As Oficinas Pedagógicas
Por: Maisahs • 29/9/2025 • Trabalho acadêmico • 2.617 Palavras (11 Páginas) • 47 Visualizações
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Acadêmicos¹ Maísa Helena Silva Pereira
Professor Orientador² Matheus Fim Merino
Professor Mediador Marlise Rahmeier
RESUMO:
Ler e contar histórias são proposições fundamentais para o processo de alfabetização e configuram-se como premissas iniciais nas formações oferecidas a professores alfabetizadores nos últimos anos. Neste contexto, torna-se relevante a discussão com respeito às divergências em torno das preferências entre as concepções e as metodologias que fundamentam as práticas docentes, em especial nos primeiros anos escolares. Com a finalidade de identificar os estudos recentes acerca desta temática, mais especificamente entre os anos de 2010 a 2020, a presente pesquisa utiliza-se do software Iramuteq para a categorização dos resultados e para a análise do conteúdo dos estudos recentes em torno desse assunto. Os resultados apresentados sinalizam a necessidade de investir na formação leitora oferecida inicialmente aos professores e consequentemente aos educandos, pois muitas vezes o planejamento escolar minimiza os objetivos de leitura em torno de correções ortográficas ou de uma escolarização literária. Embora esses propósitos didáticos tenham sua importância, pensar a alfabetização pela perspectiva do letramento consiste na valorização da função social das práticas de leitura e na sistematização das ações pedagógicas pelos professores alfabetizadores. Portanto, alfabetizar e letrar (COSSON, 2014; SOARES, 2004) incide na compreensão das problemáticas reais pela escola e no diálogo que mobiliza os diferentes textos a distintos propósitos comunicativos.
Palavras-chave: contação de histórias; Letramento; Formação de professores.
INTRODUÇÃO:
A Contação de histórias como prática oral escolar perpassa diversas discussões e abordagens sobre os percursos formativos em alfabetização e letramento. No contexto de alfabetização tem se expandido a discussão sobre quais os métodos que favorecem a aquisição de novas aprendizagens, de modo que autores como Cosson (2014) e Soares (2018), defendem a concepção de alfabetização, incluindo às didáticas com a leitura, pela perspectiva do letramento, pois por esse viés as práticas pedagógicas serão construídas em consonância aos contextos e realidades vivenciadas pelos educandos, dialogando com as expectativas, anseios e necessidades da sociedade. Consequentemente, ao conviver com a leitura e com a escrita, por meio de eventos presentes no dia a dia e na escola que promovam a sua participação, a criança constrói hipóteses que a auxiliam a perceber a relação entre sons e grafemas concomitante a sua inserção em práticas sociais que permitam a compreensão das finalidades da leitura e da escrita para além dos muros da escola. Para que esse processo se concretize, ao passo que o educando se apropria do sistema de escrita, alfabético e ortográfico, é primordial que sejam ofertadas pelo professor situações que o auxiliem a conferir sentido às funções sociais dos diferentes tipos de textos presentes na atualidade. Favorecer que ambos os processos ocorram simultaneamente exemplifica o exposto por Soares (2018), que defende que alfabetização e letramento têm suas particularidades e especificidades, porém são processos que alcançam sua completude quando construídos concomitantemente. Como destaca Zilberman (1998), o letramento é a ação mais importante que a escola pode oferecer às crianças nos primeiros anos de sua formação, pois sob essa perspectiva o professor alfabetizador delineia o planejamento em detrimento das problemáticas reais da sociedade e enfrentadas pelos educandos. Construir propostas educativas que considerem o processo de alfabetização e a formação de novos leitores aliados ao letramento é um desafio real, possível e necessário (LERNER, 2002). Por conseguinte, para que esse objetivo seja alcançado, é necessário que a formação destinada ao professor ofereça subsídios que o auxiliem na organização de propostas voltadas a criar novos leitores e contadores de histórias, sujeitos autônomos, ativos, participativos e críticos dos mais diversos textos e suas representações, haja visto que os avanços tecnológicos apresentam a cada época novas roupagens para os enunciados e textos. Soares (2003, p. 15) complementa esse pressuposto ao destacar que o letramentoenvolve “a imersão das crianças na cultura escrita, participação em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de material escrito”.
O papel do professor é indispensável, pois enquanto “agente do letramento” se configura como promotor das capacidades e dos recursos de seus alunos e de suas redes comunicativas, garantindo que participem das práticas de uso e da escrita situadas nas diversas instituições (KLEIMAN, 2004, p. 53). Contudo, o trabalho com a leitura e a literatura no viés do letramento considera o ensino para além dos muros da escola, abrange também estratégias e capacidades adequadas aos diversos textos que circulam no dia a dia, como afirma o trecho:
Objetivo:
O objetivo geral é verificar quais as contribuições para a aprendizagem dos alunos do 5º ano do ensino fundamental ao explorar Geometria por meio de Contação de histórias (txt. 17). O objetivo geral deste trabalho é elaborar uma metodologia de ensino, na qual a Contação de histórias seja um recurso metodológico e epistemológico no processo de ensino-aprendizagem de Ciências para crianças/estudantes do Ensino Fundamental, sobretudo, do primeiro ano (txt. 47). O principal objetivo mostrar de que modo a prática de narrativas orais poderia contribuir para uma proposta de intervenção de Educação Física nos anos iniciais, de modo a favorecer a alfabetização e o letramento por meio do desenvolvimento da linguagem corporal, bem como a aquisição da oralidade, criatividade e expressividade de alunos (txt. 49).
Já a segunda categoria – Uso da Contação de história na formação de professores, indica estratégias e metodologias de ensino utilizadas pelo professor em seu trabalho em sala de aula com os alunos, revela ainda, como a contação de história é considerada em pesquisas de teses e dissertações e sua relação com os conceitos de letramento literário, letramento e alfabetização. Para os autores das pesquisas analisadas, a competência narrativa é definida como um processo que depende em grande parte das vivências com a leitura. Os autores assinalam que a leitura e a literatura servem tanto para ensinar a ler e escrever quanto para formar culturalmente o sujeito, o que faz menção para o desenvolvimento de habilidades a partir do que o educando traz e compartilha. Portanto, anterior à escolha dos enredos para as leituras e contação de histórias na escola, é importante que exista espaço para o diálogo e escuta atenta aos conhecimentos e experiências previamente adquiridas pelos educandos. Nesse processo há também a reestruturação dos papéis que historicamente professores e educandos ocupam no espaço escolar, rompendo a visão do professor como o ser que detém o saber que será recebido passivamente. Em um ambiente de cooperação e colaboração, professores e educandos refletem sobre os diferentes textos existentes e trabalhados. A competência narrativa, descrita nessas pesquisas também está diretamente e simultaneamente relacionada ao processo de letramento e alfabetização do ponto de vista cognitivo, linguístico, lúdico e afetivo, o que se observa no trecho a seguir.
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