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A Abordagem Sócio-Histórica do Silvio Bock

Por:   •  17/10/2022  •  Projeto de pesquisa  •  1.548 Palavras (7 Páginas)  •  96 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E OCUPACIONAL

PROFESSORA – MARIA DA APRESENTAÇÃO BARRETO

Aluno: Gideão Maykon da Silva Lima

 

ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: a abordagem Sócio-Histórica do Silvio Bock.

 

1.    No capítulo 1, intitulado - RETOMANDO A HISTÓRIA DA ESCOLHA PROFISSIONAL – o autor faz uma retrospectiva sobre os primórdios dessa prática e afirma: “a questão da escolha profissional não pode ser considerada um problema natural e universal dos seres humanos”. Destaque, ao menos, três ideias principais deste primeiro capítulo.

No capítulo 1, são apresentados 3 momentos históricos e como a concepção de profissão se deu em cada um. Na Grécia antiga, a atividade humana valorizada era o ócio, a contemplação, que era exercida pelos cidadãos livres; o trabalho era a atividade dos homens não-livres que tinham a função de produzir a existência material. A forma como se dava a luta pela sobrevivência não dependia de escolhas. Ao contrário, as condições estavam estabelecidas aprioristicamente pela estrutura da sociedade e a forma como ela se organizava.

Na Idade Média, especificamente no feudalismo, houve a ocorrência do mesmo fenômeno. A sociedade é estratificada em camadas sociais e uns devem ter obrigações para com os outros. A condição de classe é dada pela circunstância do nascimento, caso a pessoa seja de uma família de nobres ou de plebeus. A produção tem como objetivo manter a comunidade, e não se pode falar em escolha de profissão por parte dos sujeitos. O trabalho ainda é concebido como atividade para a manutenção e reprodução da espécie; trabalhar para sobreviver, mesmo que a ordem social seja injusta, autoritária e violenta.

A escolha profissional só assume relativa importância no modo de produção capitalista. Passa-se a produzir para o mercado, visando o incremento da unidade de capital empregado (lucro), característica fundamental desse modo de produção. Deste modo, só vemos avançar as teorias e as práticas na área da orientação profissional, no modo capitalista de produção que, mais tarde, na chamada Revolução Industrial, introduziu a divisão técnica do trabalho. É nesse momento que a questão da seleção e, por consequência, a escolha profissional, passam a ter importância, uma vez que passa a prevalecer a ideia do homem certo no lugar certo, visando maior produtividade. A ideologia que dá suporte a este novo modo de produção é a liberal, que alcança sua maior expressão na Revolução Francesa — liberdade, igualdade e fraternidade. O aspecto orgânico nesse contexto explica as diferenças individuais e sociais, pois o ser humano nasce com atributos específicos que, se encontrarem expressão na realidade, localizam o indivíduo na estrutura da sociedade e da mesma forma que servem para justificar o fracasso. A ideia da liberdade de escolha profissional constitui-se no capitalismo, que recoloca a temática do trabalho para além da mera sobrevivência pessoal.

2.    No capítulo 2 – AS TEORIAS EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – o autor irá situar as diversas concepções que foram dando sustentação às práticas em Orientação Profissional. Escolha três dessas teorias e faça um breve resumo sobre o que cada uma defende.  

A vocação e as habilidades humanas para o trabalho foram se modificando ao longo do tempo, com isto também teorias relacionadas a essa temática foram criadas e foram se modificando também. Três delas são: não-psicológicas, as Teorias Psicológicas e as Teorias Gerais. Na Teoria não-psicológica, o autor destaca o quanto os  indivíduos não tinham a autonomia de escolher suas profissões, eram profissões hereditárias, que passavam de pai para filho, e os  indivíduos se mantinham  longe dessa escolha, haja vista  que era um fato dado por Deus e eles não podiam fugir desse “destino”. Já as Teorias Psicológicas, passam a dar aos sujeitos o protagonismo na escolha de suas profissões, através de algumas idéias e técnicas e testes  vocacionais, fazendo com que cada vez mais as pessoas participem mais ativamente, de modo que essas escolhas façam mais sentido para elas e se enquadrem com seus gostos e habilidades. A Teoria Geral leva em consideração aspectos de personalidade e associam a um tipo de vocação.

3.  No Capítulo 3 é proposta UMA NOVA CLASSIFICAÇÃO DAS TEORIAS EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL. O que entendeu das 1) teorias tradicionais; 2) teorias críticas; 3) teorias para além da crítica.

  1. Teorias tradicionais:

A escolha da profissão, segundo essas teorias, resume-se a uma atividade de comparação, procurando, dentre vários indivíduos (perfis pessoais), aquele que se ajusta melhor à fôrma (perfil ocupacional). Ou seja: uma correlação entre si e os vários perfis ocupacionais disponíveis. A função da orientação profissional, nesta abordagem, seria ajudar o indivíduo a se conhecer. Vem revestida de certa aparência de ciência ao utilizar instrumentos que só o orientador pode manipular e que carrega a ideia de que o indivíduo tem uma essência que só um profissional pode descobrir. Este modelo é estático tanto no que se refere às profissões ou ocupações quanto ao indivíduo, com uma ideia de generalidade e superficialidade, do “homem certo no lugar certo”. As teorias tradicionais fundamentam-se na ideologia liberal. O conceito de escolha é entendido como algo abstrato, privilégio da classe dominante que impõe sua visão para todas as outras, como ideologia. A liberdade, a individualidade e a igualdade de oportunidades dão sentido à ação da orientação profissional. Na visão liberal, o indivíduo tem em suas mãos a possibilidade de ultrapassar os obstáculos colocados pela realidade, e suas próprias escolhas pautam sua condição de vida. A sociedade é entendida como um conjunto de camadas sociais em forma de pirâmide e as pessoas poderiam subir ou descer essas camadas, principalmente por meio da profissão.

  1. Teorias críticas:

Surgiram na década de 1970 e início da de 1980, no contexto da ditadura militar. Estas teorias propõem-se a analisar, de forma radical, as teorias então existentes, desvelando as concepções, quase nunca explícitas, de ser humano e sociedade nelas contidas. A perspectiva crítica questiona o conceito de sociedade que a abordagem tradicional utiliza. Diz que a sociedade não se constitui como uma pirâmide formada por camadas sociais, mas sua estrutura é constituída por duas classes sociais, complementares, com objetivos e interesses distintos e contraditórios: a burguesia e o proletariado. Esta perspectiva critica a visão de aproximação dos indivíduos com as profissões e ocupações presente no modelo dos perfis, porque esse modelo pressupõe indivíduos e profissões estáticas e perenes. Na perspectiva crítica, as profissões e ocupações têm história, isto é, modificam-se no tempo em função de variáveis econômicas, políticas, sociais e tecnológicas. A perspectiva crítica denuncia a ação puramente ideológica da orientação profissional tradicional. Para a teoria crítica, a orientação vocacional e a escolha, colocadas como problemas, deveriam ser revistas pensando-se em como atuar de forma a contribuir para a modificação da estrutura social que impossibilita a liberdade de escolha. Assim, a orientação profissional teria como tarefa clarear as determinações subjetivas e objetivas da escolha, tendo uma função meramente descritiva e explicativa. Assim, o indivíduo teria maior consciência dos motivos que o levam a se aproximar de uma profissão.

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