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O QUILOMBO DE MAGÉ MONOGRAFIA

Por:   •  8/9/2017  •  Monografia  •  2.119 Palavras (9 Páginas)  •  298 Visualizações

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Introdução

O presente trabalho de pesquisa objetiva não somente observar, mas também busca resgatar a história do Quilombo da Maria Conga, que está situado próximo ao centro de Magé, estado do Rio de Janeiro. Mesmo estando em área com grande densidade demográfica, (na Baixada Fluminense) ainda existem muitas pessoas que não conhecem sua história. Alguns ainda dizem ter ouvido falar no “Bairro da Maria Conga” e só. Mas quem realmente foi Maria Conga? O que ela representa para o bairro? São indagações que este trabalho pretende responder.

Segundo documento cedido por Ivone Mattos Bernardo que é representante da comunidade , Maria Conga nasceu no Congo Africano no ano de 1792 e veio para o Brasil com seus pais por volta de 1804, chegando à Magé aos 18 anos após ser vendida para um alemão no porto de Piedade (Magé). Foi depois de 11 anos de trabalho que ganhou liberdade e foi alforriada. Aos 35 anos assumiu o compromisso de lutar pela liberdade e dignidade de sua raça fundando o Quilombo a fim de proteger os fugitivos que após empreenderem fuga, buscavam refúgio no Quilombo. Cada novo morador aprendia a lutar contra a condição de escravizado e pelas ações de Maria Conga, entendia a importância da luta pela conquista de direitos. Esse é um breve relato sobre quem foi Maria Conga, porém mais fatos dessa história serão apresentados no decorrer deste trabalho.

Ivone Mattos tem lutado para manter viva a história do Quilombo. Uma das suas ações é buscar o reconhecimento da comunidade para o valor do quilombo. Um valor histórico e também um símbolo de luta contra a escravidão. Ivone tem trabalhado para que as autoridades, tanto do município, quanto do estado do Rio de Janeiro e do Governo Federal entendam o valor histórico do local. Ela afirma: “É necessário o reconhecimento do poder público com efetivação de políticas públicas imediatas para que possa recompensar anos e anos de abandono de uma comunidade tão rica e histórica de nossa cidade.” (MATTOS, Ivone – CESQMAC).

Um fato importante foi o reconhecimento certificando como Comunidade Remanescente de Quilombo, através da Fundação Cultural Palmares no Cod. IBGE 3302502 em 16/05/2007.

Outro momento de luta do Quilombo é o reconhecimento pela população das redondezas. Esta luta passa tanto pela população quanto pelas autoridades locais – prefeitura – que não têm apresentado um projeto que vise melhorar as condições de vida e existência da população quilombola. Entre os graves problemas estão às condições necessárias para o desenvolvimento da comunidade como: saneamento básico, educação e saúde.

CAPÍTULO 1 - Magé: um recorte histórico

A partir de 1565, Magé foi ocupada por portugueses que, a princípio, encontraram inúmeras dificuldades para permanecer na região, uma vez que esta era habitada por índios, entre eles os Timbiras. Estes nativos deram nomes a diversos locais de Magé como: Magepe significa o local onde fica o pagé; Mauá significa local elevado, Inhomirim, significa campo pequeno e Suruí significa rio dos sururus ou mexilhões.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Magé, por força do ato de 9 de junho de 1789 O seu território foi constituído com terras desmembradas do município de Santana de Macacu e da cidade do Rio de Janeiro, inclusive ilhas do pequeno arquipélago de Paquetá. Era constituído de cinco distritos: Magé, Guapimirim, Suruí, Inhomirim e Guia de Pacopahiba. Mais a frente foi elevado à condição de cidade com a denominação de Magé, por efeito da Lei ou Decreto Provincial 965, de 2 de outubro de 1857.

Magé ocupa uma área de 386,61 km² e limita-se ao norte com Petrópolis, ao oeste com Duque de Caxias, ao leste com o município de Guapimirim e ao sul com a Baía de Guanabara. De acordo com a enciclopédia dos municípios brasileiros, Magé foi edificada por Simão da Mota. Este tinha sua moradia localizada no Morro da Piedade. Cristóvão de Barros, um português que fez parte da Colonização Brasileira, instalou um engenho de cana de açúcar, que durante um bom tempo foi considerado um dos maiores do Brasil em tal período. Como o engenho a cada dia expandia-se mais, tornou-se necessário solicitar a anexação de novas sesmarias. Outro problema foi a mão de obra para trabalhar na agricultura. A solução foi de trazer africanos para a região.

A escravidão em Magé era ponte entre agricultura e senhor, pois ligava um ao outro e sustentava a economia, que por este período se ampliava. A atividade agrícola tendo como cultivo de cana-de-açúcar, arroz, feijão, milho e mandioca, garantia a Magé um papel de destaque na Corte, logo, é notório observarmos que a mão de obra escrava foi um elemento fundamental para a produção. O aumento da oferta de excedentes proporcionou um aumento considerável do comércio destes produtos e assim o município de Magé conseguiu aumentar o seu potencial mercantil. Em 09 de junho de 1789, a primeira vila da Baixada Fluminense foi criada. Na Freguesia de Magé, logo institui câmara pública, cadeia pública e o pelourinho. Com o desenvolvimento agrícola recebeu o titulo de ‘Celeiro da Corte’. Magé destacou-se também por abastecer não só a Corte, mas, para acém do mercado interno, os seus produtos foram levados para outras colônias do Império Português, como Angola e Moçambique.

As potencialidades econômicas de Magé são devidas ao seu alto grau de mercantilização. A proximidade com a corte e sua facilidade de comunicação fez com que esta localidade se tornasse uma das principais regiões a realizar o comércio com a Corte, senão a principal. Por causa de sua importância foi instalado em Magé a primeira ferrovia da América do Sul, a Estrada de Ferro Barão de Mauá, inaugurada em 30 de abril de 1854, uma idealização do empresário Irineu Evangelista de Souza, mais tarde conhecido como Barão de Mauá. Havia também transporte aquático.

Seus portos são de grande importância, citemos Porto Estrela, Porto da Piedade, Porto de Inhomirim e o Porto de Suruí, pois serviam para escoar a produção agrícola e as riquezas do Brasil.

Em 1822, Dom Pedro I, ao viajar para as Minas Gerais passou pela fazenda de Cordoaria, em Inhomirim, que pertenceu ao capitão João Antonio Albernaz e achou o local apropriado para a transferência da fábrica de pólvora. Esta fábrica era instalada no Centro do Rio de Janeiro, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Logo a mudança para um local

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