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Inclusão de Alunos Surdos no Ensino Regular

Por:   •  3/5/2016  •  Monografia  •  25.919 Palavras (104 Páginas)  •  663 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Escolhemos o tema os desafios que o professor enfrenta na inclusão de alunos surdos no ensino regular, para ter uma chance de abordar a inclusão escolar de alunos surdos por uma ótica que não pode ser resumida somente às leis. Quando falamos de inclusão escolar, logo pensamos em democratização do ensino e na inserção dos alunos com necessidades especiais que deve ser efetivada por meio de processos, ações, intenções e comprometimento entre os docentes para encontrar caminhos pelos quais realmente aconteçam.

Educadores de surdos vivem um constante questionamento de como proporcionar condições concretas de aprendizagem para aqueles cuja historia é marcada por uma trajetória de exclusão educacional e social.

Para Silva (1995 p.254), na justificativa da inclusão, percebe-se o uso de palavras como qualidade, eficácia e relação custo beneficio. A escola inclusiva nessa perspectiva é entendida como um espaço de consenso e de tolerância para com os diferentes. A experiência escolar cotidiana ao lado dos colegas (normais) seria assim vista, como elemento integrador.

Considerando o exposto acima, as questões que se colocam são: Como o pedagogo trabalha com a criança deficiente auditiva na escola regular? Existe realmente a inclusão do deficiente auditivo nas salas de aulas? Os professores estão preparados para receber os deficientes auditivos? Como funciona este processo na escola? É possível seu desenvolvimento integral no processo de alfabetização?

Nossa hipótese é que o trabalho pedagógico com a criança deficiente auditiva se dá em um ambiente não bilíngue, como fala a lei, onde a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinas) é pouco conhecida, e que a grande maioria dos professores e coordenadores desta escola não têm o conhecimento e nem as habilidades necessárias para poderem ensinar ou até mesmo se comunicar com estes alunos, que necessitam de abordagens diferentes para o seu desenvolvimento cognitivo e seu real aprendizado, e somente um profissional capacitado na área poderá fornecer. Acreditamos ainda que mesmo hoje, a LIBRAS sendo matéria obrigatória no currículo para a formação de um pedagogo, não possibilita o conhecimento necessário, não proporcionando a este professor capacidade para comunicar-se, quanto mais a alfabetizar em LIBRAS nossos educandos.

Nos deparamos com escolas despreparadas e professores que não sabem como trabalhar com as deficiências dos alunos, nos fazendo questionar se há realmente a inclusão nas escolas regulares.

 Precisamos exigir mais de nossos governantes para que possamos ter professores e escolas preparadas para receber os educandos deficientes. É um tema bastante discutido e abordado por vários educadores, com uma visão de integração dos deficientes na nossa sociedade exercendo seu papel como cidadão.

        A declaração de Salamanca (1994) veio reafirmar tal proposta, defendendo que as pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas comuns, que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades. Essa política representa o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e oferecer educação para todos (BRASIL, 2004).

Com certeza é uma nobre intenção trazer para a sociedade aqueles que antes foram segregados, que tiveram por anos seus direitos negados. Perceber na teoria uma mudança na postura das nossas autoridades com relação à inclusão dos surdos nas escolas regulares de ensino, porém na prática, essa regulamentação não é suficiente. O que acaba acontecendo é a exclusão destes educandos nas escolas.

Nesta perspectiva, nos deparamos com a marginalização que se dá quando alguém é deixado a perecer em sua solidão social, sem informação, logo sem conhecimento. Deparamos com várias crianças deficientes sendo deixadas de lado sem o mínimo de atenção por parte de professores, não somente pela quantidade de alunos que este tem em sala, mas por não ter conhecimentos na área em questão.

Podemos refletir sobre o que é incluir de fato, já que se trata de um tema polêmico do ponto de vista da prática educacional. A inclusão pressupõe mudanças na sociedade, para que esta se torne capaz de receber e acolher adequadamente as pessoas portadoras de necessidades especiais, portanto, baseia-se no modelo social. Segundo este conceito, a escola leva em consideração a necessidade do aluno, ocorrendo adaptação do ambiente físico e dos procedimentos educacionais, sendo que todas as pessoas devem ter a oportunidade de serem incluídas na escola comum (MAZZOTTA, 1996).

Oferecer o mesmo espaço escolar para todas as crianças é o mesmo que oferecer igualdade de condições. Não há, portanto, um reconhecimento das diferenças e sim uma mera aceitação da pluralidade sem que se perca de vista a norma ‘ideal’. Durante muito tempo tentaram tornar os alunos surdos parecidos com os ouvintes, tentando normalizar todos, sem respeitar suas diferenças. O entendimento sobre a sua língua e toda a cultura que envolve esse grupo de pessoas, nos faz reconhecer que existem diferenças e que devemos pensar no processo de ensino-aprendizagem, levando em conta que a responsabilidade por ensinar fica com os professores.

Há uma variação no seu conhecimento e no compromisso com a comunidade dos surdos e com as suas expectativas, o treinamento que recebem, baseia-se em ideias de ouvintes e relaciona-se com o ensino.

O nosso objetivo geral é analisar o preparo dos professores no ensino regular e observar a suas práticas no processo do ensino-aprendizagem com os deficientes auditivos e verificar se a escola está preparada para recebê-los.

Os objetivos específicos são: Analisar como a inclusão dos surdos ocorre na escola. Esclarecer se há realmente o desenvolvimento da alfabetização do aluno surdo no ensino regular.

2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

2.1 Educação Inclusiva no Brasil

Conforme Brasil (2007), em meados do século XX, com a intensificação dos movimentos sociais de luta contra todas as formas de discriminação que dificulta o exercício da cidadania das pessoas com deficiência, emerge no mundo a ajuda de uma sociedade inclusiva. No desdobrar-se deste período histórico asseguram-se a critica às praticas de categorização de estudantes guiados para ambientes especiais, levados, também, ao questionamento dos modelos homogeneizadores de ensino de ensino e de aprendizagem, produtores de exclusão nos espaços escolares.  

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