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O mundo é inóspito à Educação?

Por:   •  22/3/2019  •  Dissertação  •  597 Palavras (3 Páginas)  •  983 Visualizações

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Disciplina: PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE NA NEUROPSICOPEDAGOGIA 2018/2

        Esse texto trata fundamentalmente sobre a educação e sua (crise) no contexto da modernidade líquida, pautada no pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman, onde os elementos e os dados apresentados nos permitem esboçar uma resposta ao seguinte questionamento: Será que o mundo é mesmo inóspito à Educação?

        Nesta linha de raciocínio, é feita uma abordagem que discorre acerca do que é denominado como “desafios aos pressupostos básicos da educação na sociedade líquido moderna, sendo o primeiro desafio a questão da descartabilidade como característica inerente ao estilo de vida propagado e ambicionado em praticamente todas as sociedades. “O consumismo de hoje não visa ao acúmulo de coisas, mas à sua fruição instantânea e imediata (Bauman, 2011a, p. 112-113), o que vem confrontar diretamente com os preceitos praticados há anos pela pedagogia, onde a memória é considerada um patrimônio, e as coisas tidas como duráveis.

        Nesse ponto de sua análise, Bauman radicaliza sua crítica à sociedade líquido-moderna dizendo que “hoje esse tipo de memória firmemente entrincheirada parece ter um potencial incapacitante, em muitos casos; em outros, parece induzir a erros; na maioria das vezes inútil”. O conceito crise nas suas mais variadas formas, seja de tensão de sua condição ou de seus fundamentos e objetivos, está nas entranhas da educação. Portanto, a leitura do texto nos deixa claro que a educação atual tem uma finalidade de estrutura em consonância com a economia de mercado, pelo fato de que todos nós somos consumidores e que tudo transformamos em um bem a ser consumido, a educação pode ser algo que seja um, entre tantos bens de consumo da sociedade.

        Logo, fazendo um contraponto a tais questionamentos percebo que não é que somos ou brevemente seremos tragados por toda essa liquidez imposta pela modernidade, mas é que precisamos agir de modo a empreender esforços que possam produzir mudanças no modo de ser e fazer a sociedade, desmistificando as ordens sociais que são cumplices nos processos de desumanização das relações sociais e de educação e que priorizam a cultura do consumismo. Desse modo não podemos afirmar que o mundo da atualidade seria totalmente inóspito à educação, dependerá exclusivamente da perspectiva que adotarmos frente a tantas adversidades de um mundo saturado de informações.

        Ter acesso à memória da humanidade, dela se apropriar, sobre ela pensar e a partir dela fazer suas próprias escolhas e assim reinventar e reinventar-se certamente dificultaria o controle do comportamento humano pelos impulsos consumistas. Portanto, no meu entendimento, é função social da educação promover esse “desvelamento” para o qual Bauman aponta. Isso nos mostra a necessidade de implementação de um modelo de educação de abertura, de alargamento de horizontes, que possa instigar a problematizar e desnaturalizar as estruturas sociais (antes sólidas e agora líquidas). Mais do que perguntar e se perguntar: Por que o mundo é (está) assim? trata-se de perguntar e se perguntar: Poderia ser diferente? Por que não? Sempre é possível escolher ser humano, sempre é possível escolher ser moral.

        Portanto, no contexto da Modernidade líquida é necessário uma educação que para promover a comunicação entre tradições culturais, num trabalho de interpretação, de busca de significados, de tornar o ‘outro’ compreensível, de fazer-se entender e posicionar-se como autores ativos de escolhas que constituem o modo como a sociedade se organiza e assegura ou não condições mais humanas de vida.  

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