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Relato "Gramática e Ensino" de Carlos Alberto Faraco

Por:   •  25/6/2025  •  Monografia  •  397 Palavras (2 Páginas)  •  11 Visualizações

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Relato sobre o texto "Gramática e Ensino" de Carlos Alberto Faraco


O artigo “Gramática e Ensino”, de Carlos Alberto Faraco, publicado na revista Diadorim (2017), oferece uma reflexão profunda e historiográfica sobre a trajetória do ensino da gramática, destacando suas origens na Antiguidade Clássica até as propostas mais recentes de ensino no Brasil. O autor contextualiza o surgimento da gramática como disciplina formal, associada à filologia dos alexandrinos, que buscavam preservar e normatizar a língua grega em meio ao contato com outras culturas e línguas consideradas “bárbaras”. A gramática nasceu assim com um viés normativo, tendo como modelo a língua dos grandes autores e servindo como instrumento para o aprendizado de uma variedade linguística modelar.

Faraco apresenta a evolução dessa relação entre gramática e ensino ao longo dos séculos, passando pela centralidade da gramática no currículo escolar medieval, consolidada na Ratio Studiorum dos jesuítas, até as mudanças propostas por pensadores como Comênio, que já no século XVII defendia o ensino na língua materna e a prática da língua antes da aprendizagem das regras gramaticais. O autor destaca que ainda hoje o ensino de português no Brasil oscila entre as três grandes postulações históricas: o ensino funcional e complementar da gramática, o ensino centrado na gramática e a quase exclusão da gramática como conteúdo principal.

O texto problematiza o apego das práticas escolares ao ensino tradicional da gramática, muitas vezes restrito à memorização da nomenclatura e à identificação de classes e funções, sem impacto efetivo no desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e oralidade. Faraco aponta os esforços de linguistas brasileiros, especialmente a partir da década de 1980, em propor um ensino de língua portuguesa que privilegie as práticas de uso da linguagem e uma reflexão sobre a língua em uso, em vez da mera repetição de conceitos gramaticais tradicionais. São citadas iniciativas como a análise linguística proposta por João Wanderley Geraldi, que propõe uma reflexão integrada à leitura e à produção de textos.

Por fim, o autor enfatiza os desafios que permanecem: a necessidade de sistematizar melhor as propostas alternativas, a dificuldade de formação dos professores dentro dessa nova perspectiva e o peso da tradição que associa ensinar português a ensinar gramática normativa. O artigo contribui significativamente para o debate sobre o ensino de língua portuguesa, apontando caminhos e lacunas que ainda precisam ser preenchidos para uma prática pedagógica mais coerente com os objetivos de letramento e formação crítica dos alunos.

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