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Síntese de “Letramento e alfabetização: muitas facetas”

Por:   •  17/3/2016  •  Resenha  •  1.086 Palavras (5 Páginas)  •  5.426 Visualizações

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No artigo de Magda Soares: “Letramento e alfabetização: muitas facetas”.

Observamos as diferenças entre as práticas sociais da leitura e da escrita (Letramento), e de aprendizagem do sistema de escrita (Alfabetização).

A palavra e conceito do letramento surgem paralelos a “desinvenção” da Alfabetização, termo que Magda Soares denomina de a reinvenção da alfabetização, onde ela aponta a especificidade e ao mesmo tempo a indissociabilidade dos processos de alfabetização e letramento.

Em 1980, esse conceito tornou-se foco de atenção e de discussão nas áreas da educação e da linguagem no Brasil, e ao mesmo tempo nos países de primeiro mundo.

A UNESCO sugeriu que a forma de avaliação do domínio e competências da leitura e da escrita não se restringisse apenas em medir a capacidade de ler e escrever sendo necessário compreender o que se lê, e produzir mas que um bilhete.

Segundo o CENSO levantado no Brasil, nas últimas décadas, bastava apenas saber ler e escrever um simples bilhete para ser considerado alfabetizado. Hoje a mídia vem destacando um conceito de alfabetização que se resume ao conceito de letramento. Pois há uma diferença entre a técnica de relacionar sons, através de grafemas e fonemas, para codificar e decodificar e o de saber fazer uso desta leitura e escrita nas práticas sócias e no mundo do trabalho.

Em países de primeiro mundo, a população de classe menos desfavorecida, por terem cursado a educação básica, até dominam o código da leitura escrita, mais não fazem uso das competências e habilidades, ou seja, não são letrados, o que torna difícil a sua participação no mundo social e do trabalho. Estes países, nos anos 70, trataram de forma independente a dificuldade no processo de aprendizagem das técnicas da escrita e da leitura, e da falta do domínio das habilidades da leitura e escrita. No Brasil estes conceitos ainda se confundem, apesar das diferenças propostas na produção acadêmica, sempre ocorre uma fusão inadequada dos dois processos, prevalecendo o conceito de letramento. E é preciso observar que apesar de letramento e alfabetização se relacionarem, trata-se de fenômeno diferentes, cada um com sua especificidade. Alfabetização é saber escrever e ler, letramento é fazer uso da leitura e escrita com domínio competência e habilidades.

A justificativa para o fracasso escolar no ensino da língua escrita que vem ocorrendo no Brasil nas últimas décadas tem origem, entre outras coisas, na continua perda da especificidade no processo de alfabetização, denominada por Magda Soares de “desinvenção” da alfabetização. Esse fracasso, antes era revelado dentro das escolas, através da repetência e evasão escolar, hoje é revelado para o mundo através de avaliações como ENEM, PISA entre outros.

Antes a excessiva especificidade na alfabetização, tinha como exclusividade apenas uma faceta da aprendizagem da língua escrita, a relação fonema e grafema, desprezando outros comportamentos e aprendizagens da área da leitura e da escrita.

O sistema de ciclos, os princípios da progressão continuada e as mudanças e paradigmas que não foram interpretados corretamente, também contribuíram para a perda da especificidade no processo de alfabetização.

Os paradigmas que influenciaram a maneira de alfabetizar foram: o behaviorista de 1960 a 1970, que deu lugar ao cognitivismo que de 1980 a 1990, dominou a educação brasileira sendo denominado de construtivista, e depois de aprimorada passou a sociocultural ou sócio construtivista defendido por Emilia Ferreiro (perspectiva psicogenética).

Na perspectiva psicogenética a aprendizagem se dá por uma progressiva construção do conhecimento na relação da criança com objeto da língua escrita, onde a dificuldade da criança passa a ser vista como os “erros” construtivos que tem como resultado a constante reestruturação, porém essa concepção levou a alguns equívocos, que podem explicar a “desinvenção” da alfabetização.

O construtivismo na educação deixou de dar valor a natureza do conhecimento em construção, o objeto linguístico do sistema alfabético e ortográfico.

A alfabetização é um processo independente e anterior ao letramento.

Não se pode ter como princípio que aprender a ler e escrever só deve levar em conta os conhecimentos prévios.

É indispensável para o acesso à leitura e escrita a concepção Grafo fônica, pois leva ao conhecimento dos códigos e ao domínio do processo de codificação e decodificação.

A reinvenção da alfabetização nos faz observar que a concepção da aprendizagem da língua escrita e multifacetada

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