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A APOLOGIA DA JUSTIÇA

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Por:   •  6/6/2014  •  Seminário  •  945 Palavras (4 Páginas)  •  420 Visualizações

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APOLOGIA DA JUSTIÇA

No diálogo procura-se uma definição de justiça. Sócrates vai rebatendo (pela ironia, ou interrogatório, instrumento da maiêutica destinada a que o interlocutor descubra em si mesmo a verdade mora) as definições sucessivamente propostas, desde a que ele consiste em dizer a verdade e restituir a cada o que é vantajoso ao mais forte. Trasímaco tem de aceita que o homem justo é e mais sábio que o injusto, que é ignorante e mau, depois de anteriormente ter defendido precisamente o contrario.

SÓCRATES – Pois bem! Prolonga-me a alegria do festim, continuando a responder.

Acabamos de ver que as pessoas de bem são melhores, mais sábias e mais fortes que os maus; que estes não podem empreender nada sós, nem uns com os outros; e quando supusemos que os homens injustos poderiam fazer, em comum acordo, uma obre durável, fizemos uma suposição gratuita, porque eles não se teriam poupado uns aos outros se fossem absolutamente injustos; mas é evidente que havia neles um fundo de justiça que os impedia de fazer mal uns aos outros, ao mesmo tempo que o faziam aos povos que atacavam, e é Lea ainda que os fazia triunfar nas suas empresas. Na verdade, é a injustiça que leva a meter-se em empresas criminosas, mas ela só os tinha tornado maus em parte, porque se fossem inteiramente maus e injustos, ver-se-iam na absoluta impossibilidade de fazer fosse o que fosse.

É assim que eu compreendo as coisas, e não como tu dizias ao princípio. Falta-nos examinar agora se a sorte do justo é melhor e mais feliz do que a do homem injusto: questão que reservamos para o fim. Ora isto e evidente, creio eu, depois do que dissemos. Mas examinemos a questão mais a fundo, pois não se trata de uma coisa sem importância, mas uma norma de conduta.

Trasímaco – Pois examina.

SÓCRATES- É o que vou fazer. Reponde-me: não te parece que o cavalo tem função que lhe é própria?

Trasímaco – Sim

SÓCRATES – Não chamas do cavalo ou de qualquer outro animal ao que se pode fazer por intermédio dele ou que ele melhor se pode faze?

Trasímaco – Não compreendo.

SÓCRATES- Coloquemos a questão de outro modo. Podes tu ver sem os olhos?

Trasímaco – Não.

SOCRÁTES – Ouvir sem ser com os ouvidos?

Trasímaco - Não.

SOCRÁTES – Podemos dizer, com propriedade, que é essa a sua função?

Trasímaco – Sim.

SÓCRATES – Não se pode podar a vinha com uma faca, um trinchante ou qualquer outro instrumento?

Trasímaco – Sem dúvida.

SÓCRATES – Mas não é mais cômodo fazê-lo com uma podoa, que é feita expressamente para isso?

Trasímaco – É verdade.

SÓCRATES – Não diremos que é essa a sua função?

Trasímaco – Sim.

SÓCRATES – Compreendes agora melhor, julgo eu, a pergunta que eu te fiz há pouco, quando te perguntei se a função de uma coisa é o que só ela pode fazer ou o que faz melhor do que qualquer outra coisa.

Trasímaco – Compreendo e acho que está bem definida a função de cada coisa.

SÓCRATES – Muito bem. Tudo o que tem uma função particular não tem ainda uma virtude que lhe é própria? E, para voltar aos exemplos de que me servi, não tem os olhos a sua função?

Trasímaco – Sim.

SÓCRATES – Não acontece o mesmo com os ouvidos ou qualquer outra coisa?

Trasímaco – Talvez.

SÓCRATES – Espera um momento. Poderiam os olhos desempenhar-se da sua função se não tivessem a virtude que lhes é própria, em vez dessa virtude, tivessem o vício contrário?

Trasímaco – Como seria possível? Supões talvez a cegueira substituída à faculdade de ver.

SÓCRATES – Qualquer que seja a virtude dos olhos, não é isso ainda o

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