A Atuação da Psicologia Social na Educação

A atuação da Psicologia Social na Educação

O senso comum tem no imaginário que a constituição da psicologia se dá apenas no ambiente clinico, fato que aos poucos tem sido desmitificado pela notória amplitude de atuação do profissional em diversas frentes ou áreas. Este movimento é positivo uma vez que alcança diversos segmentos da sociedade e passa de exclusiva ou elitizada para inclusiva, uma vez que:

Enquanto as classes privilegiadas têm acesso ao tratamento psicológico, as classes menos favorecidas ficam desassistidas, pois o tratamento clínico gratuito em instituições públicas e clínicas escola não abarca as necessidades de grande parte da população. Muitas vezes, são ensinadas teorias incompatíveis com a demanda e a realidade social, promovendo uma concepção de sujeito desvinculada do seu contexto sociopolítico e cultural. (CASTRO E BORNHOLD, 2004, p.52).

Se por um lado a compreensão destas áreas é importante, por outro a não delimitação severa se faz indispensável, uma vez que são aspectos interligados:

De nossa parte, interessa demarcar que a diversidade e complexidade da atuação do psicólogo [...] têm revelado, ao que parece como cada vez mais inadequada a discussão sobre essas áreas de atuação tal qual vinha acontecendo, isto é, como áreas estanques, separadas, com arcabouço técnico e teórico delimitado. (STREY, 2013, p. 221).

A intenção desta introdução é direcionar o entendimento à atuação do profissional de psicologia no ambiente escolar.

Comecemos pelo engajamento do profissional de psicologia na educação, sendo este um suporte de todo contexto escolar direcionado a alunos que demandem esta necessidade, desta forma:

Sob esta ótica, a atuação pauta-se, portanto, em uma perspectiva preventivo-curativa, em que os conhecimentos da psicologia são utilizados fundamentalmente para o diagnostico e intervenção junto a alunos que apresentam as chamadas ‘dificuldades de aprendizagem” (STREY, 2013, p.223).

Com este enfoque, a psicologia social no âmbito escolar não romperia a barreira técnica de aplicação de seus conteúdos teóricos básicos, porem a Abrapso (associação Brasileira de Psicologia Social) vem buscando a contraposição desta, o que (STREY, 2013, p. 223) chama de “uma perspectiva social crítica” através das discursões e trabalhos desta associação. Tendo como ponto de partida a sociabilidade do homem e que este sendo historicamente constituída, a intervenção escolar é conduzida pelo aspecto global da educação, sob todos os aspectos.

Inserido na análise do trabalho do psicólogo na escola, podemos classificar este como um “técnico, que juntamente com os demais especialistas da educação [...] contribui para a maximização do processo ensino/aprendizagem”, conforme (STREY, 2013, p.224) insurgindo então a demanda do entendimento de uma atuação não apenas técnica.

O trabalho do psicólogo, entendido como trabalhador social, assim definido por (STREY, 2013, p 226), tem o papel conforme a visão de Paulo Freire de “atuar e refletir com os indivíduos para conscientizar-se junto com eles das reais dificuldades da sua sociedade”. Desta forma é impossível separar o individuo da sociedade, uma vez que “diferentes teorias acentuam momentos ou aspectos distintos que falam, de ângulos diferenciados, sobre a verdade da relação entre sujeito e objeto” (SASS, 2000, p. 63) sendo este ultimo, o que em verdade vai conduzir os trabalhos. Ou ainda como ALVES E SILVA, (2006, p.193) advogou, “a Psicologia Social Escolar postula uma operação dialética do pensamento, que ensina a ler as entranhas de cada objeto analisado.”

De posse deste entendimento define-se o objeto como o balizador da postura adotada pelo profissional, onde segundo Alves e Silva,

As ações desenvolvidas a partir da intersecção Psicologia Escolar versus Psicologia Social podem produzir, na comunidade escolar, a articulação das realidades objetiva e subjetiva que se processam dialeticamente, que consideram o sujeito e suas relações – subjetivas ou objetivas – com a coletividade. (ALVES E SILVA, 2006 p. 194).

Em síntese, uma vez compreendido este objeto, deverá o psicólogo buscar inovação em suas práticas, viabilizando propostas interpoladas e realistas, uma vez que o bem estar coletivo e individual não se separa.

A atuação da Psicologia Social na Saúde  

A definição da psicologia na área da saúde ou hospitalar passa por complexidade ou dificuldade de definição assertiva. A começar pela própria semântica das palavras como se segue:

Entretanto, esses dois conceitos não são equivalentes, em primeiro lugar, pelo próprio significado de tais termos – saúde e hospital. Enquanto saúde se refere a um conceito complexo relativo às funções orgânicas, físicas e mentais, hospital diz respeito a uma instituição concreta onde se tratam doentes, internados ou não. . (CASTRO E BORNHOLD, 2004, p. 48)

Discorreremos a cerca do trabalho do psicólogo na área da saúde com o enfoque direcionado a explanar a atuação do profissional de psicologia social a saúde. Estes profissionais atuam em conjunto com diferentes profissionais sanitários, por meio de pesquisas e intervenção clinica e seu objetivo a priori é “compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença” conforme descrito por (CASTRO E BORNHOLD, 2004, p.49) 

Ou ainda como representou

A psicologia social, tendo como arena de atuação a complexa relação entre a esfera individual e a social, tem necessariamente uma vocação interdisciplinar, sendo suas fronteiras permeáveis às contribuições de uma variedade de outras disciplinas afins. (Aguiar & Ronzani, 2007, p. 14).

Em seu aspecto fundamental, está a promoção e informação para a saúde, no cotidiano popular, evitando futura demanda de ordem sanitária.

Dessa maneira, torna-se evidente que a Psicologia da Saúde dá ênfase às intervenções no âmbito social e inclui aspectos que vão além do trabalho no hospital, como é o caso da Psicologia Comunitária (Besteiro & Barreto, 2003; Gonzalez-Rey, 1997). Em citação por CASTRO E BORNHOLD, 2004, p. 50)

A saúde foi beneficiada pelas descobertas feitas pelos psicólogos sociais, envolvendo fatores de natureza psicossocial, elencados abaixo alguns deles:

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