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O Que é Educação

Tese: O Que é Educação. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  16/10/2014  •  Tese  •  1.704 Palavras (7 Páginas)  •  164 Visualizações

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RODRIGUES BRANDÃO, Carlos. O Que é Educação. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981. 116 p.

Credenciais do autor

Carlos Rodrigues Brandão possui graduação em Psicologia pela PUC-Rio, especialização em Educação pelo Centro Reginal de Educación Fundamental para La América Latina., mestrado em Antropologia pela UNB, doutorado em Ciências Sociais pela USP, pós-doutorado em Antropologia pela Universidade de Perugia e pós-doutorado em História Contemporânea pela Universidade de Santiago de Compostela.

Já lecionou em 12 universidades do Brasil, entre elas UnB, PUC-Rio, UFMG, USP, UNICAMP e PUC/SP. Publicou ou auxiliou mais de setenta e dois livros nas áreas de antropologia, educação, psicologia e geografia agrária. Especialista em educação rural e educação popular. Desenvolveu projetos de pesquisa em áreas como Ruralidades e Educação Rural em Goiás, Educação Ambiental e Biodiversidade, Catolicismo e Sociedade Brasileira, e, também, é pesquisador associado do Programa Educação para a cidadania Planetária.

Entre outros títulos e prêmios, possui o Prêmio Alceu Amoroso Lima - Poesia e Liberdade, Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade. Além disso, é Professor Emérito da Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia.

Atualmente desenvolve projetos de pesquisa no Alto Médio São Francisco, Minas Gerais, onde são analisadas questões sociais e culturais das comunidades tradicionais desse local.

Resumo

Inicialmente, Brandão afirma que a educação está presente no dia a dia de todos e que ela se manifesta de variadas formas, por exemplo: em casa, na rua, na igreja.

Para o autor, a visão ocidental de modelo e forma de educação, onde é transmitida por professores e em escolas, não é a única existente, visto que a educação é encontrada em todos os tipos de sociedades – tribais, caçadores, pastores nômades, países desenvolvidos, etc – desse modo, ela faz parte da construção, continuidade e legitimação de cada uma delas, ou seja, ela é encontrada a partir do momento em que uma sociedade repassa o saber comum necessário para a continuidade de costumes, tradições e crenças de cada uma. É nesse momento em que é encontrada, na opinião do autor, a força da educação, pois as sociedades são construídas a partir da manutenção dos costumes de determinado grupo.

Posteriormente, o autor contextualiza como é concebida a educação em sociedades em que ela não é dada através do que ele chama de ensino formal, sujeita a pedagogia, onde são criados métodos e executores especializados do saber.

Analisa, como exemplo, as comunidades tribais, que, segundo ele, é onde educação é tratada como forma de transmissão do que é importante para a continuidade e ideia de pertencimento a determinado grupo, ou seja, ajuda na manutenção da identidade cultural de cada comunidade – diferente da visão ocidental institucionalizada de educação. Ele afirma que uma das principais características dessa forma de educação é a maneira de como é adquirido o saber, que é dado pouco a pouco, pelo simples ato de conviver e observar diferentes situações entre as pessoas, tanto no seio familiar como também na comunidade ao todo.

Assim, o autor traz o conceito de endoculturação – que é o processo em que o individuo adquire as especificidades de determinada cultura, a fim de “torná-lo pessoa” dentro de sua comunidade – onde afirma que a educação é uma fração desse processo.

Outro ponto importante para o autor é o surgimento do ensino, em outras palavras, a transformação de educação em ensino. Segundo Carlos Rodrigues Brandão, esse processo é dado no momento em que surgem os conflitos de interesses, mais precisamente, a partir do momento em que o trabalho e o poder de determinada comunidade são divididos, gerando, assim, divisões sociais que trazem como umas de suas consequências a divisão do saber. Por conseguinte, surgem especialistas que se apropriam de determinadas áreas do conhecimento comunitário e criam códigos específicos para repassá-los.

Por outro lado, afirma que as sociedades que passaram por esse processo perdem a ideia de igualdade natural da educação, passando, assim, a firmar o poder de poucos, que receberam determinada educação, sobre o trabalho e vida dos outros membros da sociedade, legitimando as desigualdades.

Afirma, também, que, mesmo após hierarquização dos tipos de saber, a ideia de educação tratada nos primeiros capítulos não desaparecem totalmente, pois é a forma de educação inata de todas as sociedades, e é somente após o contado com essa educação natural que os membros das sociedades são apresentados ao ensino tratado neste capitulo.

Carlos Brandão analisa a forma como se deu a educação na Grécia antiga, que inicialmente era estritamente de relações interpessoais até o momento em que a educação tornou-se questão de Estado. Afirma que a educação grega é dupla, ou seja, dividida entre o saber tecne – saber técnico, que instrui para a realização de trabalhos, destinado ao escravo e ao artesão livre – e o saber teoria – saber teórico, que instrui para ser um cidadão nobre, destinado a aristocracia. Afirma, também, que essa dualidade persiste na educação contemporânea.

Explora o ideal de educação grega – Paideia – onde o homem é educado desde criança para ser um cidadão que saiba viver a/na cidade. Faz critica a esse modelo, pois afirma que as crianças são olhadas a partir do que querem que elas sejam, e não a partir do que elas realmente são.

Explica que até os 7 anos a criança grega era educada apenas no âmbito familiar, a partir daí, até os 14 anos, a educação é conduzida pelos mestre-escola. Com a democratização do saber são criadas as escolas bairros, onde as crianças escravas não tinham acesso, as crianças livres plebeias se limitam ao saber ofertado nelas, e as crianças nobres dão continuidade para obtenção de um grau maior de saber. Comenta sobre o papel dos sofistas ao democratizar esse ensino mais avançado, pois o tornam remunerado. Afirma, também, que os pedagogos escravos eram os verdadeiros educadores, pois conduziam as crianças por esse processo, de modo que conviviam com as crianças mais do que os pais, e, assim, ensinavam a eles a cultura da polis.

Por outro lado, o autor explica a forma como era dada a educação na Roma antiga. Afirma que inicialmente nessa sociedade família desenvolvia o papel fundamental para a educação das crianças. Porém, assim

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