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EJA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS LONDRINA

Por:   •  9/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.475 Palavras (10 Páginas)  •  815 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER

PATRÍCIA APARECIDA DA COSTA MARCILINO

EJA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

LONDRINA

2016

RESUMO

        O livro analisado, Educação de Jovens e Adultos, da autora Maria Antônia de Souza (2012), têm como tema central a trajetória da EJA (Educação de jovens e adultos). A Educação de Jovens e Adultos (EJA), ainda é vista por muitos como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram que abandonar a escola. Segundo a autora, durante muito tempo no Brasil um dos objetivos era superar a vergonha nacional, ou seja, o Brasil precisava por em pratica algumas ações estipuladas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) para eliminar o analfabetismo e elevar a taxa de escolarização do povo brasileiro para 12 anos. Neste momento, a Educação de Jovens e Adultos tinha como direcionamento eliminar o analfabetismo do país, pois era uma vergonha nacional o Brasil ainda possuir pessoas analfabetas.

        Nessa concepção de vergonha, muitos passam a apontar o analfabetismo como causa do atraso do país, aponta-se o analfabeto como um incapaz. Com isso, surge-se a ideia de Vergonha Nacional direcionando a Educação de Jovens e Adultos para uma vertente instrumental, na qual, o objetivo é comprovar intencionalmente, por meio de dados estatísticos, a ampliação do índice de escolaridade do Brasil. Nesta vertente, a ideia de alfabetização é a de ensinar a decodificar; certificar e encaminhar o aluno para o mercado de trabalho. Neste contexto, o aluno é visto, geralmente, como um objeto.

        Entretanto, com decorrer do tempo, outro direcionamento foi dado a Educação de Jovens e Adultos, a formação integral. Esta, segundo a autora, mostra que a educação é um direito para todos, e como direito, todos devem ter uma formação integral. A formação integral não tem como objetivo principal a certificação, mas oferecer oportunidades que provocarão transformações por meio da educação, trazendo assim, novas possibilidades humanizadas de trabalhos, ou seja, esta vertente busca servir as necessidades e os interesses do aluno. Enfim, o foco desta vertente é o aluno e não os índices que o país irá atingir nas relações internacionais.

        O capítulo um, faz uma abordagem da história do EJA no Brasil, analisando como as propostas instrumentais e emancipatórias estiveram presentes em alguns momentos e perderam forças em outros. O livro nos mostra que no decorrer da história houve mudanças no sistema produtivo e que dependendo da situação e do direcionamento ideológico do governo de cada época o EJA passa a assumir um caráter mais instrumental ou mais de formação humana.

        Nos primórdios da educação básica no Brasil, a concepção de alfabetização era apenas a de saber ler e escrever, ou seja, ter o domínio do código. O Estado, naquele momento histórico, tinha como objetivo catequizar os índios e os escravos, pois assim estes passariam a comungar da mesma fé. A visão em relação ao adulto analfabeto era a de indiferença, desprezo. Para mudar esta situação, eles passaram a ensinar os adultos a lerem e a escrever.  Estas aulas eram ministradas através de livretos, memorização, ou seja, estes adultos eram alfabetizados no mesmo sistema que as crianças. Estas atividades eram desenvolvidas nas igrejas, mesmo porquê, os professores eram os padres jesuítas.

        A questão instrumental começa a aparecer a partir do momento que surge a ideia de civilizar a população brasileira. No Brasil Império, o sistema de alfabetização de Jovens e Adultos (EJA) tem um objetivo utilitário, ou seja, apenas para ter o domínio do código.  Neste período, o número de analfabetos era muito grande, mesmo a escola tendo sido institucionalizada e popularizada.

        A ideia de república difere da ideia de império, pois a primeira tem a ideia de representatividade e, a segunda, tem ideia de autoritarismo. Porém, ambas possuem a ideia de domínio do código. O objetivo da educação na república era a de regenerar o povo, vencer a vergonha nacional, pois nesta época, como no período anterior, o adulto era visto como improdutivo e incapaz. As aulas eram ministradas nas escolas e através de lições repetitivas. As campanhas de alfabetização surgiram neste período e o alfabetizador era voluntário.

        Na década de 30, período da Ditadura, o predomínio ainda era do código. Os objetivos da alfabetização era o de instrumentalizar a população com os rudimentos da leitura e da escrita, seguir ordens/ instruções. A visão que havia sobre o adulto analfabeto era o de cabeça dura, incapaz, sem jeito para as letras. A principal ação deste período foi a de implementar o ensino supletivo, houve um avanço na educação com esta ação. Entretanto, a metodologia continuava a mesma: memorização e repetição, leitura oralizada. Folhetos.

        Entre os anos 40 e 50 surge uma reviravolta na EJA. Neste período os alfabetizadores são professores que trabalham com crianças durante o dia, e no período noturno, com os adultos. Passam a produzir os materiais pedagógicos, investe-se na infraestrutura para esta modalidade de educação, e faz-se campanhas de alfabetização. Entretanto, a metodologia continua-se a mesma dos períodos anteriores.

        Nos anos 50, começa-se a mudar a concepção de alfabetização com a influência de Paulo Freire. A leitura e a escrita são usadas como ferramentas de conscientização e compreensão. O Estado precisa atender as exigências internacionais e às demandas dos movimentos populares para diminuir o alto índice de analfabetismo. Neste período, a visão sobre o adulto analfabeto também sofre uma mudança, no período anterior ele era visto como incapaz e, neste período passa a ser visto como produtor de conhecimento. O alfabetizador passa a ser capacitado especificamente para trabalhar com a EJA, mesmo sendo um voluntário. Passa a ter um investimento maior nas campanhas de alfabetização e nos movimentos populares. A metodologia utilizada faz crítica à educação bancária, pois esta é dialógica, parte da realidade do educando e usa palavras geradoras. Entretanto, não houve um avanço quanto aos lugares utilizados para a ministração destas aulas.

        Com a Nova Ditadura, entre os anos 60 e 70, a concepção de alfabetização teve um declínio, pois a visão era a de aprender a assinar o nome, ter domínio do código e preparação para o mercado de trabalho. O objetivo do Estado era o de despolitilização, suavização das tensões sociais e preparação da mão de obra. A visão em relação ao adulto analfabeto era que a suas formas de expressões e comunicação eram erradas e não cultas. O alfabetizador eram professores semipreparados, contratados e voluntários, que seguiam manuais e a metodologia tinha a ideia de condicionamento e repetição.

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