesquisa coordenada por Miriam Abramoway e revelou que 74% dos alunos que frequentam o programa de EJA já abandonaram pelo menos uma vez. Além que de 39% dos pais desses alunos não possuem escolaridade ou possui apenas o ensino

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