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Modernidade

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Por:   •  2/10/2014  •  Seminário  •  1.649 Palavras (7 Páginas)  •  429 Visualizações

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A modernidade levou a humanidade a acreditar no progresso, na evolução de indivíduos e nações, enfim, onde acreditaram que tudo daria certo. No entanto, a realidade comprovou o contrário. Nessa forma de organização social há contradição quando a desigualdade assume o caráter de privilégio de alguns e de injustiça para com outros. E é essa nova consciência que torna a pobreza tão incômoda.

Muitos defendem que todos os homens têm os mesmos direitos e são iguais perante a lei. Mas como justificar tamanha diferença social?

Em pleno desenvolvimento da indústria de massa, se produz e se coloca em circulação uma quantidade imensa de produtos. Com a concorrência entre os grupos sociais acabam por criar mecanismos de apropriação e monopólio dos bens econômicos e sociais, acabando por gerar crescente concentração de renda. No meio dessa sociedade da abundância, a pobreza adquire um caráter contraditório e, até, paradoxal. E tem como agravante, o apelo ao consumo das campanhas publicitárias veiculadas pelos meios de comunicação de massa criando uma distância social maior entre ricos e pobres. É trágico e inaceitável, já que, consumismo e abundância fazem parte do desejo de bem-estar social no interior de cada pessoa carente.

Com uma economia organizada e globalizada, podemos medir os índices de analfabetismo, dívida externa, renda per capita, produto interno bruto, que são análise freqüente para a classificação das regiões e nações onde adquirem grande importância já que medem características presumidamente presentes em diferentes agrupamentos sociais e populações. É no cálculo estatístico que a pobreza deixa de ser uma característica abstrata ou um conceito para se tornar uma grandeza. Pessoas, grupos sociais e países passam a ser considerados pobres não só em relação a si mesmos, como também em relação aos outros grupos ou países, com os quais são permanentemente comparados.

Carência de bens materiais e carência de recursos de sobrevivência são formas clássicas de pobreza. John Friedmann e Leonie Sandercock, especialistas em planificação urbana, em artigo intitulado “Os desvalidos”, na publicação de maio de 1995, pelo O Correio da UNESCO, revelaram três diferentes formas de pobreza:

1. Despossessão Psicológica - diz respeito a um sentimento de autodesvalorização da população pobre em relação à rica, ou de um país pobre em relação a um país rico.

2. Despossessão Social - se manifesta pela completa impossibilidade, de certa cota da população, ter acesso aos mecanismos de êxito social, de atingirem o mínimo de prestígio e manterem relações sociais estruturadas e permanentes.

3. Despossessão Política - é outro lado da pobreza contemporânea e diz respeito à incapacidade de certos grupos sociais terem qualquer participação na vida pública. Não tem acesso aos mecanismos de interferência e ação política.

Atualmente, com a informática e a integração das diversas atividades de mídias digitais, aparece um novo tipo de pobreza, a tecnológica. A pobreza tecnológica se dá quando pessoas, que não possuem "alfabetização digital”, estando excluídas dos mais diferentes espaços e da comunicação globalizada e, o mais importante, do mercado de trabalho também. A pobreza tecnológica aflige, envergonha e exclui.

Muitos economistas e sociólogos tentam descobrir tendências para o futuro das populações carentes. As teorias políticas tentam explicam sua natureza, estudos econômicos e sociais reservam suas análises à compreensão desse problema e o Estado preocupa-se com a questão da pobreza. Mas qualquer que seja a medida a serem adotados os prognósticos é sempre pessimista.

“O capitalismo Industrial alcançará tal nível de desenvolvimento que os recursos naturais do planeta se esgotarão e as populações serão assoladas pela fome.” (Thomas Malthus e David Ricardo)

“O desenvolvimento do modo de produção capitalista levará a uma constante e irreversível concentração de propriedade e riqueza, monopolizada por poucos, enquanto o restante da população estará reduzido a um nível econômico de subsistência.” (Karl Marx, no Manifesto do Partido Comunista)

“Haverá degradação dos níveis de vida da humanidade, com um aumento constante do trabalho árduo, da falta de instrução e saúde e da baixa expectativa de realização pessoal.” (Alfred Marshall, 1927)

As teorias possuíam um caráter de alerta e denúncia, assumiam uma função quase profética, espalhando pessimismo e desconfiança, por se fundamentarem nas leis que regulam o desenvolvimento dos sistemas sociais.

Ao longo dos anos, estas teorias mostraram-se falhas em seus prognósticos, pois vivemos numa sociedade de abundância e não de escassez. E dispomos de meios para uma distribuição mais igualitária de bens. Mas, para que isso ocorra, tem de haver vontade política. Mas o que vemos são homens que participam de maneira consciente dos sistemas econômicos e sociais e que podiam interferir nessa dinâmica problemática, mas nada fazem.

Procurar no perfil da população as justificativas para sua condição subalterna seria uma atitude preconceituosa. Muitas teorias encontram explicações "naturais" e biológicas para a condição social das populações carentes. A título de exemplos temos:

1. Nos Estados Unidos, desenvolveu-se uma teoria que se popularizou como “Curva do Sino”, atribuindo a pobreza dos negros a uma possível inferioridade mental de origem genética. Os índices utilizados para medir esse desempenho intelectual foram influenciados pela situação de pobreza.

2. Herdeiros do etnocentrismo e do eurocentrismo, foi outro estudo que identificava como causas das desigualdades sociais indicadores que nada mais eram do que conseqüências do estado de carência de determinados grupos sociais. Onde esses indicadores revelavam o estado de indigência da população e a complexidade do conceito de pobreza.

3. No Nordeste brasileiro foi evidenciada a pequena estatura da população, conseqüência do baixo poder calórico da alimentação nas faixas sociais mais carentes. Dando, a população como característica, a pobreza e a baixa produtividade local.

Apesar dos avanços tecnológicos e conquistas inimagináveis da sociedade do século XXI, nada tem impedido que a pobreza continue resistente às análises e aos esforços que os Estados dizem estar desenvolvendo. Enquanto isso, as favelas se multiplicam, caracterizando a paisagem urbana; o desemprego aumenta juntamente com a criminalidade e a mendicância.

Os excluídos, grande parte da população, permanece à margem do desenvolvimento e não usufrui dos benefícios alcançados pela sociedade, onde trabalham

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