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MODELO DE PRE PROJETO DE MESTRADO

Por:   •  30/1/2020  •  Projeto de pesquisa  •  3.376 Palavras (14 Páginas)  •  1.443 Visualizações

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AS COREOGRAFIAS INSTITUCIONAIS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O ENGAJAMENTO DOCENTE NO CONTEXTO DO ENSINO SUPERIOR DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO – (IFPE)

Marina Jacinto da Silva Oliveira

INTRODUÇÃO

A prática docente no ensino superior exige muito mais do que domínio de conhecimentos. Ela demanda competências que são próprias da docência, como por exemplo, concepções de ensino, de aprendizagem, de avaliação e da relação professor - aluno, fazendo com que o docente se envolva em um processo de formação permanente, que transpassa sua atuação profissional.

Dentro desse processo, a universidade deveria estar atenta para manter a sua contribuição civilizatória a partir da produção de conhecimento por parte de seu corpo docente e da formação de profissionais capazes de realizar suas atividades dentro dos parâmetros de autêntica excelência (Teixeira, 2018), mas ao invés disso, termina se perdendo, por muitas vezes, na cobrança do cumprimento do tripé da educação superior (ensino, pesquisa e extensão) . Dessa forma, as instituições de ensino superior avaliam a prática docente de maneira simplista e quantitativa, colocando a burocracia em primeiro plano e deixando o docente e o ensino em segundo.

Diante dessa perspectiva, tem sido sugerido nos últimos anos que o professor deva não apenas se sentir motivado para ter apropriação dos conhecimentos e das competências docentes, mas que na verdade deva estar engajado para melhor construção da sua prática. Ainda não há um conceito teórico fechado acerca do que seria engajamento docente, mas muitos textos trazem o engajamento do trabalho como um caminho na construção deste termo teórico. É importante pontuar que motivação e engajamento são coisas distintas: enquanto a motivação seria algo individual, mais ligado às razões pessoais e ao planejamento do que é necessário para a realização de uma tarefa (Silveira 2017), o engajamento pode envolver um senso de coletividade, o esforço para a realização de ação ou assim como Fredricks, Blummenfeld e Paris (2004) atestam, estar engajado significa estar ativamente comprometido com a realização de uma tarefa. O professor engajado desempenha suas tarefas de maneira mais eficaz, promovendo também o engajamento dos alunos.

Alguns estudos como os de Fredricks, Blummenfeld e Paris (2004) vem investigando o papel que as instituições de ensino tem no engajamento dos estudantes, porém Zabalza (2016) trouxe um novo caminho para essa investigação, ampliando o debate sobre o papel das Instituições de ensino, explicando-o através das Coreografias Institucionais. A proposta das coreografias se iniciou através dos estudos de Oser e Baeriswyl (2001), quando eles apresentaram a metáfora das coreografias didáticas, nas quais o professor desenvolve “passos de aprendizagem” que devem ser executados pelo aluno através de “elementos artísticos” livres (estilos de aprendizagem). Posteriormente Zabalza (2016), propôs que o conceito de coreografias didáticas poderia ser ampliado também para as instituições de ensino e assim surgiram as coreografias institucionais. Elas se referem “...às formas organizativas dos professores e dos alunos, do currículo, do sistema de práticas e de mobilidade, dos espaços de aprendizagem, das demandas acadêmicas formalizadas na instituição e etc...” (ZABALZA, 2016). Os estudos sobre coreografias institucionais ainda estão em desenvolvimento.

Os dois conceitos apresentados podem ser muito importantes para a melhoria da prática do professor além de serem um ganho para a organização das Instituições de Ensino superior, e por isso acreditamos que a questão a seguir necessita de uma investigação aprofundada: Como as coreografias institucionais influenciam o engajamento docente dentro do contexto do Ensino Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE? Consideramos que, com esta investigação, será possível compreender como funciona a coreografia institucional da referida escola assim como entender os impactos dela no engajamento de seus docentes. Essa discussão poderá ser usada para a análise de outras instituições, ampliando assim o debate do impacto destes estudos.

Essas teorias são relativamente novas e elas nos foram apresentadas durante a participação nas reuniões Laboratório de Pesquisa e Prática Educação, metodologias e tecnologias – EDUCAT da UFPE, que desenvolve projetos e pesquisa, extensão e formação nas áreas de docência, metodologias e tecnologias além do estudo das coreografias didáticas e Institucionais.

OBJETIVO GERAL

Compreender como as coreografias institucionais influenciam o engajamento docente no Ensino Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

● Analisar como se dá a coreografia institucional existente na instituição de ensino observada.

● Analisar qual o entendimento dos professores acerca dos conceitos de coreografias institucionais e engajamento docente.

● Compreender como os professores enxergam a que influência das coreografias institucionais em suas práticas docentes.

● Investigar quais ações institucionais impactam no engajamento docente.

REVISÃO DE LITERATURA

De acordo com Pinto e Rosado (2012) motivação é querer executar uma tarefa, é “...ter uma intenção, um objetivo na sua execução”. Eles ainda ampliam esse conceito para a motivação docente, dizendo que “...quando motivados, professores desenvolvem e ministram um trabalho pedagógico adequado e os alunos são despertados para o objeto do conhecimento de forma genuína”. Esse conceito se torna superficial, principalmente quando o levamos para a realidade do ensino superior, onde, de acordo com Padilha et.al (2009), a docência não se configura “...como uma prática sem fundamentos e sem reflexões...”. Padilha et. al (2009) ainda diz que é necessário perceber “... suas especificidades no que tange ao tipo de aluno (adulto), ao estilo do mesmo (mais autônomo) e às suas necessidades (mais práticas)”. Dimensões muito complexas para serem explicadas apenas pela motivação.

Ao procurarmos embasamento teórico para definir a palavra engajamento, podemos entender que existe uma grande diferença entre este termo e a “motivação”:

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