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REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DO PROFESSOR DO SEXO MASCULINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  30/11/2022  •  Monografia  •  7.866 Palavras (32 Páginas)  •  80 Visualizações

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REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DO PROFESSOR DO SEXO MASCULINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: uma questão de gênero*[pic 1]

REFLECTIONS ABOUT THE MALE TEACHER WORK IN PRESCHOOL EDUCATION: a gender issue

Gleiciane dos Santos Pereira**

Italo Ruan Viana Borges**

Anderson Izydio Ribeiro Cabral**[1]

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO

[pic 2]

RESUMO

O trabalho docente desvelado à infância é uma área profissional em que a mulher exerce grande influência, baseando-se em justificativas que a designa como ser mais apto para exercer tal função, tal como minimizando o entendimento de que é a formação que capacita o profissional para atuar no ensino. Neste artigo, buscou-se refletir sobre o trabalho do professor do sexo masculino na Educação Infantil, analisando sobre a carência de profissionais do gênero na área. Para tanto, partiu-se de uma abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico em que se abordou questões de gênero eminentes na atuação docente e que foram consolidando a docência no decorrer da história. A problemática da pesquisa é concebida na pergunta: há algum motivo para que a educação das crianças seja exclusividade das mulheres? Por que ainda se acredita que os homens não podem atuar na educação infantil como professores? A temática organizou-se em quatro enfoques, sendo que o inicial baseia-se na compreensão do contexto histórico do magistério com crianças pequenas, o segundo é norteado pela relação gênero e formação docente, bem como o terceiro que trata do trabalho docente do sexo masculino na Educação Infantil, versando sobre a educação de crianças pequenas que não se restringe somente a afetividade e o quarto enfoque que dimensiona forte relevância, discorrendo sobre as expectativas de uma Educação Infantil pautada no profissionalismo não no gênero, ratificando a desafiadora tarefa de ser professor na Educação Infantil.

Palavras-chave: Educação Infantil. Gênero. Formação docente.

ABSTRACT

The women have great influence in the the teaching work unveiled to childhood, it is a professional and specific area for them, based on justifications that designate them as being more apt to perform such a function, as well as minimizing the understanding that it is the training that enables the professional to act in teaching.  This paper aims to reflect on the male teacher work in preschool education, analyzing the professionals gender lack in the area. Thus, it is started with a qualitative approach, of bibliographic nature, in which eminent gender issues were approached in the teaching performance and that were consolidating teaching throughout history.  The research problem is conceived in the question: is there any reason why the children’s education is exclusive to women?  Why is it still believed that men cannot act in preschool as teachers?  The theme was organized into four approaches, the initial one being based on the understanding of the historical context of teaching with young children, the second is guided by the relationship between gender and teacher education, as well as the third that deals with male teaching work  in preschool education, dealing with the young children education that is not restricted to affectivity only, and the fourth approach that scales strong relevance, discussing the expectations of preschool education based on professionalism, not on the gender, ratifying the challenging task of being a teacher  in preschool Education.

Keywords: Preschool Education. Gender. Teacher training.

1 INTRODUÇÃO

O ensino voltado a Educação Básica está copiosamente concatenado a figura feminina tendo em vista todo o contexto histórico social e cultural que medeiam este ofício. Nessa perspectiva destaca-se a Educação Infantil com toda a sua bagagem assistencialista e sua característica inerente do instruir e do cuidar, aspectos na maioria das vezes tendencioso das mulheres.

Baseando-se em uma concepção histórica, o enredo da educação no Brasil demonstra que as questões de gênero ainda estão fortemente explícitas bem como o sexo dos educadores, onde ainda hoje é perceptível os padrões adotados por instituições que estabelecem como requisito de contratação professores na condição feminina para o maternal desqualificando a atuação do docente do sexo masculino nessa etapa da educação.

A imagem do homem, principalmente no que diz respeito à docência e com os cuidados da primeira infância é apreciada com certa inquietação, pois dissocia-se do sentimento maternal que é classificado como um atributo exclusivo da mulher. Frente a essa problemática, este trabalho pauta-se em um olhar categórico de cunho bibliográfico com o objetivo de refletir sobre a atuação do professor do sexo masculino na educação infantil assim como a sua ausência na área.

Destaca-se a princípio que a compreensão que buscamos é a de que a competência de um profissional para atuar na educação infantil deve estar alicerçada a sua formação e não ao seu gênero, tal qual consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) n.9394/96.

Nesse sentido o presente estudo tenciona compreender essa “minoria” assim como os trajetos que levaram a predominância da efígie feminina nesta área da Educação. Tal abordagem leva-nos a assimilar as inúmeras questões que permeiam a ausência da atuação de profissionais do gênero masculino no contexto da Educação infantil, focalizando a premência em superar tal condição.

Ao emergir-se na história da educação, percebemos que nem sempre a face feminina foi uma função específica da mulher que a instituição escolar já teve, pesquisas demonstram que essa função era exercida prioritariamente por homens pois os mestres que inauguravam as instituições escolares modernas eram compostas por líderes religiosos, levando a igreja bem como seus instrutores a exercerem um importante papel ao representar a educação e a cultura escolar; nesse contexto temos: pastores, padres, irmãos, figuras que direta ou indiretamente fundamentaram as primeiras representações do magistério.

Como entidade social, a escola passa por processos, transformações que deixaram legados culturais bem como a feminização da docência e a sobrepujança da mulher nesse espaço social, onde em meados do século XIX iniciou-se a transição no cenário educacional, as propostas pedagógicas, o cuidado e a afetividade ganham veracidade a partir de então ao declarar que o lugar da mulher é na docência, na interação com as crianças pequenas enaltecendo aspectos ligados a mulher como a maternidade, o amor, a sensibilidade e o cuidado ajustando a carreira docente a esses atributos tornando-se uma função meramente assistencialista aos cuidados maternais levando a uma configuração histórica e que têm se perpetuado até os dias de hoje.

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